sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

"Veio até mim,
Quem deixou me olhar assim?
Nem pediu minha permissão
Não pude evitar, tirou meu ar, fiquei sem chão"
Era tudo tão facil, você pegou minhas mãos e eu aceitei
Os dias foram correndo, rápidos demais
E eu não tinha tempo, nem pra pensar se era certo ou errado
Sabia que estava feliz
A sua confiança trazia ao meu coração fins de disritmia
E sonhos pro futuro.
Porém, a ingrata cismava em voltar
Essa mania de nostalgia que sempre me atrapalha
Apesar de achar que meus olhos ficam mais bonitos assim, naturalmente umidificados.
Não consegui encarar a felicidade como algo cotidiano
Tive necessidade de expor meus sentimentos em poesia, o que não te agradava...
Acredite em mim, meus sentimentos também não me agradam,
Porque eles são muito inconstantes, como numa roleta russa
Estão entre o passado e o futuro, o que já foi e o que será
Tudo sempre depende do disparo e do alivio.
Você se magoou com meus constantes lapsos do passado,
minha pele branca e olhos de melancolia...
Não importou meu sorriso sempre fiel
e a frase derradeira: Eu te amo...
Agora você também conta um pedacinho dos meus olhos
Sem querer, se tornou o que tanto tinha ciúmes
É parte da minha nostalgia...

"A recordação é uma traição a natureza
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar"...

vou ser feliz e já volto

despeço-me de ti, minha tristeza,
agora vou ao aceno da alegria,
não importa o rumo, pois, nem se há beleza,
vou tentar apenas nova aliança.


ao aceno da alegria...

para o fim de ano, nada melhor que ir para o lugar onde
o tempo teima em passar em um tempo próprio...Trindade.

aos que não posso carregar, abraços distantes, se tanto bastar.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Violência e cura

Sons que dilaceram as mentes; Vozes que açoitam os corpos; Ruídos e mais ruídos que estrondam sem possibilidade de percepção das suas direções. A multidão de surdos expressa berrando suas idéias e opiniões. Barulhos, BARULHOS, GRITOS, GRITOS, GRITOS!!!
Ainda há como recuperar o silêncio para manter a sanidade, estabelecer o diálogo ?

Ainda há lugar para o silêncio hoje ?

O silêncio precisa manifestar-se, não se pode mais impedi-lo.

O QUE FOI ? ALGUM PROBLEMA ? O QUE ESTÁ ACONTECENDO ? TUDO BEM ?

Mas o amor não se manifesta nos silêncios ? Na dança dos corpos ?
A verborragia é inimiga do amor.

Só o silêncio é preciso. E impreciso.
O silêncio do toque, o silêncio do olhar, do aperto no peito, da saudade e do gozo, da tristeza e da alegria.
Como entender estes silêncios ?
Não é preciso. Basta permitir que o silêncio se manifeste sem ponto final

Os melhores de 2006

Bem, segue uma lista do que foi pra mim, bom em 2006:
-Gram, segundo album melhor que o primeiro
-Ludov, parecia sem sal, mas tem gosto
-cordel do fogo encantado, sem comentarios
-youtube, virou febre, e caiu no gosto do google
-myspace, agora sabemos de onde vira algumas bandas famosas nos proximos meses
-flirck, melhor album de fotografias on-line
-trindade, ninguem dorme, e ninguem continua dormindo
-futurama, mesmo tendo ja terminada, a serie rendeu frutos, possivel volta em 2007
-laboratorio submarino, louco, non-sense, bizarro
-frango-robo, a perca da inocencia pode ser boa coisa as vezes
-radiohead, boatos que so foram boatos, possiveis boatos novos no futuro
-cansei de ser sexy, loucura juvenil do seculo 21
-Karina bacchi com seu piercing grelado
-A reeleicao de Lula, na boa, antes ele que o alckmin...
-A copa, pois nao trabalhava nos dia de jogo do brasil
-E, logico, THIAGO entrando na era digital, essa num ia passar em branco, uahuhauahau..
Bem, e isso....

à propósito...

nem era importante, nem insubstituível, nem sei lá o quê mais... era impróprio, e isso dominava meu peito e vontade. impróprio. existe uma obrigação velada em ser/estar/parecer feliz, eu tinha mais que isso... nem era importante, era impróprio. nisso consiste a resistência amarga que muitos têm ainda hoje, com truques e regalias várias... eu sou impróprio... eu sou um homem são, abandonem o meu caso.

a felicidade é um estado imaginário.

