quinta-feira, 29 de novembro de 2007

simão do deserto

Simão, que vive em um tempo distante, onde a Igreja ainda é uma novidade, alguns 300 anos depois de Cristo, decide retirar-se da presença dos homens para se aproximar de deus. Logo, é considerado homem santo, destacado. Tendo, inclusive, sido ordenado como membro desta igreja. Mas à medida que luta contra sua própria limitação física, satanás decide tentá-lo. Disfarça-se de uma linda e juvenil mulher primeiro, de deus num segundo, até que na terceira e derradeira tentação, satanás o leva a um nigth club da década de 60. Onde ouve-se uma música parecida com jazz tocada por uma banda parecida com os Beatles. Os jovens dançam freneticamente, movimentos rápidos, e Simão observa a tudo sentado em uma mesa, com bebidas servidas, ao lado de uma bela mulher. Pergunta-a qual o nome daquela dança. “carne radioativa”, ela responde, “é a última dança. A dança final.” No que ele ameaça partir e ela o impede dizendo: “Terás que agüentar até o fim”.Em seguida indo pra pista e começando a dançar.

de bunuel, 1965.

domingo, 25 de novembro de 2007

Trecho pra refletir da peça "Gota d'água"

CREONTE
Esperem um pouco
Eu preciso de alguém pra refletir comigo se eu estou caduco, louco,
ou o mundo está ficando esquisito...
Fazem baderna, chiam, quebram trem, quebram estação, muito bem, bonito
E a gente inda tem que dizer amém
O trem atrasa o que? Nem meia hora
E o cara quebra tudo... Acha que é certo,
Jasão?...
JASÃO
Não discuto quebrar... Agora, quem às três da manhã tá de olho aberto,
se espreme pra chegar no emprego às sete, lá passa o dia todo, volta às onze
da noite pra acordar a canivete de novo às três, tinha que ser de bronze
pra fazer isso sempre, todo dia, levando na marmita arroz, feijão
e humilhação...
CREONTE
Ora, sociologia...
JASÃO
O que que é?...
CREONTE
Sociologia, Jasão...
JASÃO
Não...
CREONTE
Da pior, beira de cu, barata...
JASÃO
O cara já tá por aqui. Tá perto
de explodir, um trem que atrasa, ele mata,
quebra mesmo, é a gota d’água.
CREONTE
Tá certo,
Alma? (Silêncio) Muito bem. Na segunda guerra,só russo, morreram vinte milhões.
Americano, pra ganhar mais terra,foi dois séculos capando os culhõesde índio.
Japonês gritava “Viva o Imperador”, entrava no avião
pra matar e morrer de fronte altiva.
Na Inglaterra. uma pobre criatura de oito anos, há dois séculos atrás
já trabalhava na manufatura o dia inteiro, até não poder mais,
quatorze, quinze horas... Posso dar quantos exemplos você quiser. Foi assim
que os povos todos construíram tantos bens, indústria, estrada, progresso, enfim
Mas brasileiro não quer cooperar com nada, é anárquico, é negligente
E uma nação não pode prospera enquanto um povo fica impaciente
só porque uma merda de trem atrasa
JASÃO
Impaciente pra chegar até
seu trabalho...
CREONTE
Não, pra voltar pra casa
Quer outro exemplo, hein?...
JASÃO
Eu não sei onde é
que o senhor quer chegar...
CREONTE
Eu chego, eu sei...
Vou lhe dizer o que é que é o brasileiro
alma de marginal, fora-da-lei,
à beira-mar deitado, biscateiro,
malandro incurável, folgado paca
vê uma placa assim: “não cuspa no chão”,
BRASILEIRO PEGA E COSPE NA PLACA
Isso é que é brasileiro, seu Jasão. .
JASÃO
Não, ele não é isso, seu Creonte
O que tem aí de pedra e cimento,
estrada de asfalto, automóvel, ponte,
viaduto, prédio de apartamento, foi ele quem fez, ficando co’a sobra
E enquanto fazia, estava calado,
paciente. Agora, quando ele cobra
é porque já está mais do que esfolado
de tanto esperar o trem. Que não vem...
Brasileiro...

sábado, 17 de novembro de 2007

Balzac e a costureirinha...

