sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

"Veio até mim,
Quem deixou me olhar assim?
Nem pediu minha permissão
Não pude evitar, tirou meu ar, fiquei sem chão"
Era tudo tão facil, você pegou minhas mãos e eu aceitei
Os dias foram correndo, rápidos demais
E eu não tinha tempo, nem pra pensar se era certo ou errado
Sabia que estava feliz
A sua confiança trazia ao meu coração fins de disritmia
E sonhos pro futuro.
Porém, a ingrata cismava em voltar
Essa mania de nostalgia que sempre me atrapalha
Apesar de achar que meus olhos ficam mais bonitos assim, naturalmente umidificados.
Não consegui encarar a felicidade como algo cotidiano
Tive necessidade de expor meus sentimentos em poesia, o que não te agradava...
Acredite em mim, meus sentimentos também não me agradam,
Porque eles são muito inconstantes, como numa roleta russa
Estão entre o passado e o futuro, o que já foi e o que será
Tudo sempre depende do disparo e do alivio.
Você se magoou com meus constantes lapsos do passado,
minha pele branca e olhos de melancolia...
Não importou meu sorriso sempre fiel
e a frase derradeira: Eu te amo...
Agora você também conta um pedacinho dos meus olhos
Sem querer, se tornou o que tanto tinha ciúmes
É parte da minha nostalgia...

"A recordação é uma traição a natureza
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar"...

vou ser feliz e já volto

despeço-me de ti, minha tristeza,
agora vou ao aceno da alegria,
não importa o rumo, pois, nem se há beleza,
vou tentar apenas nova aliança.


ao aceno da alegria...

para o fim de ano, nada melhor que ir para o lugar onde
o tempo teima em passar em um tempo próprio...Trindade.

aos que não posso carregar, abraços distantes, se tanto bastar.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Violência e cura

Sons que dilaceram as mentes; Vozes que açoitam os corpos; Ruídos e mais ruídos que estrondam sem possibilidade de percepção das suas direções. A multidão de surdos expressa berrando suas idéias e opiniões. Barulhos, BARULHOS, GRITOS, GRITOS, GRITOS!!!
Ainda há como recuperar o silêncio para manter a sanidade, estabelecer o diálogo ?

Ainda há lugar para o silêncio hoje ?

O silêncio precisa manifestar-se, não se pode mais impedi-lo.

O QUE FOI ? ALGUM PROBLEMA ? O QUE ESTÁ ACONTECENDO ? TUDO BEM ?

Mas o amor não se manifesta nos silêncios ? Na dança dos corpos ?
A verborragia é inimiga do amor.

Só o silêncio é preciso. E impreciso.
O silêncio do toque, o silêncio do olhar, do aperto no peito, da saudade e do gozo, da tristeza e da alegria.
Como entender estes silêncios ?
Não é preciso. Basta permitir que o silêncio se manifeste sem ponto final

Os melhores de 2006

Bem, segue uma lista do que foi pra mim, bom em 2006:
-Gram, segundo album melhor que o primeiro
-Ludov, parecia sem sal, mas tem gosto
-cordel do fogo encantado, sem comentarios
-youtube, virou febre, e caiu no gosto do google
-myspace, agora sabemos de onde vira algumas bandas famosas nos proximos meses
-flirck, melhor album de fotografias on-line
-trindade, ninguem dorme, e ninguem continua dormindo
-futurama, mesmo tendo ja terminada, a serie rendeu frutos, possivel volta em 2007
-laboratorio submarino, louco, non-sense, bizarro
-frango-robo, a perca da inocencia pode ser boa coisa as vezes
-radiohead, boatos que so foram boatos, possiveis boatos novos no futuro
-cansei de ser sexy, loucura juvenil do seculo 21
-Karina bacchi com seu piercing grelado
-A reeleicao de Lula, na boa, antes ele que o alckmin...
-A copa, pois nao trabalhava nos dia de jogo do brasil
-E, logico, THIAGO entrando na era digital, essa num ia passar em branco, uahuhauahau..
Bem, e isso....

à propósito...

nem era importante, nem insubstituível, nem sei lá o quê mais... era impróprio, e isso dominava meu peito e vontade. impróprio. existe uma obrigação velada em ser/estar/parecer feliz, eu tinha mais que isso... nem era importante, era impróprio. nisso consiste a resistência amarga que muitos têm ainda hoje, com truques e regalias várias... eu sou impróprio... eu sou um homem são, abandonem o meu caso.

a felicidade é um estado imaginário.

"foi com trinta e cinco anos que larguei tudo e fui morar no interior da nação. o dinheiro que havia juntado em seis anos foi suficiente pra eu comprar uma pequena fazenda e uma vaca leiteira, a minha cíntia. na fazenda, eu plantava maconha, e era disso que vivia; era, portanto, agricultor, ou traficante, se preferir".

leitura de fim de ano: "húmus", de paulo bullar.... tosquérrimo, mas maneiro.

Amigos, Trindade continua lindo, Trindade continua sendo...















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Pekinha, meu 25 de dezembro: não teve nada demais, sempre exercitando a capacidade de ignorar o como as pessoas insistem em acreditar que "Deus me deu isso, Deus me deu aquilo..."
Fiquei quieto e tal... comi um pouco e nem pensei muito nas coisas...

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Strokes, muito bom. Incrível, simples, divertidíssimo. Estou fascinado.

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Mombojó, outra coisa maneira. O primeiro álbum é ótimo, a começar pela sinceridade do nome, "Nadadenovo". Apesar de ser uma misturada danada, é muito bom esse álbum.

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Ver os defeitos do mundo é fácil demais, estou agora desesperadamente procurando os meus. "É esse cara no espelho que eu quero quebrar".

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

cansaço maior o do coração.

você pareceu-me tão cansada
que eu não quis desaponta-la ainda mais
sua chama parecia tão gasta
que eu poderia tentar acender
mas por mais que eu corresse o mundo
não teria combustível.

e eu apenas deixei passar o tempo
quem sabe ele poderia me fazer mudar
você quer, eu acho, e eu lamento.

agora estou distante de tudo
quem sabe posso começar tudo de novo
não estou com medo, mas devo dizer
que meu coração o sente.

você parecia cansada e eu
não quis estragar tudo
e você percebeu meu coração
como estava gasto.

segurei o medo e
agora ele me segura.

você parecia cansada, talvez
meu cansaço a tivesse atingido
cansaço maior o do coração
pois eu não sei o que acontece.
você parecia cansada e eu
fui ao inferno com minha guitarra mal tocada
você parecia comigo e
dor maior senti, pois te beijei e fiz um
carinho
sem saber que era o fim do caminho.

responsabilidades que o esquecimento tece.

nem acreditei que tinha acabado, depois, uma espécie de alívio.outros foram mais meus amigos do que eu mesmo, nem mesmo sabia o que dizer. fui exatamente o que não devia, mas acabou, hoje reconheço a cara assustada refletida incomodamente no espelho. não queria partir seu coração, mas o meu, cuidado nenhum o confortava. e, para quem pensou a vida inteira que não merecia nada, vou me dando bem à minha própria maneira. responsabilidades que o esquecimento tece.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O Natal...

As adiposidades perceptíveis enquanto comiam mais e mais
eram só o que sabiam fazer comer e humilhar
Gritavam palavras de amor e fraternidade vãs
Sem sentido, me diziam: tente aproveitar algo disso
Eu não tentei, por poucos momentos não quiz me encaixar
Fingir a adolescente rebelde nem fazia mais sentido
Mas, era só o que eu queria
Ser a excluida daquele ritual
Não cantei, dei poucos abraços e dormi cedo
E você... Como foi o seu 25 de dezembro?

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Os pensamentos estão jogados num imenso branco
Eles não sabem o que fazer, como se encontrarem,
para fazer sentido e levar em consideração seus principios
Eles não estão confusos, simplesmente não existem
As pessoas começam a perceber que algo frio acontece
E que você não possue amor, mas que tenta descompensadamente sentir
Esse nojo será algum tipo de trauma?
Esses conselhos fazem todo o sentido do mundo,
mais ainda assim precisa de provas
Precisa de um beijo do mundo...
Algo de fácil... Algo sem choros...

domingo, 24 de dezembro de 2006

Absurdos-1

Eu estava com um texto enorme pra escrever aqui,mas acho que posso sintetiza-lo da seguinte maneira:
" Estou me acostumando com a idéia que miséria virou um adjetivo de cultura no Brasil "

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

feliz natal?

fui embora pra cidade, parecia uma espécie de revolução aquele movimento, mas era apenas as pessoas exercendo uma das poucas atividades que elas ainda têm a liberdade de fazer: compras.
ditadura do mercado... a última escolha que temos é a forma de pagamento.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Picaretas com anel de doutor merecem a guilhotina!