"foi com trinta e cinco anos que larguei tudo e fui morar no interior da nação. o dinheiro que havia juntado em seis anos foi suficiente pra eu comprar uma pequena fazenda e uma vaca leiteira, a minha cíntia. na fazenda, eu plantava maconha, e era disso que vivia; era, portanto, agricultor, ou traficante, se preferir".

leitura de fim de ano: "húmus", de paulo bullar.... tosquérrimo, mas maneiro.

Amigos, Trindade continua lindo, Trindade continua sendo...















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Pekinha, meu 25 de dezembro: não teve nada demais, sempre exercitando a capacidade de ignorar o como as pessoas insistem em acreditar que "Deus me deu isso, Deus me deu aquilo..."
Fiquei quieto e tal... comi um pouco e nem pensei muito nas coisas...

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Strokes, muito bom. Incrível, simples, divertidíssimo. Estou fascinado.

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Mombojó, outra coisa maneira. O primeiro álbum é ótimo, a começar pela sinceridade do nome, "Nadadenovo". Apesar de ser uma misturada danada, é muito bom esse álbum.

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Ver os defeitos do mundo é fácil demais, estou agora desesperadamente procurando os meus. "É esse cara no espelho que eu quero quebrar".

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

cansaço maior o do coração.

você pareceu-me tão cansada
que eu não quis desaponta-la ainda mais
sua chama parecia tão gasta
que eu poderia tentar acender
mas por mais que eu corresse o mundo
não teria combustível.

e eu apenas deixei passar o tempo
quem sabe ele poderia me fazer mudar
você quer, eu acho, e eu lamento.

agora estou distante de tudo
quem sabe posso começar tudo de novo
não estou com medo, mas devo dizer
que meu coração o sente.

você parecia cansada e eu
não quis estragar tudo
e você percebeu meu coração
como estava gasto.

segurei o medo e
agora ele me segura.

você parecia cansada, talvez
meu cansaço a tivesse atingido
cansaço maior o do coração
pois eu não sei o que acontece.
você parecia cansada e eu
fui ao inferno com minha guitarra mal tocada
você parecia comigo e
dor maior senti, pois te beijei e fiz um
carinho
sem saber que era o fim do caminho.

responsabilidades que o esquecimento tece.

nem acreditei que tinha acabado, depois, uma espécie de alívio.outros foram mais meus amigos do que eu mesmo, nem mesmo sabia o que dizer. fui exatamente o que não devia, mas acabou, hoje reconheço a cara assustada refletida incomodamente no espelho. não queria partir seu coração, mas o meu, cuidado nenhum o confortava. e, para quem pensou a vida inteira que não merecia nada, vou me dando bem à minha própria maneira. responsabilidades que o esquecimento tece.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O Natal...

As adiposidades perceptíveis enquanto comiam mais e mais
eram só o que sabiam fazer comer e humilhar
Gritavam palavras de amor e fraternidade vãs
Sem sentido, me diziam: tente aproveitar algo disso
Eu não tentei, por poucos momentos não quiz me encaixar
Fingir a adolescente rebelde nem fazia mais sentido
Mas, era só o que eu queria
Ser a excluida daquele ritual
Não cantei, dei poucos abraços e dormi cedo
E você... Como foi o seu 25 de dezembro?

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Os pensamentos estão jogados num imenso branco
Eles não sabem o que fazer, como se encontrarem,
para fazer sentido e levar em consideração seus principios
Eles não estão confusos, simplesmente não existem
As pessoas começam a perceber que algo frio acontece
E que você não possue amor, mas que tenta descompensadamente sentir
Esse nojo será algum tipo de trauma?
Esses conselhos fazem todo o sentido do mundo,
mais ainda assim precisa de provas
Precisa de um beijo do mundo...
Algo de fácil... Algo sem choros...

domingo, 24 de dezembro de 2006

Absurdos-1

Eu estava com um texto enorme pra escrever aqui,mas acho que posso sintetiza-lo da seguinte maneira:
" Estou me acostumando com a idéia que miséria virou um adjetivo de cultura no Brasil "

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

feliz natal?

fui embora pra cidade, parecia uma espécie de revolução aquele movimento, mas era apenas as pessoas exercendo uma das poucas atividades que elas ainda têm a liberdade de fazer: compras.
ditadura do mercado... a última escolha que temos é a forma de pagamento.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Picaretas com anel de doutor merecem a guilhotina!