na China pós-revolução de 59, dois jovens da capital são mandados para o interior para reeducação revolucionária. na prática equivale a dizer que estavam aburgueisados demais e precisavam ser reeducados. No dia dia extenuante de trabalho camponês, eles conhecem uma jovem neta do único alfaiate da região. Neste interior bucólico, camponeses não sabem ler e são vigiados por um "chefe tribal" que deve coibir qualquer tentava de invasão cultural. Juntos, descobrem um verdadeiro tesouro; uma arca com livros ocidentais proibidos em seu país. Balzac, Dostoievski, Flaubert, entre outros. Aos poucos, os três desenvolvem uma relação de amizade que é alimentada pelas leituras, sempre escondida, dos clássicos da literatura ocidental. O local onde escondem os livros, uma gruta, chamavam-na de Gruta dos Livros. A menina, muda não só o modo de agir, como também o próprio sotaque e maneira de vestir. Aos poucos, grandes e verdadeiras mudanças vão ocorrendo na aldeia no topo de uma cadeia de montanhas.
filme para quem gostou muito do "primavera, verão, outono, inverno...primavera".
o maior elogio cinematográfico que já ví à literatura.
imperdível.
aqui.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Paulo coelho, um verdadeiro forrest gump

Variações de um mesmo tema sem sair do tom:

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E por fim:

Psicodália

Trechos do documentário sobre o Psicodália. Tô contando as horas!



http://br.youtube.com/watch?v=RVCf4aU0QMQ

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Previsão do tempo

Pela terceira vez consecutiva, sonhei (ou previ) uma cena bonita: Estávamos em Trindade, da forma mais epifânica possível, quando um indicador vislumbra tons de cinzas e azuis maleáveis e etéreos. Todos se abrigam e esticam timidamente mãos espalmadas para sentir o morno-frio das águas. No mesmo instante, eu e Peka pulamos e brincamos na areia, como quem necessita de livrar a alma há muito tempo. Leandro, Henrique e Vinicius gargalham; Roberta e Claysson sacodem rindo a cabeça; Thiago sorri com certo receio. Venham, estão perdendo ! Cês tão ensopadas, loucas, Por favor, Uhhhh...,
Um a um deixa a sacada, esvaziando o peso dos ombros, as complicações da cabeça, os fardos do coração, os não-sei-se-deveria. Deitam na areia, transformam-se em estrelas, dançam em roda, beijam-se ao mar. Como antes de nos conhecermos; como se a ausência de censura daquela hora fosse possível por nos conhecermos, por estarmos em nosso lugar.

Nasceu o filho do Supla


São Paulo- Nasceu na capital paulista, as 21:45 ( horario de brasília ) os filhos de Eduardo Smith de Vasconcelos Suplicy, o Supla. Eles tiveram parto normal, nasceram com 25cm e peso de 200 gramas.
" O papito esta muito feliz " - falou aacessora de imprenssa Juliane Gorjes. A mulher do artista pseudo-punk-filho-de-deputado - e- sexóloga, pediu segredo absoluto pelo seu nome.

domingo, 11 de novembro de 2007

Across the universe

Uma sucessão aparentemente desconectada marcou meu fim de semana: o aniversário do Gigante na Soperia na sexta e o filme Pleasentville assistido com a Peka em pleno sábado à noite. Realmente, como poderiam se relacionar e marcar uma pessoa já tatuada quase que da cabeça aos pés, mais especificamente, ao dedão encravado ?
Para explicar, preciso primeiro falar do que o filme ensina. A não se iludir com a balela de que algum tipo de ficção ou a vida alheia são ideais e melhores que a nossa, como seria a perfeita cidade de Pleasentville, do seriado assistido pelo protagonista solitário em sua casa estilhaçada de egoísmos. Concretização do sonho americano, Pleasentville é ordeira, pacata, quase fordista, pois se alguém deixar de cumprir sua função rotineira, desmorona a engrenagem cotidiana. Lá, predominam as variações de preto e não chove.
Como o preto aprisiona todas as outras cores em si, de alguma forma as pessoas iriam acabar mostrando e descobrindo seus sentimentos: fragilidades, medos, amores, paixões. A medida que se desvelam, os indivíduos se colorem. Lindas imagens são construídas, como as rosas da Alameda dos namorados e a escritura dos livros antes em branco ! As pessoas desnudam suas cores conforme mudam a mentalidade, se relativizam, se revigoram.
Contudo, o conservadorismo (na mesma nuance de preto) e a tradição tentam violentar a aquarela em que se transformou os sujeitos. Preconceitos, silêncios, interdições. Homens em preto destroem a arte, queimam livros e fecham bibliotecas, agridem pornograficamente mulheres coloridas, por terem descoberto a liberdade pelo prazer e pelo conhecimento.
E é neste ponto, no "pornograficamente", em que a sexta-feira se aproxima do sábado. Um amigo se vangloria de mais uma trepada e a mesa grita: "Guerreiro, comeu a coroa". A mesa esmaeceu naquele momento ou revelou que sua cor é a preta ? Onde foram parar as cores da mesa ?
Um domingo meio triste.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Queria mudar...