Há alguns dias o Congresso Nacional brasileiro surpreendeu a todos nós com um absurdo aumento de 91% em seus próprios salários. E ainda fizeram isso através de votação das mesas da Câmara e do Senado, evitando o desgaste de uma votação nominal em plenário.
Por enquanto o Supremo Tribunal Federal está conseguindo barrar esta roubalheira, mas não sabemos até quando. Precisamos de 10 milhões de assinaturas neste abaixo assinado para que seja criada uma lei que impeça definitivamente este descalabro.Acesse http://www.petitiononline.com/oeleitor/ e participe agora mesmo, vamos nos mobilizar.
Ah! e não deixe de passar essa informação adiante, colabore!
Os 26 parlamentares responsáveis pela aprovação da medida no Congresso são os seguintes:
Aldo Rebelo (PC do B-SP)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Jorge Alberto (PMDB-SE)
Luciano Castro (PL-RR)
José Múcio (PTB-PE)
Wilson Santiago (PMDB-PB)
Miro Teixeira (PDT-RJ)
Sandra Rosado (PSB-RN)
Coubert Martins (PPS-BA)
Bismarck Maia (PSDB-CE)
Rodrigo Maia (PFL-RJ)
José Carlos Aleluia (PFL-BA)
Sandro Mabel (PL-GO)
Givaldo Carimbão (PSB-AL)
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Inácio Arruda (PC do B-CE)
Carlos Willian (PTC-MG)
Mário Heringer (PDT-MG)
Inocêncio Oliveira (PL-PE)
Demóstenes Torres (PFL-GO)
Efraim Moraes (PFL-PB)
Tião Viana (PT-AC)
Ney Suassuna (PMDB-PB)
Benedito de Lira (PL-AL)
Ideli Salvatti (PT-SC)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

pedras, cadáveres e cerveja

sei lá, parecia nítido, de qualquer forma era fácil de imaginar. não demorou muito para surpreender amigos e eventuais namorados, ele se foi. as pedras, sempre certeiras, voavam satisfeitas... novo, muito novo, cadáver ainda bonito, estranharam a roupa preta dele, o único enlutado... dois anos depois, churrasco e cerveja marcavam seu novo aniversário, sim, agora tinha duas datas especiais, comemoradas religiosamente...assim é melhor, diziam, assim que gostaria... tão poucos souberam.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Mais um da Flora Figueiredo

Na dúvida, faça.
O risco faz parte.
A graça está em tentar, em vez de sentar e assistir;
o mundo está em esticar-se todo para atingir;
o mundo está no desafio da interrogação.
E porque não?
Entre na festa, arranque a capa, morda a maçã.
Desate o cinto para voar livre pelo amanhã, ainda que ele seja um labirinto.
deixe o ID rolar
Nesta arte viva de arriscar, cônscio e devoto.
Pois que viver não é entrar no mar onde dá pé,
mas mergulhar com fé no maremoto.
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Acredito nisso, mesmo sendo expontânea até hoje me arrependi de muito pouco do que eu fiz...
"Na dúvida, FAÇA"

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Curta Petrobrás às 6

A quem interessar possa:

Todo dia, há uma sessão de 3 a 4 curtas brasileiros de vários autores no cinema do Unibanco Arteplex. Fui ontem, e gostei muito. Vi:

- Carregar uma criança (maneiro)
- O amor do palhaço (maneiro)
- O monstro (foda)
- Nada a declarar (fodaço, vejam este filme!!!)

Esses 4 filmes ficam em cartaz até dia 02/01, e no dia 05/01 entrarão outros filmes. A sessão começa 18h e temina por volta de 18:40h. A entrada custa R$ 0 (100% grátis), basta ir na bilheteria e pegar suas entradas. O Unibanco Arteplex fica na Praia de Botafogo, 316, perto da Casa & Vídeo.

domingo, 17 de dezembro de 2006

Meus 2 centavos - 1° edição

Nessa 1° edição:
Os Simpsons - o filme:

Ja ta rolando na net ha algum tempo os 2 trailers oficiais
do filme da familia amarela de 4 dedos nas mãos ( e não são
parentes do Lula ) . Os simpsons - o filme tem estréia prevista
para junho do ano que vem nos E.U.A.
Para ter mais detalhes acesse o site oficial
thesimpsons.com

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Boatos sobre radiohead no Brasil...de novo:

O canal de rock do portal Terra anunciou essa semana que uma empresa brasileira ligada
a espetaculos esta interessada em trazer thom yorke e sua trupe para o Brasil.
Além de outros nomes como aerosmith, resta agora saber se vai realmente acontecer a vinda da
banda opu se vai ficar so no boato novamente.
mais detalhes em :
Canal rock

dentro em breve mais uma edição de meus 2 centavos...

O individualismo das certezas pessoais...

Já me contaram segredos
Criaram confianças inesquecíveis
Laços infinitos
Como adoro essa palavra... "infinito"
Adoro simplesmente porque não conheço nada que seja, além de operações matemáticas
Que considero nada...
Os braços em que posso me apoiar são tão móveis, me levam de um lado para o outro
E até somem, quando necessário, para que possa descobrir o caminho sozinha...
E eu sempre descubro, porque conselhos só são bons para refletirmos, mas não para considerarmos a solução
A solução é sua, de mais ninguém...
O encarar é seu, não é de mais ninguém...
Acredite, Eu também sei que o travesseiro está gostoso, eu sei até que a cama é macia
E que a tristeza não resiste aos cabelos ao vento
Mas, essa cama e esse vento precisam ter um sentido
O absurdo é até bonito, mas não traz paz ao coração
O absurdo são só momentos em que viramos pássaros
E não conseguimos ser pássaros sempre
Nascemos para ser humanos, infelizmente
E humanos tem pernas, e varizes nas pernas
Tão roxas que chegam a sangrar.

mais uma vez

às vezes é melhor deixar a onda passar,
às vezes é melhor virar a página e recomeçar,
tudo de novo... tudo de novo... mais uma vez...
às vezes é melhor sorrir que imaginar,
às vezes é melhor não insistir e deixar rolar,
e tratar as sombras com ternura, o medo com ternura,
e esperar...
às vezes é melhor deixar o grito escapar,
às vezes é melhor perder o controle e desabar,
e quebrar todas as promessas... todas as promessas...
e atacar...
e quebrar todas as promessas... todas as promessas...


lobão

sábado, 16 de dezembro de 2006

livres de nada

foi sem permição que me aventurei em mais um território desconhecido, ternura e comoção mantidos mas método arruinado, nem posso culpar-me, a intenção era ótima, mas dos despinhadeiros sempre guardei uma distância preocupante, nem temendo a queda e nem procurando-a... estante de setimentos gastos, poeira assentada, lustres desfocados... depois de tudo aquilo, nenhuma palavra otimista de nenhuma lenda...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

mais um mentiroso (eu)

não tenho defesas. olho cada rosto, um de cada vez. evidencia-se a falência de muitos sonhos. meus, é claro. a descrênça, as desculpas e a revolta, são minhas. as pedras que voam, porém, não partiram de minhas mãos. sempre ocupadas afagando alguém. não quero mais, estou deixando pra trás. meus sonhos, minha culpa, minha dor de cabeça, chega! está na hora da celebração, nem que seja da ignorância vestida de êxito inútil. "espanta que tanta gente minta descaradamente a mesma mentira".

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

temos muito pouco tempo

passou assim, sempre com as mesmas palavras, soltas, volúveis (seres volúveis), acompanhei um pouco constrangido o movimento... amarguei duras derrotas como se numa épica batalha imaginária, de tolos heróis banhados em sangue anônimo, todos temos um pouco de culpa... ficou, sempre fica, um gosto revoltado de glórias injustas, de pesos mortos, de tantos mortos... dores no ouvido, charco no pântano enganoso das palavras duras, tão tuas, pouco exatas... acho que nunca soube o que fazer, mas agora o charco é imenso e algo precisa ser feito... temos muito pouco tempo, acreditem, muito pouco.

é necessário imaginar sísifo feliz

o homem absurdo

se stavroguine acredita, ele não acredita que acredita.
se ele não acredita, não acredita qu não acredita.

dostoievski, os possessos

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Divirtam-se, ora pois.

domingo, 10 de dezembro de 2006

noite chapada

deixa mesmo assim, eu sei exatamente o que sei, não o que gostaria de saber...
assim, fica combinado, eu de um lado e você respeitando...
tudo certo: é nosso diálogo, não falo por mim, falo por aquém de mim...
estou assim, exatamente como falou que estaria: detonando s pedras inocêntes daquele penhasco mais alto.

Moulin Rouge

"Alguém sabe dizer para que vivemos?
O que quer que aconteça
Deixamos tudo ao acaso
Outro coração partido
Outro romance fracassado
Continuamente
Alguém sabe dizer para que vivemos?
O show tem que continuar
Lá fora, a aurora está iluminando o palco
Que encerra nosso destino final.
O show tem que continuar
Dentro, meu coração está partido
Minha maquiagem pode estar borrada
MAS, MEU SORRISO É O MESMO
o show tem que continuar
Vou chegar ao topo, alcançar o sucesso
Preciso encontrar forças pra continuar
Adiante com o show"

Hj pela décima vez eu assisti Moulin Rouge, não canso de assistir...
Quando Satine canta essa música eu a acompanho,
pensando que o show da vida tem que continuar
Por mais que o coração se despedace
O sorriso deve estar lá
Somos todos atores
Tentando ser felizes de verdade por alguns segundos
Mas, alguém pode me dizer porque vivemos??
O enredo não importa, o que mexe comigo na vida são as imagens e os diálogos...
Adiante com o show, Clayciane...

Um lugar

Vi um filme, e um documentário; escutei uma música. Foi o suficiente para perceber que preciso passar um pedaço dessa minha vida nesse lugar chamado Argentina. Não sei e nem quero saber explicar o porquê, só quero sentir.

Claro que não sei quando, nem como, mas isso é detalhe. Só sei que quero ir até lá, e ver o céu deles, procurar uma diferença nisso. Quero ouvir as vozes das pessoas, parar num bar, conversar com alguém.

Quero andar nas ruas, comprar pão, ligar o rádio em todas as estações. De manhã, posso ir numa praça, ver os idosos a caminhar e as crianças a brincar. Almoçar num restaurante qualquer, o primeiro que aparecer. De noite, posso até me atrever a dançar.

