Sobre Heróis
Outro dia estava eu assistindo Heroes, uma nova série sobre super-heróis bem produzida e bem escrita da TV americana (é nesse momento que algum esquerdista anti-imperialista pode ler e torce o nariz...risos). Claro que a série é entretenimento, não tem nenhuma pretensão consciente (eu acredito) de enviar alguma mensagem, contudo, não deixa de ser interessante lembrar que toda obra, por mais fictícia que seja, tem sua construção condicionada pelo contexto da realidade de seus autores. Enfim, teorias a parte, a série apresenta a história de pessoas com super-poderes e que não portam em si, traços de heróis clássicos, ou seja, bonzinhos e altruístas o tempo todo. Mas eu dei essa volta toda para pensar porque quase sempre estamos produzindo super-heróis na ficção e o quanto eles nos fascinam. Penso às vezes que necessitamos deles porque somos frustrados com a nossa natureza e com o nosso mundo. Não aprendemos coletivamente à fazer as coisas certas, nem em nos ajudarmos, e vez ou outra tentamos apoiar um indivíduo na política que parece ser o nosso tão esperado justiceiro, bom, nesse caso já temos experiência o suficiente para compreender que a política é a própria criptonita da justiça.
De novo volto à questão dos Heróis. O quê representam para nós? alguns vão dizer que é apenas uma forma de personificar idéias e ideologias (se é que elas ainda existem), outros vão dizer que tentamos sublimar neles os nossos desejos de uma vida cheio de fantasias e idealizações, e que isso é fruto de viver uma vida massacrada pela rotina do trabalho e dos problemas medíocres do cotidiano. Analisando os diálogos na série Heroes realmente é interessante observar o quanto essa questão da fuga da banalidade move a ação dos personagens. Parando para pensar, bem que seria legal ter o poder de voar ou de ser regenerar, morando no Rio de Janeiro então, isso seria uma dádiva (risos).
Do jeito que a História trilhou o seu percurso até aqui, e da forma como somos sufocados pela rotina e pelo pessimismo, construir heróis é uma forma maravilhosa de fazer algo com a falta de esperança e com o tédio.
“Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!”
Mario Quintana
4 comentários:
essa série é massa. esqueçamos os ideologismos(rs). minhas boas vindas ao novo radical.
Eu também já quiz ser uma heroina, quem afinal de contas nunca quiz mudar o mundo? As vezes me recolho e penso que não consigo nem entende-lo, o que dirá modificá-lo... Em outros, penso que tenho o poder de me comunicar e fazer amizades e nem isso consegue abalar minha insegurança. Mas, as estrelas são lindas, e se não consigo alcançá-las, é realmente bom saber que elas existem...
o verdadeiro herio é aquele que ajuda um amigo em conflito, aguarda a hora boa pra sair, nota aquele pedaço de vida insignificante e ve o quanto ele é grandioso
putz, giga. maneiro esse post. parece metalinguagem(rsrs). to comentando o comentário. diamathos, seja muitíssimo bem vindo. temos que marcar uma cachaça.
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