Tava a fim de algo diferente, uma nova casa, um amor sem sofrimentos (parece impossível né?), fugir pra algum lugar que não conheço, pra retornar depois ou talvez não... O problema pode estar em mim e não nas coisas e pessoas... Eu que posso estar fazendo o mundo ser tão chato e ele realmente nem ser. Mas, esses são dias estranhos de exaustão e preguiça... Dias em que deixar fluir o coração é tão mais fácil do que realmente agir com a cabeça... porque é tão fácil culpá-lo, foi esse porco, miserável, que só pensa em coisas profundas...se recusa a andar na superficie, arriscando pouco como eu desejo... é esse imundo que ofende minha moral, ignora minha retidão... Tá sendo tão dificil saber o que quer, o coração parece tão mais esperto do que eu... ele bate eu vou, ele descança eu me aquieto, as vezes ele sangra e eu rolo exausta na cama sem conseguir dormir...
A verdade é que eu queria mudar... mas, meu coração não quer... meu coração diz pra deixar assim, que é melhor deixar rolar a vida... os acontecimentos... ele diz que é pra eu deixar tudo "em suas mãos"... Essa força maior, meio que inconsciente, é ele batendo... dá pra ouvir daí?? Bate tão alto, chega a doer... Essa força grotesca é ele dizendo deixa assim, tá entregue, tá tombado... Agora você tá presa nessa armadilha criada em vc para vc...

"Por favor
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaportepara qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a Marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração"
(Alice Ruiz)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

sonho interrompido por guilhotina

ao seu lado, a mãe pensava em desanuviar a neblina em torno dos olhos do filho, mas não lhe disse nada. não se aflija, você fez o que devia ser feito(...)
ele apenas olhou nos olhos da mãe e imaginou ter ouvido algo. eu sei disso, mãe. o que me traz desconforto é a confusão que posso ter causado em certas mentes; a poesia sai de minha boca e altera todas as coisas, tira tudo de lugar. às vezes eu gostaria apenas de poder soar mais claro - ele respondeu ao que pensou ter ouvido.


joca reiners terron é um escritor da chamada novo geração, não sei o suficiente para concordar ou discordar disso, sei que das poucas coisas que lí dele e da oportunidade que tive de assistir a uma palestra dele no ccbb, parece-me saber o que tá fazendo.

sábado, 3 de novembro de 2007

Das boas novas do filho do Homem (segundo Saramago)

Depois da última página, fecho "O evangelho segundo Jesus Cristo" sem acabar de lê-lo, o que todo bom livro provoca em leitores apaixonados e solitários.
Se fosse uma mera versão que se impõe como verdade, tal qual estes best-sellers que afirmam provar a realeza de Maria Madalena e seu envolvimento óbvio com Jesus, o lado político-marxista do filho de deus, a busca da 'verdade' histórica, não teria sequer razão de existir. Mas o evangelho segundo Saramago não só existe, é.
A mãe Maria é emudecida pelo patriarcado judaico, a ponto de apenas levantar discretamente o vestido para dar mais um filho a José. Sem direito as pré-palavras dessas horas, ainda que ao dormir ouse, inconsientemente, aproximar-se do corpo do marido.
"Sem pronunciar palavra, José aproximou-se e afastou devagar o lençol que a cobria. Ela desviou os olhos, soergueu um pouco a parte inferior da túnica, mas só acabou de puxá-la para cima, à altura do ventre, quandp ele já se vinha debruçando e procedia do mesmo modo com sua p´ropria túnica, e maria, entretanto, abria as pernas, ou as tinha aberto durante o sonho e desta maneira as deixara ficar, fosse por inusitada indolência matinal ou pressentimento de mulher casada que conhece seus deveres. (...) Deus não pode ouvir o som agônico, como um estetor, que saiu da boca do varão no instante da crise, e menos ainda o levíssimo gemido que a mulher não foi capaz de reprimir. Apenas um minuto, ou nem tanto, repousou José sobre o corpo de Maria." (pg.19)

Maria, José e, por herança, Jesus, são sujeitos assolados pela culpa do egoísmo (quase oposta da culpa cristã) já que foram coniventes com o genocídio das crianças pelos romanos, do qual escapou o bebê Jesus, por José tê-lo escondido e não ter avisado aos outros pais da aldeia que lhes abrigou. José é atormentado por um sonho, que após sua crucificação é passado para Jesus.
Jesus sente-se culpado e culpa aos pais por sua vida depender da morte de tantos outros e , aos treze anos, sai de casa e torna-se ajudante de um misterioso pastor, que o acompanha durante a vida.
Jesus encontra-se com Deus, que lhe afirma ser seu pai e lhe impõe sua missão de tornar o Deus cristão superior aos outros. A partir daí, o conflito de Jesus se intensifica na negação de ser filho de Deus e exercer este poder pelo sangue, e na falta de arbítrio a que Deus o subjuga. Jesus pede que deus lhe contabilize as mortes em seu nome, e fica estarrecido com o preço a ser pago pelo reinado cristão. Como diz o Diabo, com quem Jesus concorda, " é preciso ser deus para gostar de tanto sangue".