E depois, eu quero voltar.

sábado, 9 de dezembro de 2006

"Everybody's Gotta Learn Sometime"

"Feliz é a inocente vestal; Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças; Toda prece é ouvida, toda graça se alcança." ( Alexander Pope )

o extremamente determinado pode conter a indeterminação.

foram três tiros. a direção não importa, para sobreviver melhor muitos se matariam ( e aí está a piada ). tiros, três, provavelmente em nossa direção. não importa se foram tiros portanto que não na nossa direção. três, não importa a direção ou se foram tiros. poderiam ser dois, quatro. mas não, três.
o extremamente determinado pode conter a indeterminação.
dificuldade de nomear, ausência de procedimento, inexatidão de forma. foge das mãos, escapole entre os dedos, derrete-se no asfalto, queima as narinas, atropela as palavras.
aqui pra alí, o espaço engana. nem tudo é física mas nada é metafísica. tudo embaralha mas tudo fica. se meu lar é minha cabeça ninguém me domina.

O mundo provavelmente é mais engraçado pras pessoas que não vivem aqui.

...já é dia lá fora.

Talvez o diálogo abaixo nem tenha muito sentido, ou não seja muito atrativo a outros olhos. Mas desde a primeira vez que o li fiquei abismado, perplexo...volta e meia me encontro em situações de dúvida, e onde geralmente se vê preocupação, eu vejo comédia...como buscar uma certeza numa loteria de possibilidades? Como em outro dia, discutíamos qual instrumentos usar para fazer um som que não sabemos descrever ao certo...

Então vamos ao diálogo. Alice acaba de conhecer o Gato de Cheshire, e ela começa:

"O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?"
"Isso depende muito de para onde você quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importo muito para onde...", retrucou Alice.
"Então não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
"...contanto que dê em algum lugar", Alice completou.
"Oh, você pode ter certeza que vai chegar", disse o Gato, "se você caminhar bastante."

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Diário

Então às vezes eu me pergunto: "mas porque eu insisto? porque fazer isto?"; logo percebo que não existe amar muito, nem amar pouco: existe amar.

Cada um busca suas respostas. 'se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas'. Mas como colocar numa balança prazer de um lado e esforço de outro, querida Alice??? Pior que fazemos isso...

Sigo em frente, uma pequena conversa já me deixa mais calmo. As coisas sempre são mais simples do que eu imagino, tento me lembrar desta frase sempre.

"A realidade é que não te amo com meus olhos que descobrem em ti mil falhas, mas com meu coração, que ama o que os olhos desprezam." William Shakespeare

se não tivesse chovendo tanto

o ritmo entornando não era meu, não era minha aquela mania imprecisa de amenizar dores, não era minha aquela sorte, nem aquela dor colada na minha pele...eu poderia dizer qualquer coisa, mas nenhum som faria sentido... não eram minhas aquelas coisas... como um mérito conseguido e que não merecemos, ou uma chuva que banhou um beijo em quem se gostava mas agora você só lembra do resfriado que pegou.... não são minhas essas lembranças, essa história, minhas mãos teimosas segurando possíveis passados como num filme ruim que se acompanha por não ter mais nada o que fazer...
o ritmo entornado não era meu, mas o que você gostaria de fazer agora se não tivesse chovendo tanto?

Chocolate é melhor que sexo, segundo as pesquisas de cientistas que certamente não fazem sexo, nem usam chocolate durante o sexo...
(Luiz)...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

terra prometida ( mas ninguém prometeu (?) )

de certa forma ela adivinhava como agir comigo. calma, transparência e o melhor de tudo; inexatidão. ia retirando suavemente camadas e camadas de passados remotos, exatamente como restauradora de imagens antigas. e daí se o que fosse perdido fosse pra sempre? tinha-a alí, debruçada sobre mim, calculando sem cuidado algum equações imaginárias, sorvendo sofregamente meus juizos secretos e impróprios, limitando o alcance da razão, pondo fogo em minhas têmporas e em meu peito. deslizando lentamente seu mel em doses diárias, rejeitando minhas virtudes atrasadas, querendo apenas aquele riso fugido, sem ordem ou resistência. meu sono precário a embalava, turbante de silêncios coloridos, e saber não se sabia quem era o último a ceder.
a grama verde substituiu o chão de vidros picados, o céu de chumbo grosso abriu-se em suaves marteladas.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Simone
Tinha o sonho de ser arquiteta
Queria criar sonhos de lugares, lugares em sonhos
Mas, só desenhava o que já estava pronto, não tinha talento para construir
Tocava seu saxofone e fazia natação, pensava nisso como hobbies, que um dia poderiam leva-la a mundos distantes, como uma artista internacional...
Voltava a terra rapidamente...
Pensou na geografia, mas viu que os lugares bonitos não eram acessíveis pra todos
E que existia também a geografia da fome...
Bem, Simone a vida tá passando, decida-se logo...
Lembrou-se dos lugares antigos, e viu na história a solução
Mas, tanta dor e sangue manchavam os textos que lia e os lugares que imaginava
Simone decidiu se esconder nos números, onde não havia lugares
Tinha nauseas quando contavam pra ela sobre paisagens...
Quando será que Simone perdeu a esperança
E decidiu fazer administração?
É... o mundo precisa de administradores, mas Simone só precisava de asas...

(Homenagem a uma amiga do segundo grau que desmaiava nas aulas de História e Geografia)

ok, ok, você venceu...

Percebi que chorava. Ninguém perguntou porque, nem te recriminaram
As pessoas aqui são diferentes...
Chorou por tanto tempo e ninguém te consolou, continuamos falando bobagens
E seu rosto misturava as sensações
E seu rosto era tão lindo, tão frágil...
Eu me segurava, pois não sou igual a vcs, gosto de consolar, de cuidar, de explicar...
Mas, admirava tanto teu pranto
Era tanto sentimento difuso que rolava em cada lágrima
Que não queria atrapalhar, me envolver, ou fazer parte delas
Eram bonitas assim, desnudas, sem sentido para mim
De repente, parou, voltou-te a rir
Mas, nunca como uma criança...
Porque não sabes rir como uma criança, se teu pranto é tão infantil??

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

se desce a lona vira circo, se cerca, vira hospício.

pode parecer estranho....
mas estou cansado das pessoas tomarem por virtudes meus defeitos.

pequenas notas dramáticas

Creio que podemos baixar a responsabilidade penal para cinco anos de idade. Nada mudará enquanto não entendermos que todos os brasileiros fazem parte da democracia, e ela, constitucionalmente, exige direitos, oportunidades e deveres iguais para todos.


texto do jornalista que ainda usa o cérebro e a dignidade para escrever, Fausto Wolff.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Hoje faz exatamente um ano do dia mais foda da minha vida até hoje.






















Foi só um show. Só.

parado no ponto de ônibius lamentei não o ônibus perdido, mas alguém especial que sei que conheceria lá dentro... percorrir durante muito tempo a rota de colisão com esta pessoa, pensei que teria chegado a hora de nos esbarrarmos... talves eu teria dito à alguém que acabei de conhecer: sonhei contigo ontem. e ela responderia: eu também. acho que é uma espécie de delírio, que eu relmente sinto muito por quem não o tem, mas... me disseram que sempre estamos atrás de nós mesmos, de alguma forma, e ao esbarrarmos em alguém reconhecemos nela essa fagulha incendiária que ainda não sabemos como chamar... a rota de colisão esta lá, e para quem, como eu, não acredita em estradas paralelas, um dia elas se cruzam....
cara, nem sei de onde veio isto, sei lá, muito otimismo pra mim, deixa eu postar logo antes que perca a corag

my own pet virus

você esteve aonde? você esteve aonde quando eu quebrei meu ninho?
eu não sabia voar e não tinha aceito o amor como parte da vida.
pus sal na ferida e remoir a culpa, desculpa, não posso dividir isto contigo.
é informação demais, são muitos mitos de doênças incuráveis e eu sou incurável. sou meu próprio vírus de estimação.

domingo, 3 de dezembro de 2006

O mar e a rima



adentrava o mar a rima,


em seu vestido branco,


debaixo dele so sua pele nua


e o mar sempudor mostrou ao mundo


acomo a rima veio


linda, pura, sem desejo


apenas um anseio


de ser mais que uma rima


"Não há desespero em vão
Se ela quer voar
É porque tem asas
É porque tem asas"...

exercício medonho de contradição explícito

o que quis dizer naquela hora é
que a estrada sempre vai doer,
não interessa se não há como evitá-la.
entendo agora o sentido distorcido dos
teus passos errados
mas também não acho graça em se auto-sabotar,
como as religiões cristãs sempre a lembrar um sacrifício medonho.
a beleza de tudo é a certeza de nada.
é só porque estou perdido que procuro outro ritmo.

A menina do pote de ouro sorriu com olhar debochado e virou...
Ouvimos as histórias do tempo da nossa avó
E sempre achamos que elas são as melhores.
Concorrências... o antigo sempre é melhor,
O de fora sempre é melhor,
Nada nosso presta...
Chegou a hora de encarar de frente a menina,
Zombar da tua cara!
Escarrar no teu rosto!
E depois abraça-la.
Conselhos nunca antes manifestados...
Para que te serve a nostalgia?
Repudiar e pensar o novo é o que devemos fazer.
Agarre a menina!!!
Ah, agora entendi, deve ser por isso que gostam de Trance...
Bem, não precisa exagerar...

