terça-feira, 30 de outubro de 2007

novembro

caminhar ao sol
até que seja norte
em infinito transe
e que meus pulsos sequem
...

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domingo, 28 de outubro de 2007

dizeres...

O amor nascia de luzes apagadas. Era quase dia e nada importava.

sábado, 27 de outubro de 2007

Não era pra ser triste... e sim bonito

Hoje fui pra cima de um prédio, já me joguei duas vezes e não morri
Hoje achei que a vida não tem sentido enquanto escutava um pout-porri
Hoje o dia demorou a passar...
Hoje eu queria algum tipo de recompensa por todas essas lágrimas
Nem que viesse de Deus, nm que viesse dos orixás
Hoje não fiz nada que preste...
Hoje eu tentei ter aconchego de pernas quentes
que no auge do prazer disseram resolver minha questão
O dia de mil sóis e luas ao infinito
Suspirou ao ver meu engano frequente, meu desengano suspenso
Mas, tem dias que são assim mesmo... não adianta fazer planos
Que tudo que você tenta mudar volta logo ao seu lugar
O destino age como uma faxineira caprichosa
arrumando a bagunça que você entende
Bastava mais um dia desses pra que todas as coisas que acredito fossem pelo ralo
Só mais um dia...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A sua casa já desmoronou no meio da sala?

- O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde você quer ir...
- Não me importo muito para onde...
- Então não importa o caminho que você escolha.
- ... contanto que dê em algum lugar.
- Oh, você pode ter certeza que vai chegar, se você caminhar bastante.

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Hoje percebi que de alguma forma o diálogo acima mudou meu pensamento. Não sei o dia e a hora, mas depois que hoje, após os 25 anos de idade, me preocupo muito mais com as coisas.

O diálogo é simples e revelador. É tão óbvio que eu nunca iria pensar isso naturalmente.

Quem escolhe um caminho, vai chegar a algum lugar. Quem não escolhe o caminho, vai chegar também. Quem escolhe, terá decepções pelas coisas não vividas. Quem não escolhe, terá também. Quem escolhe, sabe o porquê de não ter vivido essas coisas. Quem não escolhe, não sabe.

Inúmeras outras diferenças também. Provavelmente, quem escolhe o caminho terá menos supresas do que quem escolheu. Ou não.

Gosto de pensar nessas coisas. Sem nenhuma responsabilidade, viajo nesse lance...

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"eu - eu - eunãoquerosaberoquesepassanasuacabeçaquandovocêestádançaaaaando"

O DNA do racismo

Não sou muito adepto do CRTL C + CRTL V, mas esse vale a pena. O original está em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u339406.shtml

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O DNA do racismo

James Watson, o co-descobridor da molécula de DNA e ganhador do Nobel de 1953, pisou na bola. Em Londres para a divulgação de seu novo livro "Avoid Boring People" (evite pessoas chatas ou evite chatear as pessoas), ele deu declarações escandalosamente racistas. Acho que nem o Borat ou qualquer outro comediante querendo troçar do politicamente correto teria ido tão longe.

Em entrevista ao jornal britânico "The Sunday Times", o laureado disse na semana passada que africanos são menos inteligentes do que ocidentais e que, por isso, era pessimista em relação ao futuro da África. "Todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles [dos negros] é igual à nossa, apesar de todos os testes dizerem que não", afirmou.

Até aqui, com muito boa vontade para com Watson, poderíamos argumentar que o venerando pesquisador procura apenas exercer sua liberdade acadêmica, afinal, se há mesmo evidências a mostrar que negros são menos inteligentes, ele poderia ter um ponto. Mas já na frase seguinte ele mostrou que seu raciocínio não era exatamente científico: "Pessoas que já lidaram com empregados negros não acreditam que isso [a igualdade de inteligência] seja verdade".

Watson cometeu aqui pelo menos dois grandes pecados epistemológicos --deixemos por ora a questão moral de lado. Falou em "todos os testes" sem dizer quais e fez uma generalização apressada. Eu já lidei com patrões e empregados brancos, negros, amarelos e pardos, com pessoas burras e inteligentes, e posso asseverar que todas as combinações são possíveis.