Há alguns dias o Congresso Nacional brasileiro surpreendeu a todos nós com um absurdo aumento de 91% em seus próprios salários. E ainda fizeram isso através de votação das mesas da Câmara e do Senado, evitando o desgaste de uma votação nominal em plenário.
Por enquanto o Supremo Tribunal Federal está conseguindo barrar esta roubalheira, mas não sabemos até quando. Precisamos de 10 milhões de assinaturas neste abaixo assinado para que seja criada uma lei que impeça definitivamente este descalabro.Acesse http://www.petitiononline.com/oeleitor/ e participe agora mesmo, vamos nos mobilizar.
Ah! e não deixe de passar essa informação adiante, colabore!
Os 26 parlamentares responsáveis pela aprovação da medida no Congresso são os seguintes:
Aldo Rebelo (PC do B-SP)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Jorge Alberto (PMDB-SE)
Luciano Castro (PL-RR)
José Múcio (PTB-PE)
Wilson Santiago (PMDB-PB)
Miro Teixeira (PDT-RJ)
Sandra Rosado (PSB-RN)
Coubert Martins (PPS-BA)
Bismarck Maia (PSDB-CE)
Rodrigo Maia (PFL-RJ)
José Carlos Aleluia (PFL-BA)
Sandro Mabel (PL-GO)
Givaldo Carimbão (PSB-AL)
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Inácio Arruda (PC do B-CE)
Carlos Willian (PTC-MG)
Mário Heringer (PDT-MG)
Inocêncio Oliveira (PL-PE)
Demóstenes Torres (PFL-GO)
Efraim Moraes (PFL-PB)
Tião Viana (PT-AC)
Ney Suassuna (PMDB-PB)
Benedito de Lira (PL-AL)
Ideli Salvatti (PT-SC)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

pedras, cadáveres e cerveja

sei lá, parecia nítido, de qualquer forma era fácil de imaginar. não demorou muito para surpreender amigos e eventuais namorados, ele se foi. as pedras, sempre certeiras, voavam satisfeitas... novo, muito novo, cadáver ainda bonito, estranharam a roupa preta dele, o único enlutado... dois anos depois, churrasco e cerveja marcavam seu novo aniversário, sim, agora tinha duas datas especiais, comemoradas religiosamente...assim é melhor, diziam, assim que gostaria... tão poucos souberam.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Mais um da Flora Figueiredo

Na dúvida, faça.
O risco faz parte.
A graça está em tentar, em vez de sentar e assistir;
o mundo está em esticar-se todo para atingir;
o mundo está no desafio da interrogação.
E porque não?
Entre na festa, arranque a capa, morda a maçã.
Desate o cinto para voar livre pelo amanhã, ainda que ele seja um labirinto.
deixe o ID rolar
Nesta arte viva de arriscar, cônscio e devoto.
Pois que viver não é entrar no mar onde dá pé,
mas mergulhar com fé no maremoto.
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Acredito nisso, mesmo sendo expontânea até hoje me arrependi de muito pouco do que eu fiz...
"Na dúvida, FAÇA"

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Curta Petrobrás às 6

A quem interessar possa:

Todo dia, há uma sessão de 3 a 4 curtas brasileiros de vários autores no cinema do Unibanco Arteplex. Fui ontem, e gostei muito. Vi:

- Carregar uma criança (maneiro)
- O amor do palhaço (maneiro)
- O monstro (foda)
- Nada a declarar (fodaço, vejam este filme!!!)

Esses 4 filmes ficam em cartaz até dia 02/01, e no dia 05/01 entrarão outros filmes. A sessão começa 18h e temina por volta de 18:40h. A entrada custa R$ 0 (100% grátis), basta ir na bilheteria e pegar suas entradas. O Unibanco Arteplex fica na Praia de Botafogo, 316, perto da Casa & Vídeo.

domingo, 17 de dezembro de 2006

Meus 2 centavos - 1° edição

Nessa 1° edição:
Os Simpsons - o filme:

Ja ta rolando na net ha algum tempo os 2 trailers oficiais
do filme da familia amarela de 4 dedos nas mãos ( e não são
parentes do Lula ) . Os simpsons - o filme tem estréia prevista
para junho do ano que vem nos E.U.A.
Para ter mais detalhes acesse o site oficial
thesimpsons.com

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Boatos sobre radiohead no Brasil...de novo:

O canal de rock do portal Terra anunciou essa semana que uma empresa brasileira ligada
a espetaculos esta interessada em trazer thom yorke e sua trupe para o Brasil.
Além de outros nomes como aerosmith, resta agora saber se vai realmente acontecer a vinda da
banda opu se vai ficar so no boato novamente.
mais detalhes em :
Canal rock

dentro em breve mais uma edição de meus 2 centavos...

