O ranger do tempo
Toda vez que eu passava ouvia sons de dentro da gaveta fechada
Achei que estava ficando maluca
A gaveta berrava e eu fingia nem dar ouvidos
Ninguém mais ouvia aqueles sons, só eu...
De vez em quando até um mal cheiro escapava das frestas da gaveta
Cheiro de gente que já se foi...
Um dia, os sons das palavras pararam de gritar
Abafados pelo tempo
Foi assim que pude abrir a gaveta sem me assustar.
Li e reli suas cartas,
E as palavras apenas sussurraram lembranças boas de se lembrar.
As vezes, ouço de madrugada, uns sonzinhos bem baixinhos lá de dentro o meu nome cochichar...
Mas, tua lembrança tá tão apagada que fico com preguiça de levantar.
2 comentários:
cacete menina.. vai à porra. vai escrever bem assim lá na pqp. desculpe a falta de outros termos, mas tá fod*.
simplesmente lindo... com aquela dorzinha de cotovelo, misturada com orgulho de quem se separou de alguém, com todas as dúvidas de quem ainda não sabe se tomou a decisão certa, mas agora é tarde... sobraram ruídos na gaveta...
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