Como era previsível, a reação às declarações de Watson foram efusivas. Ele foi desconvidado para vários eventos e houve até quem procurasse nos estatutos da Fundação Nobel uma brecha legal para cassar-lhe o prêmio. O experiente cientista, agora com 79 anos, acabou escrevendo um artigo em que pediu desculpas a quem tenha ofendido.

Não há dúvida de que Watson, reincidente em matéria de opiniões preconceituosas, merecia censuras. Receio, porém, que alguns de seus críticos tenham recaído nos mesmos erros que ele, isto é, afirmar coisas que não podem provar e proceder a generalizações problemáticas.

Os testes a que o laureado se referiu são provavelmente as tabelas de Richard Herrnstein e Charles Murray publicadas em "The Bell Curve" (a curva do sino ou a curva normal), de 1994, um dos livros mais explosivos da década passada. A obra pretendia sustentar que a inteligência medida por testes de QI é um fator preditivo de indicadores sociais como salário, gravidez precoce e problemas com a Justiça melhor do que o nível socioeconômico da família. O texto também afirma que negros dos EUA têm em média um QI mais baixo do que o de outros grupos sociais como brancos, judeus, asiáticos.

Sobretudo na imprensa, circulou a versão de que os autores diziam que a inteligência é dada pelos genes, mas Herrnstein e Murray não foram tão longe em seu determinismo. Eles afirmaram que permanece em aberto o debate sobre se e quanto genes e ambiente influem nas diferenças de QI entre os grupos étnicos --o que representa mais ou menos o consenso científico sobre a matéria.

"The Bell Curve" foi competentemente criticado por grande parte do establishment acadêmico norte-americano. De um lado, vieram as objeções conceituais, encabeçadas por cientistas como Stephen Jay Gould, que contestaram a idéia de que a inteligência possa ser reduzida a um teste de QI. Fazê-lo implicaria aceitar uma série de pressupostos de engolir, como o de que uma noção tão complexa possa ser traduzida num único número e que ela permaneça invariável ao longo de toda a vida do indivíduo. Aqui, estudar não serviria para nada além de acumular informações, coisa que computadores fazem melhor do que seres humanos.

Um pouco mais tarde, uma segunda leva de trabalhos, iniciada por Michael Hout e colegas da Universidade de Berkley, mostrou que os próprios dados de Herrnstein e Murray apresentavam problemas metodológicos, que exageravam a importância dos testes de QI como fator preditivo e diminuíam a do background familiar.

O debate é apaixonante, mas eu receio que, da forma como foi travado, ele esconda o ponto central, que é o de mostrar por que o racismo é errado. E essa é muito mais uma questão moral do que científica.

A evidência empírica não favorece o argumento da igualdade entre os homens, pela simples razão de que eles não são iguais. E opor-se ao racismo não pode depender de uma ficção filosófica que começou a ser escrita por John Locke no século 17, ao criar o conceito de "tábula rasa", segundo o qual os homens nascem como uma folha em branco, e que todo o conhecimento que adquirem, bem como as diferenças que acabam por desenvolver, é fruto das condições externas a que são submetidos. Um rápido passeio pelos rudimentos da neurologia mostra que já nascemos, senão prontos, pelo menos com uma série de estruturas mentais pré-definidas. E elas têm muito em comum, mas em certos pontos variam significativamente de pessoa para pessoa. Embora Locke seja um dos pais espirituais do liberalismo, a "tábula rasa" fez carreira entre pensadores de esquerda do século 20. Por alguma razão obscura, em vez de defender que todos devem ter os mesmos direitos (o que já estaria de bom tamanho), resolveram que a igualdade deveria ser um dado da natureza, mesmo que isso contrariasse o senso comum e as observações diretas.