O individualismo das certezas pessoais...

Já me contaram segredos
Criaram confianças inesquecíveis
Laços infinitos
Como adoro essa palavra... "infinito"
Adoro simplesmente porque não conheço nada que seja, além de operações matemáticas
Que considero nada...
Os braços em que posso me apoiar são tão móveis, me levam de um lado para o outro
E até somem, quando necessário, para que possa descobrir o caminho sozinha...
E eu sempre descubro, porque conselhos só são bons para refletirmos, mas não para considerarmos a solução
A solução é sua, de mais ninguém...
O encarar é seu, não é de mais ninguém...
Acredite, Eu também sei que o travesseiro está gostoso, eu sei até que a cama é macia
E que a tristeza não resiste aos cabelos ao vento
Mas, essa cama e esse vento precisam ter um sentido
O absurdo é até bonito, mas não traz paz ao coração
O absurdo são só momentos em que viramos pássaros
E não conseguimos ser pássaros sempre
Nascemos para ser humanos, infelizmente
E humanos tem pernas, e varizes nas pernas
Tão roxas que chegam a sangrar.

mais uma vez

às vezes é melhor deixar a onda passar,
às vezes é melhor virar a página e recomeçar,
tudo de novo... tudo de novo... mais uma vez...
às vezes é melhor sorrir que imaginar,
às vezes é melhor não insistir e deixar rolar,
e tratar as sombras com ternura, o medo com ternura,
e esperar...
às vezes é melhor deixar o grito escapar,
às vezes é melhor perder o controle e desabar,
e quebrar todas as promessas... todas as promessas...
e atacar...
e quebrar todas as promessas... todas as promessas...


lobão

sábado, 16 de dezembro de 2006

livres de nada

foi sem permição que me aventurei em mais um território desconhecido, ternura e comoção mantidos mas método arruinado, nem posso culpar-me, a intenção era ótima, mas dos despinhadeiros sempre guardei uma distância preocupante, nem temendo a queda e nem procurando-a... estante de setimentos gastos, poeira assentada, lustres desfocados... depois de tudo aquilo, nenhuma palavra otimista de nenhuma lenda...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

mais um mentiroso (eu)

não tenho defesas. olho cada rosto, um de cada vez. evidencia-se a falência de muitos sonhos. meus, é claro. a descrênça, as desculpas e a revolta, são minhas. as pedras que voam, porém, não partiram de minhas mãos. sempre ocupadas afagando alguém. não quero mais, estou deixando pra trás. meus sonhos, minha culpa, minha dor de cabeça, chega! está na hora da celebração, nem que seja da ignorância vestida de êxito inútil. "espanta que tanta gente minta descaradamente a mesma mentira".

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

temos muito pouco tempo

passou assim, sempre com as mesmas palavras, soltas, volúveis (seres volúveis), acompanhei um pouco constrangido o movimento... amarguei duras derrotas como se numa épica batalha imaginária, de tolos heróis banhados em sangue anônimo, todos temos um pouco de culpa... ficou, sempre fica, um gosto revoltado de glórias injustas, de pesos mortos, de tantos mortos... dores no ouvido, charco no pântano enganoso das palavras duras, tão tuas, pouco exatas... acho que nunca soube o que fazer, mas agora o charco é imenso e algo precisa ser feito... temos muito pouco tempo, acreditem, muito pouco.

é necessário imaginar sísifo feliz

o homem absurdo

se stavroguine acredita, ele não acredita que acredita.
se ele não acredita, não acredita qu não acredita.

dostoievski, os possessos

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Divirtam-se, ora pois.

domingo, 10 de dezembro de 2006

noite chapada

deixa mesmo assim, eu sei exatamente o que sei, não o que gostaria de saber...
assim, fica combinado, eu de um lado e você respeitando...
tudo certo: é nosso diálogo, não falo por mim, falo por aquém de mim...
estou assim, exatamente como falou que estaria: detonando s pedras inocêntes daquele penhasco mais alto.