Maria Madalena e Jesus tem um amor incondicional e a cena deste primeiro amor, certamente, é das mais belas já escritas em língua portuguesa. A inteligência alimenta o amor erótico e Madalena e Jesus são um só, renovando a idéia bíblica da palavra conhecimento, que tem o sentido de saber sexual. Graças ao conhecimento, a condição de ser filho de Deus provoca em Maria um sentimento de piedade e comoção, jamais de orgulho, como quem se acostuma diariamente com a saudade e a despedida.

Jesus é desenhado com as tintas da inteligência e da rudeza, da dualidade inerente à dúvida, um homem duplo em essência. Sacrifica-se para negar o poder de Deus, por isso, pede a Pilatos a placa INRI ( Iesus Nazarenus Rex Iodeorum). Até porque, como afirma Pilatos, à Roma não incomoda um rei de um Deus no qual eles não creem. Sendo rei dos Judeus, a cruz se justifica, as pedradas também, pois o povo lhe confiou outro reino, o do céus. Antes da morte derradeira, pois não há ressurreição, Jesus pede perdão por ter um Pai tão ganancioso a ponto de não saber o que faz.
Neste sentido, a figura de Jesus nesse livro é muito mais grandiosa do que a da Bíblia. Um homem que nega o poder de Deus em prol da humanidade.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

BATAILLE

Claro está que o mundo é paródia pura, quer dizer, que toda coisa vista é paródia de outra, ou a mesma coisa mas com uma forma que decepciona.


Todos têm consciência de que a vida é paródica e uma interpretação lhe falta.

Por isso o chumbo é a paródia do ouro.

O ar é a paródia da água.

O cérebro é a paródia do equador.

O coito é a paródia do crime.

O ouro, a água, o equador ou o crime podem ser enunciados indiferentemente como o princípio das coisas.

Um sapato abandonado, um dente estragado, um nariz curto demais, o cozinheiro que cospe na comida dos patrões, estão para o amor como a bandeira está para a nacionalidade.

Um guarda-chuva, uma sexagenária, um seminarista, o cheiro de ovos podres, os olhos cegos de um juiz, são raízes por onde o amor se alimenta.

Um cão que devora um estômago de pato, uma mulher bêbada que vomita, um guarda-livros que soluça, um frasco de mostarda, representam a confusão que veicula o amor.


Um homem é provocado no meio de outros, ao saber por que não é nenhum dos outros.

Deitado no leito, ao pé de uma mulher que ele ama, esquece que não sabe a razão por que é ele mesmo, em vez do corpo em que toca.

Sofre, sem saber, com a escuridão da inteligência que o impede de gritar que ele mesmo é a mulher já esquecida da presença dele mas excitada no aperto dos seus braços.

O amor ou uma raiva de menino, a vaidade de uma velha da província, a pornografia clerical, o enorme diamante da cantora , fazem extraviar-se personagens esquecidas em casas cheias de pó.

Bem podem procurar-se avidamente umas às outras: só paródicas imagens conseguem lá ver, tão vazias como espelhos.


Esta mulher inerte e ausente, pendurada nos meus braços sem sonhar, não me é mais estranha do que a porta ou a janela por onde vejo e passo.

Quando adormeço, incapaz de amar aquilo que acontece, recupero a indiferença (que lhe permite deixar-me).

Nos meus braços é impossível que ela saiba quem encontra, pois fabrica, obstinada, um esquecimento total.

Os sistemas planetários a rodar no espaço, como discos cujo centro se desloca a toda velocidade para descrever um círculo infinitamente maior, afastam-se da posição que tinham para regressar a ela quando a rotação acaba.

O movimento é figura do amor, incapaz de estacionar neste ou naquele ser para passar, com rapidez, de um ser a outro.

E o esquecimento que vai condicioná-lo não é mais que subterfúgio da memória.

Fonte: BATAILLE, Georges. O Ânus Solar, Lisboa, Hiena Editora, 1985, pp. 19-25.


belíssimo texto....que não lí na íntegra...por enquanto...