É engraçado como estamos dispostos a aceitar diferenças entre pessoas (fulano é mais inteligente do que ciclano), mas não entre grupos étnicos. Em relação a alguns assuntos, comportamo-nos como se filhos não se parecessem com seus pais, como se não houvesse algo chamado hereditariedade, que em algum grau é dada pelos genes, e contribui para a expressão das mais variadas características de uma pessoa.

Não fazemos objeção a um juízo do tipo: negros são em média mais altos do que japoneses, mas basta alguém sugerir que os asiáticos tenham uma inteligência média (definida por testes de QI) superior à do grupo de ascendência africana para desencadear uma revolução. O mesmo vale para as aptidões femininas para a matemática ou a predisposição masculina para a infidelidade conjugal.

Médias são um conceito traiçoeiro. Representam um valor obtido a partir resultados válidos para vários indivíduos, mas que não podem ser extrapolados a nenhum indivíduo em particular. Na média, a humanidade tem um testículos e um seio. Nossa experiência ensina que é perfeitamente possível encontrar um indivíduo negro mais inteligente (por teste de QI ou qualquer outro critério) do que um branco anglo-saxônico, judeu, coreano ou o que for. Se de fato há uma predisposição de origem genética para a inteligência, como parece que há, ela não chega, exceto em casos patológicos, constituir uma barreira intransponível ao sucesso intelectual de ninguém. A vantagem de uma pessoa mais favorecida pelos genes pode ser facilmente revertida por outras características como a disciplina no estudo, para citar um único exemplo.

O argumento contra o racismo, o sexismo e outras chagas que desde sempre atormentam a humanidade deve ser moral. De outra forma, se um dia inventarem um teste confiável para medir a inteligência e ele mostrar discrepâncias entre grupos, o que acontece? O racismo estará legitimado?

Por maiores que sejam as diferenças entre indivíduos e grupos de indivíduos, quer elas tenham origem nos genes ou no ambiente (ou numa interação entre eles, como parece mais provável), o fato é que é em princípio errado prejulgar alguém por características (reais ou supostas) que não observamos nessa pessoa, mas no grupo ao qual consideramos que ela pertence.

Podemos ir um pouco mais longe e afirmar que o homem tem uma estrutura psíquica que favorece atitudes etnocêntricas e mesmo racistas. Pensamos, afinal, através de operações mentais de categorização e generalização. Se um membro da tribo vizinha uma vez me atacou, é evolucionariamente útil que eu parta do pressuposto de que todos aqueles que pertencem àquela tribo inimiga tentarão me agredir e antecipe o ataque. Só que esse tipo de raciocínio, que fazia sentido no passado darwiniano, perdeu inteiramente a razão de ser em sociedades modernas. Se ele já foi útil para manter-nos vivos, hoje, a exemplo da capacidade de armazenar energia na forma de tecido adiposo, é apenas um estorvo. Serve para separar e fomentar violência. As forças da civilização exigem que abandonemos essa forma primitiva de pensar e utilizemos a razão e não reações instintivas no trato com outros seres humanos. É isso que Watson, mesmo com toda sua genialidade científica, não foi capaz de fazer.

Hélio Schwartsman, 42, é editorialista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

E-mail: helio@folhasp.com.br

meu,só meu

sei que sequei aquele caos em mim
aquele sangue que desenhava minhas vestes
desenhava também a mais pura armadilha do mundo
crio em dor fatiga e canta o amanha
meu coração pulsa
meu coração pulsa
meu coração pulsa
é um estampido forte
estremecendo meu corpo
embora quase morto, ainda treme
é de vento, é de alma, é de ar
todo o por vir que grita em minha alma
julgo o que ja é julgado por si
julgo o por si o que ja não é por si julgado
mas se julgado por todos, se tornas réu
sem dor, sem cor, sem amor
a paixão se deleita com o ódio
brincando com meus olhos ja lacrimejados
com o vento secando ao léu essa total falta
essa falta total
essa falta total
essa falta total
que não totaliza a mim
que não se torna eu
que por fim cai morta
no chão
amor

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sugetões niver dos radicais...