Moulin Rouge

"Alguém sabe dizer para que vivemos?
O que quer que aconteça
Deixamos tudo ao acaso
Outro coração partido
Outro romance fracassado
Continuamente
Alguém sabe dizer para que vivemos?
O show tem que continuar
Lá fora, a aurora está iluminando o palco
Que encerra nosso destino final.
O show tem que continuar
Dentro, meu coração está partido
Minha maquiagem pode estar borrada
MAS, MEU SORRISO É O MESMO
o show tem que continuar
Vou chegar ao topo, alcançar o sucesso
Preciso encontrar forças pra continuar
Adiante com o show"

Hj pela décima vez eu assisti Moulin Rouge, não canso de assistir...
Quando Satine canta essa música eu a acompanho,
pensando que o show da vida tem que continuar
Por mais que o coração se despedace
O sorriso deve estar lá
Somos todos atores
Tentando ser felizes de verdade por alguns segundos
Mas, alguém pode me dizer porque vivemos??
O enredo não importa, o que mexe comigo na vida são as imagens e os diálogos...
Adiante com o show, Clayciane...

Um lugar

Vi um filme, e um documentário; escutei uma música. Foi o suficiente para perceber que preciso passar um pedaço dessa minha vida nesse lugar chamado Argentina. Não sei e nem quero saber explicar o porquê, só quero sentir.

Claro que não sei quando, nem como, mas isso é detalhe. Só sei que quero ir até lá, e ver o céu deles, procurar uma diferença nisso. Quero ouvir as vozes das pessoas, parar num bar, conversar com alguém.

Quero andar nas ruas, comprar pão, ligar o rádio em todas as estações. De manhã, posso ir numa praça, ver os idosos a caminhar e as crianças a brincar. Almoçar num restaurante qualquer, o primeiro que aparecer. De noite, posso até me atrever a dançar.

E depois, eu quero voltar.

sábado, 9 de dezembro de 2006

"Everybody's Gotta Learn Sometime"

"Feliz é a inocente vestal; Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças; Toda prece é ouvida, toda graça se alcança." ( Alexander Pope )

o extremamente determinado pode conter a indeterminação.

foram três tiros. a direção não importa, para sobreviver melhor muitos se matariam ( e aí está a piada ). tiros, três, provavelmente em nossa direção. não importa se foram tiros portanto que não na nossa direção. três, não importa a direção ou se foram tiros. poderiam ser dois, quatro. mas não, três.
o extremamente determinado pode conter a indeterminação.
dificuldade de nomear, ausência de procedimento, inexatidão de forma. foge das mãos, escapole entre os dedos, derrete-se no asfalto, queima as narinas, atropela as palavras.
aqui pra alí, o espaço engana. nem tudo é física mas nada é metafísica. tudo embaralha mas tudo fica. se meu lar é minha cabeça ninguém me domina.

O mundo provavelmente é mais engraçado pras pessoas que não vivem aqui.

...já é dia lá fora.

Talvez o diálogo abaixo nem tenha muito sentido, ou não seja muito atrativo a outros olhos. Mas desde a primeira vez que o li fiquei abismado, perplexo...volta e meia me encontro em situações de dúvida, e onde geralmente se vê preocupação, eu vejo comédia...como buscar uma certeza numa loteria de possibilidades? Como em outro dia, discutíamos qual instrumentos usar para fazer um som que não sabemos descrever ao certo...

Então vamos ao diálogo. Alice acaba de conhecer o Gato de Cheshire, e ela começa:

"O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?"
"Isso depende muito de para onde você quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importo muito para onde...", retrucou Alice.
"Então não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
"...contanto que dê em algum lugar", Alice completou.
"Oh, você pode ter certeza que vai chegar", disse o Gato, "se você caminhar bastante."

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Diário

Então às vezes eu me pergunto: "mas porque eu insisto? porque fazer isto?"; logo percebo que não existe amar muito, nem amar pouco: existe amar.

Cada um busca suas respostas. 'se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas'. Mas como colocar numa balança prazer de um lado e esforço de outro, querida Alice??? Pior que fazemos isso...

Sigo em frente, uma pequena conversa já me deixa mais calmo. As coisas sempre são mais simples do que eu imagino, tento me lembrar desta frase sempre.