Conversa cristã

- Sim, vamos falar de mim...
O que mais sei fazer além de falar de mim?
- Bem, então vamos falar do mundo?
- O mundo... Quando ouço um palavrão acho belo.
A válvula, o escape, dá tesão...
- voltamos a vc... que bom, pelo menos falou...
- Hj recebi uma informação prestimosa,
os cientistas descobriram que fazer sexo acelera o envelhecimento.
- Esses cientistas não tem mais o que fazer??
Poderiam transar ao invés de perder tempo descobrindo essas coisas...
Ah, fodam-se os cientistas...

sábado, 2 de dezembro de 2006

ainda tem aquele gosto, persistente, travando comportamentos novos... ainda tem lembraças diabéticas... que nuncam curam... sem outra maneira de dizer, continuo assim.
portão tetânico de tua casa, teu sorriso estranho, mas tu, casta.
ainda não entendo tua última prece: "se apresse, sou eu aqui".
ainda corro os mesmos perigos e me disseram antes: "idiota, você não pode controlar isso sozinho".
têm sido assustadores os tchaus sussurrados que tenho ouvido... tem sido desnorteante o farol que me indica o rumo, tem sido assim... o que fazer? não estou reclamando...
ainda tenho a paralisia dos que movem o mundo... do puro-sangue que puxa carroça.

Caeiro transfiguração... ela disse assim...
saí incólume, inteiro... nem eu acreditava ser possível, devo adimitir.
um pouco de fé não me faria mal. mas as coisas andam tão estranhas.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Não adianta mesmo ser livre
se tanta gente vive sem ter como viver.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Pra quem quer saber tudo sobre os EMOs.

Apesar da minha brancura incondicional e inquestionável
Sinto meus pézinhos na África
Quer dizer, mais meus olhos se encontram lá....
Como todos do mundo deviam sentir pelas mazelas já causadas naquela terra
"África, seu trono de rainha,
Vai levar a vida inteira para lhe agradecer"
Sua matéria prima, sua música... Ah, sua música...
"A música dos brancos é negra...
Os brancos ficam vermelhos e os negros ficam brancos de medo..."
Quando os negros ficam vermelhos, os brancos se escondem de medo...
Assistam o filme : "O Jardineiro Fiel"
Vale muito a pena...

Balelas, Bagatelas, Tabelas
Poços sem fundo, razões sem estradas, virtudes sem sonhos
O que ando querendo dizer, é das discussões com pouco fundamento
Do deixar de viver sem fim
Essa mania de arrepiar nem é mais bonita, já acho até triste...
Estive conversando com um amigo sobre esses arrepios, sobre estarmos fadados a conseguir ninharias, sem tanta importância para o mundo... (Pensamento que concordo, mas dentro de meu otimismo, não aceito pra mim) e ele me disse coisas tão fortes...
Nem sei se poderia divulgar suas palavras... mas agora acho vital...
"Um amigo meu me convenceu das virtudes da ignorância.
Ser ignorante é andar...
Não podemos ter o mundo
Temos que entender que somos parte insignificante dele
individualmente, não fazemos diferença
O caminho que importa, não a chegada
Tenho andado em direção às perguntas
Tem sido bom
Agora, por exemplo, estou sem seda
pergunto: o que faço?
Deixo de fumar?"
Minha resposta: Vai no vizinho.
"É uma, isso pode mudar minha vida
Ir no vizinho
Ele pode me dizer algo especial, apreender palavras"
É... precisamos bater a cabeça num mundo fora da nossa cabeça
Precisamos ir no vizinho
A mensagem vai sendo passada... de amigo para amigo, de vizinho para vizinho...
Só não podemos pensar em desistir de passá-la
Esquecer que somos uteis quando falamos, quando mostramos nossos pensamentos
Que precisamos andar, mudar...
A gente tem muita culpa da nossa felicidade
Não espero uma vida boa... O importante é o movimento...

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

agora mesmo, enquanto me decido pela dúvida, ela sorri com seus olhinhos pra mim.
isadora ainda tem certezas nessa terra desesperada, e tenta me ensinar uma oração.
ah isadora, tu então não sabes? como te explicarei meu ocaso?
deixo pra depois. fatalidades que minha vida tece.

isadora é nova, carrega no peito dores de outrora. encontrei-a pela primeira vez num passeio público, a distorcer realidades e encantar tragédias.

longos abraços de isadora, braços de ternura insuspeita, de apocalipses que nunca aconteceriam. ah, isadora, quantas rainhas destronadoas não fostes para mim? tu nem suspeitas o carinho incontido que carrego nesse peito amargo, o otimismo que nega minha inteligência sempre que procuro as razões de teu bem querer. minhas rimas imprecisas que estampam meu mal estar e que cantam tua beleza. ah, isadora, não te vás assim, tão pequena, que muito mais anárquico que bakunim são os sentimentos, não se pode galopa-los. não renegue teu colo febril à minha têmpora macia mas tensa. que daqui a mil anos seremos todos inúteis como agora, e de tábua de salvação eu abro mão de meu quinhão.

domingo, 26 de novembro de 2006

Desabafo...

Que mania estupida será essa de nunca me arrepender das coisas,
De nunca doer o coração por algo que fiz?
De não pensar nos outros, só em mim?
De querer tudo ao mesmo tempo, insana, doente.
Por quantas vezes me vi sozinha, acompanhada?
Porque será que vejo tantos rostos ao mesmo tempo, tanto desejo?
É... o desabafo...
arte de todos e promessa de quem ama....
Quanto arrepiar ainda terei que sentir na espinha
até que meu coração se aquiete?
Pensa em mim um pouco, pensa em como esse dia é dificil
E não me deixa desabar...
Segura na minha mão
Tentei não pedir desculpas depois que ela foi exigida...
E sei que vc também não queria isso...
mas é que agora se faz tão necessário
Agora, eu quero muito ser frágil
Deixei a sensibilidade entrar e nem sei que ventos a trouxeram
Então, não se perca no caminho
vem que eu preciso chorar...

"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente."
(Vinicius de Moraes)

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Renascimento

"nosso destino é estar aqui:
passamos de um solo sagrado a outro,
sob estrelas que perguntam:
imagine, por um segundo, que pudesse visitar uma vida passada.
o que gostaria de estar fazendo lá?
o que o encantaria, o faria orgulhoso?
faça essa pergunta a si mesmo e a resposta sobre o que fazer
nesta vida será tão simples que o assustará.
basta fazer o que te o encanta,
o que o faz dizer que este é você.
faça isso e estará vivo".

nunca, olhem, nunca mesmo, tive qualquer tipo de proximidade com qualquer tipo de idéia metafísica, ou algo que o valha... mas esse texto, tão perigosamente parecido com auto-ajuda (e eu sei que não é) me fez pensar de uma maneira nova... quase perigosa... o que tenho feito de tudo isso que somos?

O que você necessita destruir? e construir?

São apenas as pessoas superficiais que não julgam pelas aparências. O mistério do mundo é o visível e não o invisível. (Oscar Wilde).

Lembre-se do dia 5 de novembro. A pólvora, a traição e a conspiração.
Não vejo razão para que a pólvora da traição jamais seja esquecida.
Mas e o homem? Sei que se chamava Guy Fawkes.
E sei que em 1605, ele tentou explodir as casas do Parlamento.
Mas quem ele era na realidade? Como era?
Lembramos da idéia totalmente, mas não do homem.
Pois um homem pode fracassar.
Podem capturá-lo, matá-lo e esquecê-lo.
Mas 400 anos depois, uma idéia ainda pode mudar o mundo.
Presenciei pessoalmente o poder das idéias.
Vi pessoas serem mortas em seu nome...e morrerem defendendo-as.
Mas uma idéia não pode ser beijada, tocada ou abraçada.
Idéias não sangram, sentem dor, ou amam.
Não sinto falta da idéia e sim do homem.
O homem que me faz lembrar do dia 5 de novembro.
Um homem que nunca esquecerei.
(Filme: V de vingança)

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Noites

Nos reunimos no quintal dos fundos, as luzes apagadas e um clima de tensão, em meio a árvores e suas sombras, morcegos e outros bichos da noite
O ritual era o seguinte, rezar para que uma alma do outro mundo entrasse em nossas mentes e nos deixasse uma mensagem... Fizemos uma roda e começamos
Todos sentados de mãos dadas, pai nosso, ave-maria, agora não me lembro
Só sei que despertariamos o nosso demônio interior, e ele não seria mau, apenas nos contaria a verdade...
Mas, como me envolver em rituais, quando o meu anjo (era assim que o chamava), já estava em minha frente?
Meus olhos se intertiam com as folhas das árvores que se mexiam,
Se intertiam ao olhar seus lindos olhos e cabelos
Como eu achava lindo o meu anjo...
Como que num segredo encostava minhas pernas na dele e riamos por dentro
O nosso demonio interior já estava solto, mesmo antes de invocá-lo
Quando as pessoas começaram a se levantar, meio tontas
Contavam histórias mirabolantes do que viram, do que sentiram...
E a minha unica história era a traição, a culpa e o prazer de ter te encostado, e te trazido pra perto de mim através do toque, em movimentos que nada se pareciam com o amor que eu conhecia, só com o amor de amantes...
Bem, essa história eu não podia contar, então inventei uma...
Foi mais ou menos assim:
Estava frente a frente com meu demônio interior, ele se encontrava parado, encostado a um grande portal,
Não queria suas palavras, não queria a verdade, queria entrar com ele, queria morar com ele...
Ao chegar em frente de onde viveriamos sono eterno,
a porta foi fechada na minha cara com um severo NÃO
Mas, nem me abalei, te encontro pelo caminho...

army of me

afastado daquele caminho de lógicas prontas e pensamentos padronizados, corri perigos desnecessarios... eu, monolito vivo, arranco raizes ao mover-me...
cores aberrantes num cuidado tolo em suas palavras não obscuracem essa tua nova condição: está melhor que nunca, mas também estou...
nada pode ser dito que eu já não tenha ouvido...
estou desarmado diante de um exército de mim mesmo.