Nosso blog irá completar um ano de vida no dia 31 de outubro... que será na quarta-feira. Eu sugiro imitando uma sugestão do Thiago.. hehe... que em comemoração nos fariamos uma re-postagem de textos que mais gostamos dos amigos e um nosso... o que acham?? posso começar a leitura e a pesquisa?? Bem... se tiverem outra sugestão deixem aí nos comentários... mas essa data fruto de uma noite proliferada em mesa de bar, não pode passar em branco...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

e os quebra-cabeças se encaixam

Assim que você pega na minha mão
Assim que você anota o meu número
Assim que as bebidas chegam
Assim que eles tocam sua música favorita
E a conversa perde a graça
E você para de falar que nem uma matraca
Antes de você se cansar
Volta e se concentra
As paredes se derretem
E o seu sorriso do gato de alice
Desfoca tudo ao seu redor
Você tem uma missão aqui
Antes da coruja piar
Antes do animal gritar
Pras câmeras de segurança
Antes do coma alcóolico

Antes de você fugir de mim
Antes de você se perder no barulho
A batida não para, não para
A batida não para, não para
Na verdade eu nunca consegui
Sempre fingi que consegui
Quem precisa de instrumentos?
Palavras são balas perdidas
Vem e deixa rolar
Vem e deixa rolar
Antes de você fugir de mim
Antes de você se perder no barulho
E pegar o microfone
E sair dançando, dançando, dançando...

Os quebra-cabeças se encaixam
E não há nada pra explicar
Vocês se olham quando se cruzam
Ela olha pra trás, você olha pra trás
E não só uma vez
E não só duas vezes
Faça o pesadelo sumir
Faça o pesadelo sumir
Há uma luz escondida em você
Há uma luz escondida em você
E os quebra-cabeças se encaixam

do album "in rainbows", o novo do radiohead.
sem mais palavras.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

half caeiro

se ele não se debater freneticamente como um epilético significa então que ele não esta cheio de pecado... se ele não lavar o rosto após sua cusparada, significa que está oferecendo a outra parte, e a outra parte é sempre melhor... se ele demonstrar alguma fraqueza, então, ande logo, não demore, espatife sua cara num muro salpicado... se estiver na dúvida entre a vida e a morte, não se faça de rogada, pegue a primeira estrada, corra e nunca olhe para trás... ofereça um banquete pro primeiro fariseu minimamente inteligente, isto é raro em nossos dias, alguém tolo o suficiente para nos ouvir numa noite medrosa... se disfarce com afinco, talvez eles te deixem escolher como, depois de tudo... teus sorrisos desperdiçados de tanta alegria em vão, teus olhos marcados e lindos, tudo em um movimento final, virando a esquina... abasteça o coro afinado dos amantes demorados e insatisfeitos, com dores no peito e sopro no coração e dentes cravados na carne...

O dia em que eu tomou conta de mim...

Hoje eu acordei sem coração
Pensei tô mau vou tocar o escambal
Coloquei a mão no peito duas vezes pra ver se ele batia
certificado de sua ausência, nem resmunguei, me coloquei logo na noite fria

Não precisei nem de beber
Pra dizer as coisas que te dizia
Falei verdades, cuspi na cara
e ainda dei um sorriso de ironia

Meu coração é muito mole, teve preguiça de acordar naquele dia
aproveitando dessa ausência
Pensei em fazer tudo que já não fazia
transei, pequei, fumei e nem lembrei de você
Como eu fazia todo dia

Ao acordar de manhãzinha a ressaca era grande
Meu coração voltando a bater doía muito mais do que antes
Minha alma, poesia, planos dando longas palpitações de vida
Retornavam junto com meu coração inconformado com os erros do dia passado
E como doía, realmente doía...

Preferia ter continuado sem coração
Preferia não ter acordado...

domingo, 21 de outubro de 2007

não estou...