"A realidade é que não te amo com meus olhos que descobrem em ti mil falhas, mas com meu coração, que ama o que os olhos desprezam." William Shakespeare

se não tivesse chovendo tanto

o ritmo entornando não era meu, não era minha aquela mania imprecisa de amenizar dores, não era minha aquela sorte, nem aquela dor colada na minha pele...eu poderia dizer qualquer coisa, mas nenhum som faria sentido... não eram minhas aquelas coisas... como um mérito conseguido e que não merecemos, ou uma chuva que banhou um beijo em quem se gostava mas agora você só lembra do resfriado que pegou.... não são minhas essas lembranças, essa história, minhas mãos teimosas segurando possíveis passados como num filme ruim que se acompanha por não ter mais nada o que fazer...
o ritmo entornado não era meu, mas o que você gostaria de fazer agora se não tivesse chovendo tanto?

Chocolate é melhor que sexo, segundo as pesquisas de cientistas que certamente não fazem sexo, nem usam chocolate durante o sexo...
(Luiz)...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

terra prometida ( mas ninguém prometeu (?) )

de certa forma ela adivinhava como agir comigo. calma, transparência e o melhor de tudo; inexatidão. ia retirando suavemente camadas e camadas de passados remotos, exatamente como restauradora de imagens antigas. e daí se o que fosse perdido fosse pra sempre? tinha-a alí, debruçada sobre mim, calculando sem cuidado algum equações imaginárias, sorvendo sofregamente meus juizos secretos e impróprios, limitando o alcance da razão, pondo fogo em minhas têmporas e em meu peito. deslizando lentamente seu mel em doses diárias, rejeitando minhas virtudes atrasadas, querendo apenas aquele riso fugido, sem ordem ou resistência. meu sono precário a embalava, turbante de silêncios coloridos, e saber não se sabia quem era o último a ceder.
a grama verde substituiu o chão de vidros picados, o céu de chumbo grosso abriu-se em suaves marteladas.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Simone
Tinha o sonho de ser arquiteta
Queria criar sonhos de lugares, lugares em sonhos
Mas, só desenhava o que já estava pronto, não tinha talento para construir
Tocava seu saxofone e fazia natação, pensava nisso como hobbies, que um dia poderiam leva-la a mundos distantes, como uma artista internacional...
Voltava a terra rapidamente...
Pensou na geografia, mas viu que os lugares bonitos não eram acessíveis pra todos
E que existia também a geografia da fome...
Bem, Simone a vida tá passando, decida-se logo...
Lembrou-se dos lugares antigos, e viu na história a solução
Mas, tanta dor e sangue manchavam os textos que lia e os lugares que imaginava
Simone decidiu se esconder nos números, onde não havia lugares
Tinha nauseas quando contavam pra ela sobre paisagens...
Quando será que Simone perdeu a esperança
E decidiu fazer administração?
É... o mundo precisa de administradores, mas Simone só precisava de asas...

(Homenagem a uma amiga do segundo grau que desmaiava nas aulas de História e Geografia)

ok, ok, você venceu...

Percebi que chorava. Ninguém perguntou porque, nem te recriminaram
As pessoas aqui são diferentes...
Chorou por tanto tempo e ninguém te consolou, continuamos falando bobagens
E seu rosto misturava as sensações
E seu rosto era tão lindo, tão frágil...
Eu me segurava, pois não sou igual a vcs, gosto de consolar, de cuidar, de explicar...
Mas, admirava tanto teu pranto
Era tanto sentimento difuso que rolava em cada lágrima
Que não queria atrapalhar, me envolver, ou fazer parte delas
Eram bonitas assim, desnudas, sem sentido para mim
De repente, parou, voltou-te a rir
Mas, nunca como uma criança...
Porque não sabes rir como uma criança, se teu pranto é tão infantil??

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

se desce a lona vira circo, se cerca, vira hospício.

pode parecer estranho....
mas estou cansado das pessoas tomarem por virtudes meus defeitos.

pequenas notas dramáticas

Creio que podemos baixar a responsabilidade penal para cinco anos de idade. Nada mudará enquanto não entendermos que todos os brasileiros fazem parte da democracia, e ela, constitucionalmente, exige direitos, oportunidades e deveres iguais para todos.


texto do jornalista que ainda usa o cérebro e a dignidade para escrever, Fausto Wolff.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Hoje faz exatamente um ano do dia mais foda da minha vida até hoje.






