Este texto foi feito por mim, a algums anos para uma amiga maravilhosa:

"Isso chama-se procura... vc procura algo que ainda não achou... não sabe o que é... na verdade voce pprocura um especie de identidade, algo do tipo "o que vim fazer aqui?" Todos ,ou melhor,as pessoas que são "vivas" tem esse tipo de duvida... como já falei, alienado é quem não vive... vc vive e procura um porque de viver, mas vive... vc pode encontrar em varios lugares, ou encontra(ra) em varios lugares... numa pessoa...animal...objeto... naqueles momento bobos que passam rapidos... até nas horas mais intensas... relaxa... vc ainda é nova e ansiedade só enxe bolso de psicologo... eu sei muito bem disso...
Chorar... o choro é o estado mais vil da alma, pois mostra que ela existe e esta dentro de você... é bom... às vezes... mas viver é que pode ser a resposta... afinal este é o sentido...."

Podera haver sentido para outras pessoas,então disfrutem.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Recuperando o gosto

Maria, é hora de acordar, é hora de acordar!!!
Soturna, ela levanta da cama, toma o café devagar, parece não estar atrasada...
O ônibus demora, o transito tá parado,
E Maria adormece, como uma criança...
Seu trabalho a incomoda, as pessoas a incomodam,
Mas, ela não se irrita
Acha que incomodar faz parte da vida
Seus relacionamentos são instáveis, não é culpa sua...
Por ela, ficaria parada sempre no mesmo lugar
Todos cometem erros, ela diz, então porque julgar
Não sabe fazer mal, ser mau, mas que merda, o que será a palavra agredir? ela não sabe...
Porra, até eu já estou ficando puta com a Maria
Acorda, Maria, é hora de acordar!!!

Não devia me intrometer, nem queria,
Mas, afinal para que escrever se não posso me meter na vida da Maria? DEIXE DE APATIA...
Aquele grito em forma de sussurro que veio das entrelinhas, perturbou Maria
Pois bem, Maria pega a caneta, olha pro céu, pensa duas vezes
E diz: eu vou mudar! Mas, só a partir de amanhã...

....
comer não é um verbo fácil
....

ainda

recupero o fôlego do mergulho, a pedra engoliu bem mais que eu...
ainda cansado de preocurar, divirto-me lançando desafios aos falsários,
os únicos a ainda ter um pouco de solidariedade nessa cidade sem sol.
saio agradecido pelos ensinamentos que nenhum livro sagrado conhece.
e me pergunto sobre frases saidas da grécia antiga, elas entornam mais
questionamentos... esses estavam certos, mas nada demonstra que os outros
estejam errados...
ainda recupero aquele fôlego, ainda perco a paciência, ainda questiono
a explosão inicial que pôs tudo a girar incessantente.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Basta estar vivo para haver complexidade.

Como é bom descansar, não ver TV e admitir que é necessário agarrar-se em algo. Na verdade, eu até já sabia que 'alguma coisa a gente tem que amar', só que nada é tão simples de se resolver. E amor não deve ter sinônimo.

Andei um pouco na rua, só pra ver o sol. Andei devagar, não era dia de pressa. Hoje o dia foi tão devagar, ele simplesmente não acabava. Quando acabou, percebi que foi bom. E pronto.

-----

"Assim que se olharam, amaram-se;
assim que se amaram, suspiraram;
assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo;
assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio."

domingo, 19 de novembro de 2006

Radicais livres ( ou a soma das ignor�ncias )

O que é ser um radical ? ser mais de um.
Livre? Possibilidade de se projetar para além de um ismo, na tentativa de viver para si.
Por isso, singular e plural.
O ismo não gosta dos radicais, nem dos livres.
Por isso, combate ao fanatismo dos egoístas da forma absolutamente tola (a única possível).
Por isso, combate à estupidez do caos do neoismo da pós ismidade,
que esquarteja velozmente o que restou do crânio depositório dos velados saberes de toda a humanidade.
da forma mais tola (a única possível).
Jantando orgasticamente os restos conseguidos (aqueles de dentro do crânio) e depois ...
o crânio vira um vaso para abrigar os dejetos expelidos graças ao vermífugo ainda preciso e depois ...
o crânio vira uma grande bola de gás no azul.
Cada um dos radicais está presente no crânio rumo ao livre.
Azul.

sobre o quê?

é sobre quando nos vemos retratados numa fotografia antiga... está tudo lá, os
sorrisos juvenis, a confiança inocente e a força nociva.
é sobre quando nos vemos chapados no espelho e temos a coragem de fazer as
perguntas certas, aquelas das quais tanto fugimos...
é sobre quando, sem nenhuma outra escolha, falamos a verdade e magoamos pessoas
inocentes, mas, quem é inocente(?)...
é sobre o que esqueci de dizer antes e que agora não mais ouso dizer, é sobre, quando vamos rio abaixo, reconhecemos um rosto que nunca vimos numa multidão
escarnecida...
é sobre se estar numa exibição de algum circo e se ter a noção de que não se esta
na platéia...

Pós modernismo no Funk...

Ontem, em meio a uma festa e seu habitual hall de músicas ruins
Escuto uma que mexe muito comigo... um funk, que diz:
"Não sou de ninguém, eu tô na pista pra negócio"!!!
Cantei aquilo com força, e como quem diz, é isso...
"Poesia concreta pós-moderna que valoriza o consumismo".
As pessoas ao dançar, não percebiam... retorciam, até o chão, se exibindo pra quem passava...
mostrando que quem der mais leva...
Numa competição barata de corpos, mal pagos.
Também me sentia assim, aliás vivo nesse mundo, mas não aguentei muito tempo, retirei minha bunda do mercado capitalista e falei, está fechada pra balanço...

um cigarro na mão e uma dor no peito

pueril, fingi de morto quando estava vivo...
desconversei, e tem mais, desacreditei dos limites bárbaros da cotidianidade(ufa!)
assimilei a lição em suaves doses diárias, suaves doses de veneno...
amargo, senti a ilusão dos feixes de luz embaraçando a visão às três de uma
manhã chapada...
mesmo atento, deixei passar aquele trem que confirmaria minha fé nas pessoas,
pesos e medidas imprecisas...
tenho um cigarro acesso numa das mãos, faço um sinal positivo com a outra,
mas no peito a dor é lacerante...
cardíaco, meu ritmar constante não balança estandartes, não provoca raiva, não
desfaz soluços, não obstrui tímpanos, não arranca cabelos(cada dia mais brancos)...
sou eu mesmo, talvez mais eu que outrora.

sábado, 18 de novembro de 2006

Para cegos, surdos e mudos:

Agonia e êxtase - Drama
Charlton Heston e Rex Harrison interpretam duas das personalidades mais marcantes da Renascença neste drama histórico baseado no best-seller de Irving Stone ambientado no início do Século XVI. Quando o Papa Júlio II (Harrison) encomenda a Michelangelo (Heston) a pintura do teto da Capela Sistina, o artista recusa a princípio. Virtualmente forçado por Júlio a fazer o trabalho, ele acaba por destruir sua obra e foge de Roma. Quando recomeça a pintura, o projeto se torna uma batalha de vontades alimentada pelas diferenças artísticas e de temperamento que são o ponto central deste filme. Indicado ao OSCAR® de Melhor Fotografia e também citado como um dos melhores filmes do ano pelo National Board of Review, AGONIA E ÊXTASE é uma fantástica dramatização da luta por trás de uma das maiores obras-primas do mundo. Tanto a história quanto o filme são tocantes e fascinantes.






( fonte: http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=9493 )


Cinema - Rodrigo leão
Como artista a solo explora um caminho instrumental que combina teclados electrónicos e instrumentação de cordas clássica, inspirado a um tempo pela música erudita e pela música minimalista contemporânea . Suspende temporariamente os Sétima Legião entre 1993 e 1996 devido ao sucesso crescente do seu primeiro álbum a solo e às múltiplas solicitações do seu tempo; Abandona definitivamente os Madredeus em 1994 para se poder dedicar inteiramente à sua carreira a solo e às obras EP "Mysterium", 1995 e o CD "Theatrum", 1996. A solo começa a explorar a combinação das suas composições clássicas-modernas com formas de canção e instrumentação mais tradicional, com a presença de Lula Pena ou Adriana Calcanhotto, no CD "Alma Mater" e correspondente digressão. Entre os eleitos seus convidados constam ainda Sónia Tavares e Nuno Gonçalves dos The Gift e Rui Reininho dos GNR que participou na gravação do seu álbum ao vivo intitulado "Passion". Quer o disco "Alma Mater" quer o próprio músico receberam dois importantes títulos de reconhecimento público, o de Disco do Ano e o de Artista do Ano. Em 2004 editou "Cinema" e foi considerado pelo editor da revista americana Billboard um dos melhores discos editados nesse ano. Neste trabalho participaram Beth Gibbons e Riuychi Sakamoto.
( fonte : Wikipédia)

Black Holes and Revelations - Muse
Quando surgiu, o Muse era sempre comparado ao Radiohead, comparação essa que, ora envaidecia, ora aborrecia os integrantes do grupo. Na época da gravação do segundo disco, o baixista do grupo deu uma entrevista ao London Burning onde dizia que agora as coisas seriam diferentes. E foram, realmente, com o segundo álbum, o grupo se mostrou mais pesado como nunca, quase um brit-hardrock-pop. O que fazer então no terceiro disco? Que tal um álbum duplo que viesse num pacote de dois DVD´s? Pensaram, pouco ambiciosamente os garotos...