Eu te contei mentiras que convenceriam o papa. Você nunca notou que nunca menti. Você apenas nadou no rio intransitável, braçadas para todos os lados. Sem botes salva vidas, sem botes salva vidas. Você quis demais de mim, nem para todo mal há cura. Eu me contentei em fingir mentir, eu me contentei com uma imensa chuva de fogos. A cachoeira reprimia teus gemidos, a cachoeira nunca foi verdadeiramente minha amiga, sempre quis me namorar. Sem amigos salva vidas, sem amigos salva vidas. Você apenas viu como eu ia e voltava ao inferno com minha guitarra mal tocada, apenas assistia confortavelmente com pipocas em seu sofá. Nunca foi fácil convencer o mundo a ser melhor, nunca foi fácil mentir pra você quando este coração estava em frangalhos. Sem caminhos alternativos de vida ou de morte, estaria melhor em outra, estaria melhor morto. Você andou de um lado para o outro, eu nem sabia que se tratava de uma estratégia de fuga. As portas sempre estiveram abertas, eu nunca menti olhando em seus olhos, esta sempre foi minha maior fraqueza, me desculpe ter dito a verdade.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

LEIAM

LEIAM

http://www.cocadaboa.com/2007/10/perdeu_preiboi.php

16/10

parabéns públicos para o vinicinhu...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Vi num blog uma "correntinha literária", e gostei da proposta, tratei de seguir as instruções. No fim, o resultado:
1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abrir na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.

"A pequena cabeça sem corpo mexia-se lentamente e, de vez em quando, o bico deixava escapar um som triste e rouco".

(A insustentável leveza do ser - Milan Kundera)

Façam tbm... se quiserem nos comentários... hehe

sábado, 13 de outubro de 2007

Eu espero... acontecimentos

Esqueço de mim
Chega um tempo em que lembro de todos
Agrado os amigos, aprendo o trabalho, faço o dever de casa e esqueço de mim...
Tempo de absoluto caos!
Chega um tempo que aceito desculpas esfarrapadas,
pelo simples fatos de serem desculpas
E eu não ter que escutar as vozes do nada
Naquele tempo de pedir perdão toda vez que se altera o tom de voz
Instinto reprímivel da vontade de gritar...
perdão, perdão
Estes são tempos de profundo caos!
Na busca de se livrar do mal do século (a solidão)
Meu coração abriu canais de compreensão
Que aceita, que aceita
Ele não aprendeu, coitado
Que quanto mais artérias bombeando sangue, maior a chance da ruptura
Que quanto mais rápido ele bate, maior são os tempos de caos!

domingo, 7 de outubro de 2007

fragmentos dispersos anotados em vão

Era o que fazia mal e eu não sabia. Corria de um lado para outro apenas para distrair me do fato óbvio e intrigante de que eu já sabia o tempo todo: que sim, sim, eu senti falta em cada minuto que passava, transtornado e tolo, onde quer que estivesse. Mas então fazia mal e eu sabia? Nem sei o quanto vou. Estava o tempo todo cercado do que eu sabia não ter significado nem força, mas mantive me ali por tanto tempo. O mais difícil é apontar a direção, ter coragem e um bocado de sorte. Isso é difícil e talvez determinante.

Talvez mesmo fizesse sua cabeça pensar um pouco diferente, até que fosse pra não sermos mais nós mesmos. Ser nós mesmos é uma questão tão nebulosa e imprecisa. Não desafiemos tanto assim a ordem em nome de um verbo chulo.Desses que se deixam escapar numa reunião de inimigos públicos. Talvez mesmo eu fosse capaz de me transformar naquilo que possivelmente tu sempre quizeras que me transformasse, sem nunca no entanto ter sequer admitido isso pra si mesma.

É sempre uma questão de não se saber onde pode parar, todo sinal seguinte já é um grande ganho. Economiza-se em expectativas e em surpresas óbvias. Mas posso dizer agorinha e me arrepender na linha seguinte: pra mim chega, tive meu quinhão, dispenso a outra parte. E nem sei o que isto está sendo. Tenho pra onde ir, e pra quem ir, o que eu nunca procurei e esperei longe de você, de modo que não me resta fazer outra coisa se não ir.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

MENGÃO

MARACANÃ lotado...68 mil pessoas...incrível.
está entre as 10 coisas mais bonitas que já ví em minha vida.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Interesse público.

