terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Memórias

Eu fui matando meus heróis aos poucos
Como se já não tivesse
Nenhuma lição pra aprender

Eu sou uma contradição
E foge da minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido

Eu quis me perder por aí
fingindo muito bem que eu nunca precisei
de um lugar só meu

Eu dou sempre o melhor de mim
e sei que só assim é que talvez
se mova alguma coisa ao meu redor

Eu vou despedaçar você
todas as vezes que eu lembrar
por onde você já andou sem mim

Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos,
coisas que eu nem quero saber...

Memórias - Pitty

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

tetragrammaton

longe de parecer necessitado, o que ele queria era destruir um lugar pra ficar. só que desta vez foi um lugar vazio que ele se transformou e chorou e moveu-se até não ter mais pra onde ir se não desejar morrer, mas assim acaba mais um trecho desta história que eu acho que está errada... espere longe e continue calma pois esse mistério fechou-se no jardim e ninguém ousará dizer uma palavra. tinha que respaldar cada uma palavra que diziam, sei que é isto, sei que é isto, então por que chama-la... vai morrer assim, vai congelar-se, longe de parecer um necessitado. tudo que queria era parecer são.

domingo, 28 de janeiro de 2007

enquanto isso no psicanalista...

...não acredito que nem uma vez, seu caeiro. nunca suspeitou de deus quando deu um tropeção? seu caeiro, nunca traiu ou amou sem amor? tem alguma coisa estranha aqui, seu caeiro, mas realmente acho que algo ou te falta ou te sobra (dá no mesmo)... não, seu caeiro, eu não acredito que nunca desejou nunca ter nascido pra não pensar na morte... será que todos (todos) perdem o controle e você não? seu caeiro, seja corajoso, diga a verdade, nunca, num banheiro trancado por dentro, olhou diferente para as lâminas? ah, seu caeiro, agora sei por que tanto quero ser você, talvez a maior ignorância seja a maior sabedoria...

Frases: Hoje é dia de Maria - 2º jornada

Queria muito assistir de novo... Procuro, procuro e não acho para baixar...

1° episódio:
"-A Sra. acha mesmo que amor sincero é lenda?
-Nunca tive amor sincero, mas ainda espero. Em algum lugar há de existir."

2° episódio:
"Pra quem tá perdido, qualquer caminho é rumo"

3° episódio
"Num quero viver num mundo q ninguém respeita nem o q é sagrado"
"Coragem oh doce Maria, pois o mundo não se fez, está por ser feito. "
" olhar o teu sorriso, eh chegar ao paraiso sem precisar morrer.. "
"Quando sentir que não há lugar pra você nesse mundo, respire fundo, respire fundo. Reinventar! É preciso mudar você e o mundo".

4° episódio
"Vinagre não se torna vinho... Sinto que minh'alma quer recuperar a brancura do linho... (Mas vinagre não se torna vinho)"
"O mundo vai se acabar não pelas guerras... mas pelas falências dos corações..." (essa é a melhor... Puta que pariu!!!!!!!!!)
Boneca - Esse mundo não é lugar pra brinquedo.
Maria - Nem pra criança...

5° episódio
"Afinal... só resta crer no impossível!"
"Não há o que se perdeu que não se possa refazer melhor"
"Sem a memória o homem é louco!"
"Tenho a coragem dos desesperados"
"No fundo do coração bom mora a inocencia e ela clama pela renovação do mundo"

sábado, 27 de janeiro de 2007

Educação

Não gosto muito de ficar reclamando da vida, das coisas em geral. Mas essa semana foi foda.

Essa semana recebi um e-mail, informando sobre um curso de tecnologias de redes, que eu queria fazer muito. O curso é na RNP (Rede Nacional de Pesquisa), tecnicamente o órgão mais foda da internet brasileira. O curso é bom, o estabelecimento onde vai rolar o curso é muuuito bom, bla bla bla bla, enfim, estou até agora babando pelo curso.

Duração do curso: 40 horas || Preço: 1 simples parcela de R$ 1900,00

Resultado: sem chance.

Tá...fiquei puto, mandei e-mail resmungando, dizendo que sou pobre, mas quero fazer o curso, etc etc...

Ai, tô eu em casa vendo TV, me passa uma matéria falando sobre a Irlanda...um país que a 40 anos atrás tinha a batata como principal alimentação do seu povo, de tanta pobreza...mas alguém decidiu ligar o botão do foda-se, e escolheram o rumo: educação, educação, educação. Boa e de graça. Hoje, um dos países mais desenvolvidos do mundo.

Não vou me aprofundar muito, não sou o especialista em economia. Mas quando eu páro e penso que não vou poder fazer esse curso, por falta de grana...me dá uma raiva, uma raiva... e lá no fundo eu sinto que quem perde com isso não sou só eu, é o meu país.

-------- ATUALIZAÇÃO - 29/01 ---------

Acabei de receber uma ligação de Brasília, a diretora do curso leu meu e-mail onde eu reclamei de tudo, e decidiram me dar um desconto de 40% na realização do curso...bem, eu queria era 100%, rss;;; mas ela me disse que o curso era caro e tal, que o máximo que ela poderia fazer era isso. Ela disse também que eu poderia parcelar o curso.

Bom, já é alguma coisa. Ainda continua muito caro, mas talvez parcelando em 200 vezes dê pra eu pagar. Mesmo se eu não fizer o curso, fica ai a comprovação do velho ditado: quem não chora não mama.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Hoje, todas as mulheres dessa cidade decidiram sair de saia. Todas.