( fonte:http://www.londonburning.com.br/muse3.html)








sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Se tudo pode acontecer...

Sei que não é usual contarmos a nossa vida no blog... Mas, gostaria de compartilhar com vcs esse meu dia mais que louco!!!

De manhã, Meu chefe da Fiocruz me liga e começa a esculachar meu trabalho. Eu, com a maior cara de pau que Deus me deu, falo que estou desmotivada e tal, porque está muito difícil só com a bolsa. Depois de conversarmos durante uma hora, ele desliga o telefone falando que nada pode fazer por mim. Cinco minutos depois, me liga, indicando pra uma bolsa técnica maravilhosa... Auxiliar na elaboração de um Dicionário Histórico-Biográfico. Fui na entrevista, e amanhã levo meus papéis, só ficará faltando a Faperj aprovar, pra começar em janeiro... Vamos torcer!!!
Pouco tempo depois a Silv's me liga falando que meu nome estava na lista de formatura hj. Sendo que não entreguei a monografia... e eu já tinha entregado todos os papéis para indicar o erro, porque meu orientador me deu nove período passado, sem eu fazer a mono... Mas, parece que o departamento não corrigiu. Agora, estou com meu diploma devidamente assinado e meu histórico com um lindo nove e um emprego, praticamente certo... Tudo num dia só... Ganhei flores ao final da formatura, comi no Espoleto e um bolo de chocolate no Lêcado...
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas esse é o segundo diploma que recebo sem prévio-aviso... Só comigo mesmo... hahahaha.
Quando tudo parece estar muito ruim, é aí que as coisas começam a melhorar!!! Vamos ter esperanças...

Segue uma parte do cartão que a Amandinha (minha amiga) me deu:
"Amiga,
que sorte a sua, se formar sem se formar!
Aproveite! Parabéns! (ou não) ..."
Só sabem me zoar...

Só queria compartilhar tantas informações do dia de hj com os radicais que amo tanto... Amo todos vcs!!!
Tô atordoada ainda, nem consigo dormir... hehe.

eu calo minha alma
para ouvir a ignorancia do vento
admito com louvor que a dorr e tenue
e seca, inerte e ficticia
fecho todas as portas
tranco as janelas
pois não vai entrar
não vai entrar assim
sem pedir desculpas
ou obediencias
não ira abaixar a cabeça
a quem do orgulho é companheira
pede conselhos a realeza da luxuria
morre ali, ali
pois daqui o som é oco
e não tras morte alguma de tão senil

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

questionamentos para o amanhecer

o que tu fazes para permanecer assim, tão cheia,
se eu, calado, mudificado, ainda busco outro ritmo?
onde te entorna? em que fonte te preenches?
o que te mede, o que te sente? o que?
minhas mãos não seguram esta areia, esta fugidia
areia amarelada do tempo.
com que caneta pintas essa história, com que
linha amarras, com que material colas?
se tudo te prende, como te soltas?

a vida é mesmo muito frágil. uma tolice, uma irrelevância...



esta puta sociedade de consumo quer que eu me torne um animal de cheiro típico...
mas não me tornarei.

INCURÁVEIS

um suicida que quer ser ouvido e uma prostituta que quer ser amada trancados em um quatro durante uma noite inteira. em discussão: a frágil e irremidiável condição humana.
-o que fazer com tudo isso?
-tudo isso o que?
-tudo isso que a gente é.

o que parece ser capaz de corrigir, ou amenizar, a cruel condição, volta infinitamente como um novo questionamento.

-nos resta esperar... esperar... esperar....
-pelo o que?
-pela cura.

(eu digo)que nunca chegará.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Deixa pra lá...

Esperavam tristeza daquele olhar, sempre esperavam tristeza
Mas, a felicidade sem sentido que ele vinha irradiando, foi impressionante
Cheguei a cegar, quando cantou daquela forma, quando me beijou
Obviamente o criticaram.
- Esse não é você, diziam as más linguas...
Seus movimentos bruscos, seus atos impensados
Só podia ser outro...
Quando pensei ter te visto de novo daquela forma, teu reflexo não se mostrou
Ambas as mensagens difusas de um só ser, não conseguia entender...
Pra que entender?
A unica coisa que fiz foi seguir, melhor assim...
Quem nasceu para sentir as dores do mundo, não se comove com o choro de uma mulher...

Meus olhos

Meus olhos se enchem dagua, estão encharcados de ser eu, de serem meus olhos
Queriam ser os olhos de outra pessoa, ao invés de ficar ziguezagueando pelo quarto, queriam correr mundo... cansados de demonstrar sempre a futilidade do olhar doce, compreensivo,
a futilidade do olhar que sorri
Meus olhos não compreendem minha alma feliz e ignora-a
se encharcam de qualquer maneira, com um q de sarcasmo

terça-feira, 14 de novembro de 2006

A COISA

eu vi a coisa!
tinha cabeça de prego
cabelo de relógio
testa de ferro
cara-metade
ouvidos de mercador
um olho dágua
outro da rua.
pestana de violão
pupilas do senhor reitor
nariz de cera
boca de siri
vários dentes de alho
e um de coelho.
língua de trapo
barba-de-milho
e costeletas de porco.
tinha garganta de montanha
um seio da pátria, outro da sociedade.
braços de mar,
cotovelos de estrada,
uma mão-de-obra
outra mão boba.
palmas de coqueiros
dois dedos de prosa
um do destino,
e unha de fome.
tinha corpo de delito
tronco de árvore
algumas juntas comerciais
e outras de bois.
barriga de revisão
umbigo de laraja
cintura de vespa
costas D'África
pernas de mesa
canela em pó
plantas de arquitetura
um pé-de-moleque
e outro pé de vento.

millôr

e enfim, amigos, a vida é assim mesmo - uns têm graça, outros têm espírito, a maioria tem apenas pedra nos rins.

















Geralmente dessa janela eu vejo o Cristo Redentor.

-----

Falando nisso, se você nadasse a partir de Ipanema, em linha reta, na direçao do horizonte, em qual continente iria parar?

Achei o blog do Marcelo Camelo. Frases como "a mudança no jogo da informação derruba tantas regras que só os anos vividos vão nos ensinar", ou então "(...), mesmo quando me dizem que eu sinto errado. Quando isso acontece eu me pergunto se existe isso, sentir errado. Acho que existe tanto quanto dançar errado. Meu amigo Caio ouviu uma vez 'Dança direito!' Dançar direito é foda."

Curioso.

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desce do trono, rainha
desce do seu pedestal
de que te vale a riqueza sozinha,
enquanto é carnaval?

desce do sono, princesa
deixa o seu cetro rolar
de que adianta haver tanta beleza
se não se pode tocar?

hoje você vai ser minha
desce do cartão postal
não é o altar que te faz mais divina
deus também desce do céu

desce das suas alturas
desce da nuvem, meu bem
porque não deixa de tanta frescura
e vem para a rua também?

Desce - Arnaldo Antunes

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Receita para uma dieta Indie:

café da manhã
- Placebo [ English Summer Rain ]
-----------------------------------------------
Almoço
Entrada
- PJ Harvey [ O Stella ]

Prato Principal
-The Stooges [ I Wanna Be Your Dog ]

Sobremesa
-The Arcade Fire [ Rebellion (lies) ]

-----------------------------------------------
Jantar
-Franz Ferdinand [ 40 Ft ]

Entre as refeições:

arctic monkeys [ the view from the afternoon ]

Ps.: Coldplay [ Shiver ] - Para conter calorias

THE WORLD IS MINE!

" E se eles estiverem certos?"

sábado, 11 de novembro de 2006

jovens, aspirados pela vertigem sublimante da filosofia, nós imaginamos que buscamos abstractamente o fantasma inteporal da verdade. nós procuramo-nos apenas, e só devemos requerer dos deuses que nunca nos encontremos.

Bueno, Eduardo. Heterodoxia.ed. assírio & alvim.1987.

Algumas fotos da edição do Mola
de ontem.

Mais fotos aqui























sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Peguei o mp3 player, mas esqueci da pilha. Voltei com pressa, liguei o som e agora sim fui-me embora. Coloco uma música, daquelas que a gente pensa "essa é minha música", mas no fundo acho que isso é só bobeira, coisa de adolescente.

Saio com pressa do trabalho, só porque ter pressa às vezes é legal. Ou talvez porque eu já estou acostumado com ela. Ando pela rua rápido, e algumas frases aparecem no ar.

"I took a drive today
Time to emancipate
I guess it was the beatings made me wise
But I'm not about to give thanks, or apologize"


A música é rápida também, talvez seja isso. Ela me seduz, imagino-me veloz, e começo a pensar na minha respiração. Somos tão frágeis, basta uma pequena falta de ar para o medo aparecer...

"I couldn't breathe, holdin' me down
Hand on my face, pushed to the ground
Enmity gauged, united by fear
S'pose to endure what I could not forgive..."


Começo a olhar as coisas, a cidade. Uma daquelas pessoas que chamamos de "louco" pára no meio da rua, e com um chapéu de caipira na mão, e começa a girar. Não chega a atrapalhar o trânsito, sendo assim ele continua em paz.

Eu gosto muito dessa cidade, pelo simples fato de que sou daqui. Vejo muita coisa errada, mas amar é isso mesmo, passar por essas coisas.