Foi só um show. Só.

parado no ponto de ônibius lamentei não o ônibus perdido, mas alguém especial que sei que conheceria lá dentro... percorrir durante muito tempo a rota de colisão com esta pessoa, pensei que teria chegado a hora de nos esbarrarmos... talves eu teria dito à alguém que acabei de conhecer: sonhei contigo ontem. e ela responderia: eu também. acho que é uma espécie de delírio, que eu relmente sinto muito por quem não o tem, mas... me disseram que sempre estamos atrás de nós mesmos, de alguma forma, e ao esbarrarmos em alguém reconhecemos nela essa fagulha incendiária que ainda não sabemos como chamar... a rota de colisão esta lá, e para quem, como eu, não acredita em estradas paralelas, um dia elas se cruzam....
cara, nem sei de onde veio isto, sei lá, muito otimismo pra mim, deixa eu postar logo antes que perca a corag

my own pet virus

você esteve aonde? você esteve aonde quando eu quebrei meu ninho?
eu não sabia voar e não tinha aceito o amor como parte da vida.
pus sal na ferida e remoir a culpa, desculpa, não posso dividir isto contigo.
é informação demais, são muitos mitos de doênças incuráveis e eu sou incurável. sou meu próprio vírus de estimação.

domingo, 3 de dezembro de 2006

O mar e a rima



adentrava o mar a rima,


em seu vestido branco,


debaixo dele so sua pele nua


e o mar sempudor mostrou ao mundo


acomo a rima veio


linda, pura, sem desejo


apenas um anseio


de ser mais que uma rima


"Não há desespero em vão
Se ela quer voar
É porque tem asas
É porque tem asas"...

exercício medonho de contradição explícito

o que quis dizer naquela hora é
que a estrada sempre vai doer,
não interessa se não há como evitá-la.
entendo agora o sentido distorcido dos
teus passos errados
mas também não acho graça em se auto-sabotar,
como as religiões cristãs sempre a lembrar um sacrifício medonho.
a beleza de tudo é a certeza de nada.
é só porque estou perdido que procuro outro ritmo.

A menina do pote de ouro sorriu com olhar debochado e virou...
Ouvimos as histórias do tempo da nossa avó
E sempre achamos que elas são as melhores.
Concorrências... o antigo sempre é melhor,
O de fora sempre é melhor,
Nada nosso presta...
Chegou a hora de encarar de frente a menina,
Zombar da tua cara!
Escarrar no teu rosto!
E depois abraça-la.
Conselhos nunca antes manifestados...
Para que te serve a nostalgia?
Repudiar e pensar o novo é o que devemos fazer.
Agarre a menina!!!
Ah, agora entendi, deve ser por isso que gostam de Trance...
Bem, não precisa exagerar...

Conversa cristã

- Sim, vamos falar de mim...
O que mais sei fazer além de falar de mim?
- Bem, então vamos falar do mundo?
- O mundo... Quando ouço um palavrão acho belo.
A válvula, o escape, dá tesão...
- voltamos a vc... que bom, pelo menos falou...
- Hj recebi uma informação prestimosa,
os cientistas descobriram que fazer sexo acelera o envelhecimento.
- Esses cientistas não tem mais o que fazer??
Poderiam transar ao invés de perder tempo descobrindo essas coisas...
Ah, fodam-se os cientistas...

sábado, 2 de dezembro de 2006

ainda tem aquele gosto, persistente, travando comportamentos novos... ainda tem lembraças diabéticas... que nuncam curam... sem outra maneira de dizer, continuo assim.
portão tetânico de tua casa, teu sorriso estranho, mas tu, casta.
ainda não entendo tua última prece: "se apresse, sou eu aqui".
ainda corro os mesmos perigos e me disseram antes: "idiota, você não pode controlar isso sozinho".
têm sido assustadores os tchaus sussurrados que tenho ouvido... tem sido desnorteante o farol que me indica o rumo, tem sido assim... o que fazer? não estou reclamando...
ainda tenho a paralisia dos que movem o mundo... do puro-sangue que puxa carroça.

Caeiro transfiguração... ela disse assim...
saí incólume, inteiro... nem eu acreditava ser possível, devo adimitir.
um pouco de fé não me faria mal. mas as coisas andam tão estranhas.