1. imagine o quanto não ganha o geriatra do Mick Jagger.
2. imagine quanto baseado Gabeira e Gil não fumaram juntos.
3. imagine por quantas tardes a bela continuou sendo bela.
4. imagine por quantas vezes o pálido do setembro não foi fantástico.
5. imagine a matéria prima da música do joy division.
6. imagine um pesadelo inspirado por uma outra realidade.
7. imagine o que você acha que é bom pra você.
8. imagine ver seu filho crescer.
9. imagine uma árvore de Van Gogh numa pintura de Dali.
0. imagine poder mexer numa fissura que partiu.

musicas litrusss

pra não sair da agenda dos radicais, depois de ter perdido um show do ludov, que vem oi rio uma vez de 200 em 200 anos.

http://www.pilastra.com.br/agenda/agenda.php

LUDOV

04/10 - Quinta
Teatro Odisséia
Festa Rock Baile!
a partir das 22h00
Av. Mem de Sá, 66, Lapa
R$ 28,00/ 20,00 com filipeta/ 14,00 (estudantes)
==

Festa Ultra Lovecats + Show da banda Pato Fu! Dias 7 e 9 de Setembro!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

camile

saca quando você acha uma coisa que te impusiona a passar os próximos dias ocupado ( digo aquela ocupação boa, decente, nada a ver com o trabalho que empobrece o homem) ?
achei essa menina, camile, espécie de bjork francesa, guardadas as devidas proporções.
tenho um cd dela chamado le fil que é simplesmente incrível.
ela era de uma banda francesa chamada nouvelle vague, e este é o seu terceiro album, eu acho.
reparem nas caras e bocas deliciosas que ela faz nesse clipe de ta douleur.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

un-logic

- mas calma aí. Num era manotrópio?

- era porra. Num é mais.

Nem adiantava pedir explicação. Conseguir entender estava fora de cogitação. Além do mais, ele digitava rápido como o cão. Muita angustia, muito cigarro, parecia um personagem recém saído do apocalipse. Sabíamos todas as funções dos destilados, embora minha especialidade fosse cachaça mesmo. Mas não era de cachaça que estávamos chapados. Essa é uma outra história, um dia conto. O filho da puta gostou do Kid A assim que lançaram, vai se fuder. Demorei quase três anos. Mas comigo é sempre assim, demorado e conflituoso. Agora sim chego no ponto, era essa porra que nos aproximava. Sabíamos que das ciências exatas só levamos o benefício da dúvida.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

thiaguisse

Estava com os cigarros perto do fim. Estava perto do fim também, sabia. Perfilava na ante-sala, monótono, disperso. Mal reconhecia a origem do incômodo, de dentro, talvez, pensou. Desfilava desculpas e mentiras recém saídas do forno. Era preciso mentir e isso doía demais. Contratou os serviços daquele velho barraqueiro, quatros doses diárias daquela batida escrota de cacau. As duas pratas mais mal gastas de sua vida. Dores no estômago à noite. O velho, pensava pra si mesmo, devia ter uma espécie de pacto com o diabo. Adorava cortar cabelo, o próprio inclusive. Mas adorava mais ainda tê-lo, o cabelo, comprido. Entregara a alma ao coisa ruim em troca disso: poder cortar o próprio cabelo todo dia e ter todo dia o cabelo grande.

Um belo dia, ao descobrir minha simpatia para com as idéias comunistas, ameaçou não mais me servir as doses. “Tá brincando, seu velho punheteiro? Eu não posso ser comunista mas tu pode usar esse rabo de cavalo?”. Ele esquivou-se para trás, meio amedrontado e disse a todos os fregueses presentes em sua espelunca: “girem suas bebidas como se fossem brasas. Almas para o demônio. Ta pensando que eu morri?”.