Sigo em frente, e meus olhos continuam observando a tudo.

"I seem to look away
Wounds in the mirror waved
It wasn't my surface most defiled
Head at your feet, fool to your crown
Fist on my plate, swallowed it down
Enmity gauged, united by fear
Tried to endure what I could not forgive"


Olhar, um grande enigma. Alguns dizem que sabem decifrar um olhar, outros são mais humildes e apenas imaginam o que ele quer dizer.

Olhar, ver. Ver o outro lado, ver as coisas mais claramente. Nunca sei se as pessoas não fazem isso por falta de capacidade ou por falta de coragem.

"Saw things...saw things
Clearer...clearer...
once you, were in my...Rearview mirror..."


Sim, agora sim. Claramente.

"I gather speed from you fucking with me
Once and for all I'm far away
I hardly believe, finally the shades...are raised...hey..."


Vou me embora, questão de tempo. Lamento por tudo, pelos sonhos não concretizados, mas isso é a vida.

"Saw things so much clearer
Once you...oh yeah..."

MOLA

É um evento que está ocorrendo toda quinta-feira deste mês no circo voador. Eu, como a nova jornalista desta bagaça conto pra vcs sobre o Mola de ontem...
Assistimos uns curtas caseiros loucos, em que só alguns foram bons...
uma companhia de dança louca, que a menina dançante tinha um cabelo alaranjado lindo...
E a melhor atração, uma banda louca, chamada El efecto.
Transmitirei a vcs a definição de Vinicinho para a banda:
"Coloque seu filho para escutar Korn e Noel Rosa desde que nasceu, tá aí, só dá merda: Banda El Efecto".

"Vamos todos celebrar! O progresso chegou
trazendo fome, miséria, desemprego e dor
Eu me sinto humilhado e guardo rancor
pois no trabalho eu fui trocado por um robô
Meu corpo rola cansado pela esteira da linha de montagem
sigo sendo triturado nas rodas dentadas dessa engrenagem
Mais um pro estoque dos inofensívos
Sacrificado pra satisfazer os deuses corporativos
Quem tira o brilho da vida não é a cidade
e sim seu jeito de robô sem espontaneidade
Pessoas só fazem o que já foi feito
Pessoas só repetem o que já foi dito
Pode ir no seu carro à jato, com a mais moderna embreagem
eu prefiro ir à pé, caminhando e observando a paisagem
Foda-se seu carro à jato e toda sua modernidade
Na ruptura da rotina é onde se esconde a felicidade
Vamos todos celebrar meu novo computador!
Vamos todos celebrar a minha puta dor! "
(El efecto)
No site da banda tem todas as músicas para baixar e eles ainda ensinam como fazer um cd pirata... hehe. Segue o site: http://www.elefecto.com.br

Feliz niver Gigante!!! Sejamos amigos por muito mais tempo, respeitando as particularidades (ou erros) um do outro. Seja feliz, e conte conosco.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

leandro...

continue pregando no deserto, o deserto ainda está lá.

Hj o mais radical dos radicais faz aniversário, e resolvi prestar uma homenagem a ele...

Giga, mais um ano completa na busca insana por amor, por vida
Intensificando mais seu aprendizado, tuas mudanças de espírito
Gostei muito do que me disse ontem sobre amizade, sobre como me vê
Amoleceu meu coração ao ver que pretende manter as coisas bonitas
Nunca duvidei que manteria, agora que nos conhecemos de verdade
Todas as nossas viagens e bebedeiras, poetizaram nossos encontros
Espero tantos outros, espero tanta vida em teu caminho, tanta luz...

Seja feliz meu amigo, amenize os problemas com abraços de pessoas que te adoram, que convivem com vc e veem teus defeitos e qualidades do jeitinho que são, e continuam do seu lado porque vale a pena!!! Falo por todos os radicais livres, quando digo que sua presença entre nós é mais do que especial, é marcante, e falo por mim, ao dizer que te darei um longo abraço de feliz aniversário e te transmitirei algumas das energias positivas que me restam...

"Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu, chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Hoje eu quero encontrar você"

FELIZ ANIVERSÁRIO, GIGANTE!!!! TE ADORAMOS!!!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Lembrei, Thiago!

"I wish I was a neutron bomb
for once I could go off"
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(...)Eu queria ser o pedal do freio do qual você dependesse.
Eu queria ser o verbo "confiar" e nunca te decepcionar...

my own pet virus
foi assim que tudo assumiu essa forma textual que comecei a visualizar o transtorno.
e por não ter pra onde correr, fixei moradia no outro lado da galáxia.
músculos atrofiados, ponte estreita, vontade vazia. esse meu coração leviano.
ainda busco outro ritmo, ainda tenho vertigens, ainda corro perigo.
tenho todos os riscos e rotinas fora de controle, tenho todas as mensagens deturpadas, sou irredutível como as notícias do jornal de ontem.
meu único inimigo que devo vencer sou eu mesmo.

Moça,
porque gritas tão em silêncio?
porque será que ninguém ouve teus sons?
Aonde andou seu desespero que não deu conta deste grito?
Aonde andou a tua voz que não deu conta do mundo?
Andam todos enfeitiçados por seus próprios prantos
Num mar de fuga...
Que não olham pra moça,
A falar, a falar palavras de amor...
Se não ouvimos o que ela fala,
É porque nada está sendo dito...
Será? O que vale é a intenção?
Vc não conseguiu me provar do contrário, então tornei-me meu próprio Deus.

O Limiar

Quando alguém lhe perguntou o que havia acontecido, simplesmente não sabia...
Seu estado de extase e despreparo, mostrava que ela tinha estado no mundo da fantasia e quando se vai pra lá, é difícil querer voltar, e se faz inevitável chorar quando se percebe a realidade.
Os olhos ainda encharcados iam clareando o exterior aos poucos, e tudo era tão branco, tão nitido, como ela jamais tinha visto. O branco era uma cor que não gostava.
Recobrando a consciência torta, proferiu palavras que nunca iria cumprir, a fraqueza foi seu único dom...
Como que num movimento transcendente, saiu do caminho dos que queriam dançar.
E todos os presentes se lembrariam daquele dia, não pela pena que sentiram daquele olhar, mas apenas porque ver a humilhação tão de perto causou repugnância...
Afinal, ela não respeitou uma das regras sociais básicas: existem lugares para tudo nessa vida, inclusive para a desolação. E aquilo era uma festa e não um velório...

cala-te a alma como se fosse um portão
daqueles antigos, enferrujados e rangedores
finjo , olha pra baixo, sei o que foi
o que foi?
jogaram-te um balde frio de água
e disseram que este sera o sempre?
não mais do que isso, te digo
e preciso respirar e jogar
eu teimo em carregar os laços
em correr com eles
mesmo com o perigo de machucar
o perigo de esparramar por ae
esse perigo, eu amo!

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Sobre o fazer e o saber

minhas palmas vazias... aplaudem o dia.
minhas rugas prematuras... pedem ajuda.
minha dor de cabeça... pede aspirina.
minha calma cansada... pede Trindade.
minha causa perdida... pede esperança.
minhas idéias ultrapassadas... pedem passagem.
e essa minha tendência de incendiar estrelas... o que pede?

Os caminhos claros e definitivamente perdidos, os avisos terminam servindo de serviço, não para nós e nem sabemos quem estaria do lado claro, talvez devessemos ficar como o dia, tranquilamente azul e triste, pois dessa forma alcançariamos o lar dos desesperados e ele só seria isso porque assim o denominamos, nós o chamamos assim e nisso ele se tornou. Ao nosso chamado, ele virou o que queríamos. O mundo é seu... mas você não saberá o que fazer com isso.
Abraços
Ele.

(Escrito por Thiago Caeiro em Trindade)

Frases alteradas: Trindade

Foram tão alteradas que não anotamos muitas... hehe.

"Eu não tenho tanto tempo para ver quanto tempo o tempo demora" (Peka)

"Eu sou tão vegetariano que não tenho coragem de mijar nas plantinhas" (Vinicius)

"Nova modalidade de esporte: Arremesso de Peka" (Giga)

"Essa porra desse hippye não quer me dar desconto" (menina que passava na rua)...

Me senti na obrigação de escrever algo sobre Trindade, o que não combina com o novo sentido atribuido a esta palavra - Trindade como sinônimo de liberdade - Trindadé, igualité, fraternité...
E viva la revolución (em nossas almas)...

Andei distraída, pisoteei caminhos limpidos e tortos
senti a água bater no meu rosto com gosto de que posso tudo
Com gosto de foda-se...
Não precisei inventar realidades alternativas para o meu conforto
Não precisei me anestesiar do mundo
Pois, ele se escondia na perfeição
Nem foi possível ficar triste ao ver teu sorriso ao longe
Teu sorriso de lado, que não pertence a ninguém
Encolhi meus sentidos, para mostrar de que matéria sou feita
Humana, demasiado humana
E como tal, respirei ar puro e fui feliz...

Os radicais livres estiveram em Trindade e guardaram na memória que a vida pode ter muito disso,
respirar ar puro e ser feliz... Aprenderam que as vezes é necessário ligar o botão do foda-se, e assumir: Tá bom essa porra assim mesmo, deixo pra amanhã o que eu tinha pra fazer semana passada. Porque a vida tá aqui pra gente ser e acontecer, e não para pensarmos o porque da vida estar aqui. Aproveitemos as chances de nos guiar na distração...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Trindade recupera meu abandono (ou, de quando ainda era, e podia ser, criança)

Um monge descabelado me disse no caminho: "Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha idéia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam(...) o abandono pode ser também uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro.Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem ninguém dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo" E o monge se calou descabelado.

trecho de uma poesia de Manuel de Barros, o maior poeta brasileiro.

acho que ele encorpora o sentido que Trindade tem pra mim.

meus passos tortos ficaram em Trindade, meus olhos vermelhos...
a minha dor voltou comigo, não quis ficar...
aquela temperatura que só se sente ao apertar a mão de deus estava lá, é de lá. ficou comigo a minha falta de jeito (que seria grave se eu não tentasse tanto ser eu mesmo), a minha rouquidão e o meu medo de voar.
em Trindade, eu sei,posso me atribuir sentido e não mais me arriscarei em precipícios no subsolo de qualquer edifício.



quanto ao dia de hoje...
vira passado antes que o sol se ponha.

Trindadê, Igualitê, Fraternitê!

Ainda sem palavras sobre o feriado nesse mundo paralelo chamado Trindade, sigo o dia encontrando sobre meu colchão e minha mesa os mesmos velhos problemas, N coisas a resolver.

Trindade foi uma pausa, um minuto, uma reflexão. Durante, foi somente a diversão sem a menor preocupação com nada, frases como "é proibido saber as horas"; agora, ficam os pensamentos sobre o quê fazer no dia a dia para ter um pouco mais de tranqüilidade, um pouco mais de percepção durante o inferno da vida urbanizada.

Ficam também a promessa de um retorno em breve e as conversas animadas sobre os fatos.

PS.: Engraçado, estou me sentindo completamente sem culpa de coisas que sempre me atormentaram.


Liberdade, antes que tarde

Liberdade, antes que tarde
ao preso na cela
de frente pra morte
que brada ao peito forte
"Liberdade, antes que tarde"

Ao louco no hospicio
vingado de sua sã consciencia
que de súbito grita
"Liberdade, antes que tarde"

Ao negro dia que abate
sob vastos campos de combate
em que o sol vem e rebate
"Liberdade, antes que tarde"

Ao monstro negro da saudade
que na alma se engancha e arde
mas há nos olhos o único alarde
"Liberdade, antes que tarde"

Trindade - 2006

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" Profissão boa é intimus gels"

"Eu não quero o que ela é , e sim o que a envolve"

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

( Este seria o primeiro post local. devido as imperfeições do tempo e da vida, esta sendo colocado agora. Bom apetite.)
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Protegidos da chuva mas não do acaso.

Recusei a morte mas não o cigarro.

Aceno devagar pois as despedidas doem.

Sabe o que quero?

Que o provisório seja definitivo...

O que eu quero...

Um acalanto antigo, com cheiro de companhia agradável

Numa noite chuvosa...

Alguns sorrisos tolos a lembrar que a vida não é só dor.

Para acertar os ponteiros

Recorro ao desespero

Mas para acenar ao desejo

Me reúno com amigos

E bebo

( Na primeira noite de radicais livres ...)

Trindadeeeeeeeee!!!!!!!!!

Os radicais livres saíram de férias
Porque nem só de jogar bombas vivem os radicais
Eles também sabem amar!!!

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Hoje um amigo meu do trabalho se despediu, foi-se embora para outra empresa.

Uma pessoa com quem convivi só 9 meses e já chamava de amigo, que almoçava comigo, compartilhávamos a revolta com algumas coisas, conversava sobre política, enfim... um pessoa pra quem eu falava "bom dia" sinceramente. Grande figura, imitava o Lula, contava piada e fazia as pessoas sorrir.

Triste, natural, marcante... adjetivos não exprimem o sentimento, um até mais com gosto de adeus.

Ao mesmo tempo, fico feliz em saber que se algumas amizades se vão com o tempo, outras permamecem firmes, ao passar de anos, e anos, e anos...como são vocês aqui presentes.

Quem é você? De onde vem o mundo?

Bem-vinda ao nosso lar, Betinha.

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Feliz é o dono do sex shop, que tem tranquilidade pra dizer: "Pegue suas coisas e vá se f****"

VIVER EM CRISE...

Temos que provar uma verdadeira CRISE de identidade... mas como os ORIENTAIS, que quer dizer : Mudança, reestruturação, reconstrução, reformulação, aprimoramento... É isso que estou vivendo...Crises emocionais, crises amorosas, crises políticas, crises éticas, crises adversas ,
crises crises crises...
Na eterna busca de um EU mais convicto, e de que hoje quero viver pra ROMPER FRONTEIRAS que circundam o ser...

Traçar um novo território de vida, um território aprofundado de inter-relações humanas, onde há compreenção e ao mesmo tempo a discórdia....
Vivemos em uma Sociedade LIMITADA , famosas S.A, limitadada a pensar, a questionar , a lutar e amar... Esta é a Crise criada pelo OCIDENTE que prega que ultrapassando tais limites o ser humano entrará na CRISE - caos, discórdia, tristeza, fracasso- os OCIDENTAIS distorceram o verdadeiro sentido desta belíssima palavra... e assim querem fazer com nossa identidade...

Quero sim viver esta CRISE Oriental em minha vida para que eu possa romper as fronteiras e transgredir os limites....

hehehehe
Sou RADICAL LIVRE ! ! ! ! !

Começa simples... assim, ó. Olho pros lados como se fosse pra atravessar uma rua movimentada ( um cruzamento da rio branco com pres. vargas, por ex). Chove, mais dentro que fora é verdade, mas chove. Correndo, uma moça, com seu vestido florido molhado, passa por mim. Não se trata de uma jovem bonita, mas a cena deu a ela certo encanto. A fumaça fumega formas endiabradas. "Quem sou eu?", a pergunta ressoa. O problema permanece. A fumaça arruina minha vista. Quem sabe se estivesse cego? Isso é tão "cristão arrependido", mas, quem sabe tudo isso não passaria de um piada de mal gosto? O momento certo, aquele pelo qual esperava, e vocês nunca vão saber do que eu estou falando...

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Ultima página

"Mais uma vez o tempo me assusta.
Passa afobado pelo meu dia,
Atropela minha hora,
Despreza minha agenda.
Corre prepotente,
A disputar lugar com a ventania.
O tempo envelhece, não se emenda.

Deveria haver algum decreto
Que obrigasse o tempo a desacelerar
E respeitar meu projeto.
Só assim, eu daria conta
Dos livros que vão se empilhando,
Das melodias que estão me aguardando,
Das saudades que venho sentindo,
Das verdades que ando mentindo,
Das promessas que venho esquecendo,
Dos impulsos que sigo contendo,
Dos prazeres que chegam partindo,
Dos receios que partem voltando.

Agora, que redijo a página final,
Percebo o tanto de caminho percorrido
Ao impulso da hora que vai me acelerando.
Apesar do tempo, e sua pressa desleal,
Agradeço a Deus por ter vivido,
Amanhecer e continuar teimando..."
(Flora Figueiredo)

Estive lendo poemas dessa autora, são singelos, cotidianos e românticos. Esse postado é o que tem mais haver comigo no momento.
"Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa, a vida é tão rara" (Lenine).

Olá pessoas.

Não sei ainda muito bem o quê escrever por aqui, mas como fui informado que podemos simplesmente compartilhar do nosso "laiá laiá", sendo assim, aqui estou.

São tantas coisas a se dizer, é um mundo tão confuso... são dias que passam, pessoas que passam, motivações que passam...

Seguem os pensamentos de uma linda menina:

"Puxa! Puxa! Como tudo está tão estranho hoje! E ontem as coisas estavam tão normais! O que será que mudou à noite? Deixe-me ver: eu era a mesma quando acordei de manhã? Tenho a impressão de ter me sentido um pouco diferente. Mas se eu não sou a mesma, a próxima questão é "Quem sou eu?" Ah! esta é a grande confusão!" E Alice começou a pensar em todas as crianças que ela conhecia e que tinham a mesma idade dela, para ver se tinha se transformado em alguma delas.

poema erótico-burguês

Se tocavam a mais de uma hora, e ela sentia que o amor faltava, que a luz faltava...
Gozou com naturalidade, como quem já está acostumada com o prazer e começou a chorar.
Não sabia se o gozo lhe deixou emocionada, ou se foi o rosto gélido de seu companheiro que a deixou sem palavras.
Em uma desculpa esfarrapada para o choro, contou-lhe: É TPM, ainda me pergunto porque nasci mulher.
Ele a responde: Por sorte minha.
E o mundo volta a sorrir em seus lábios, não precisava mais do que isso...

Texto a três mãos: Ode aos radicais livres

Temos uma idéia, não temos a menor idéia. Para ficar numa paródia de uma grande poeta brasileira (Ana C.Cesar). O intuito é somar as ignorâncias. O caminho é perder-se. Radical livre.... Nem que seja de coerência, nem que seja de alienação.
O trem descarrilhou, o barco encalhou... propomos fotogramas mal definidos, frases não terminadas, parêntese sem fechamento. A diversão sem suor, pois vive-se da ignorância, do não saber, ou do saber e não se ater. Pois daqui há de se tirar algo? Nós só colocamos, pondo nossas vidas em um risco, aliás, em vários riscos. Pra miséria da alma viver é apenas uma esmola, seca, opaca, sedenta por algo que não sabemos, por algo que nem sabemos que temos.
Porém, só temos que contar com nossa própria sorte, segurar na mão de um estranho (pois a nossa ignorância nos torna inocentes) e deixá-lo nos guiar, e com certeza, aprenderemos muito mais do que com aqueles que tentam nos dizer algo.

(Escrito por Thiago, Fábio e Gigante em uma bela noite de luar)...