Chokito ou Paquetá??

Num dia em que a raiva era grande
Não me lembro o tanto, nem o porque
Num tempo distante em que só as memórias boas sobrevivem
Eu devia ter oito ou nove anos
Meu pai me olhou nos olhos e disse
Quer um Chokito??
Sei que alguma coisa errada ele tinha feito
O Chokito sempre era utilizado como mediador para as pazes
Eu disse que não!!!
Opa, algo muito errado mesmo
Eu devia estar com muita raiva
Então, ele utilizou de outra forma de manipulação de sentimentos
Vamos fazer um passeio
Você vai andar num barco enorme, vamos para Paquetá
(Mal sabia eu que no futuro, meu destino seria andar nesse barco enorme, muitas vezes
Não mais por passeio, mas por obrigação
Cinco anos a caminho de Niterói)
Pronto, já havia me conquistado, queria ver o tal barco...
Fomos pra Paquetá, Passeamos no barco, andamos de bicicleta e comemos frango assado com a mão
Essa é a lembrança mais bonita de infância que tenho...
Não lembro do porque da briga, sei que minha mãe chorava
Mas, se o mal me fez viver esses momentos, então valeram a pena
Há pouco tempo atras, um amigo especial, se atrasou
Demorou a aparecer para algo marcado
Como pedido de desculpas me trouxe um chokito
Como se soubesse da história...
Eu lhe abri um grande sorriso
Mas, dessa vez aceitei
E ficamos em casa...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

ben harper

esta é do ben harper...infelizmente não vou ao show, mas deixo aqui minha justa homenagem... esse cara é um dos, sei lá, 10 caras mais fodas da música atual. a música: "pleasure and pain", está em um cd ao vivo... da discografia mesmo não sei onde se encaixa... bem, isso aí.

Dor e prazer

Estou partindo no trem da manhã
E nunca mais verei este mundo novamente
Senti prazer
E senti dor
E eu sei agora
Que eu nunca mais serei o mesmo

Como eu desejo saber o porquê do mundo ser tão frio
E se somente boas pessoas morrem jovens
Largam-me aqui na crueldade para envelhecer

E eu senti prazer
E senti dor
E eu sei agora
Nunca mais poderei ser o mesmo

E se algum dia eu encontrar paz de espírito
Eu vou dividir com toda a raça humana
Eu senti prazer
E eu senti dor
E eu sei agora
Que eu nunca mais poderei ser o mesmo

Então se o sol brilha ou a chuva cai
Eu agradeço, eu tenho minha visão além disso tudo
E senti prazer
E senti dor
E eu sei agora
Que nunca mais poderei ser o mesmo

ligações perigosas... toinho, peka e thiago têm ligações escusas com a máfia! EXTRA!

diálogo não sei de onde(rsrs):

-ei! essa não é a maneira certa de ganhar!
-e existe uma maneira certa de ganhar?
-existe uma maneira de demorar mais à perder...


do filme: "desconstruindo harry". de woody allen...
"a vida é como uma ida à las vegas; ganha-se aqui, perde-se alí. quem lucra mesmo
é a banca. no final das contas, o que vale é a diversão
".

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

- Você acredita em Deus?
- Acredito. O difícil é saber se ele acredita em mim.

Pô, não resisti... Tava lendo um poema, já na cama, e achei tão manero, que tive que vir postar pra vcs...

A FLOR E A NÁUSEA

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego
Uma flor ainda desbotada
Ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu

Sua cor não se percebe
Suas pétalas não se abrem
Seu nome não está nos livros
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

(Carlos Drummond de Andrade)

Vontade insana...
Do nada...
Cumpriu-se, fartou-se
Esparramou-se de tanta felicidade
E foi embora
Não era real
Era apenas vontade.
Se não a cumprisse
Não haveria torturas ou sonhos
Ao fazê-la
Não há remorsos ou grandes considerações
Então, de que me vale??
Preciso justificá-la, achar importância para mim
A futilidade não é uma coisa que me cabe.
Vontades, Vontades
Acordo, não me vejo feliz, nem triste
Tudo parece um grande vazio.
Vou cumprindo vontades
Até que a mesma vontade se repita e repita
Ganhe sentido e enfim, tome ares de futuro...

Celebridades

Hj estava assisindo a um programa chamado: Lista das 20 mortes mais importantes na música mundial. Recheados com comentários e apresentações sobre os artistas.
O segundo lugar foi para: Kurt Cobain
O comentarista disse uma frase que me chocou:
"Kurt Cobain nos livrou de vê-lo envelhecer, ficar chato e feliz"!!!
O primeiro lugar, logicamente foi de John Lennon.... E o mesmo comentarista continua falando que:
Lennon tb tomava heroina e tinha depressão, livrou-se disso tudo e encontrou a felicidade, deixando de lado a música que não seria tão boa sem a depressão e as drogas, era o que Kurt Cobain deveria ter feito...
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Bem, acho que escrevi tudo isso por causa daquela frase em destaque.
Será que se Kurt Cobain estivesse vivo seria considerado um mito de uma geração?? O que pessoas tão importantes alteram quando perdem 21 gramas dessa forma abrupta??

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

janeiro é o mais cruel dos meses (ou: sobre o que não se pode falar...)

o páreo é duro... fevereiro tem carnaval e... tipo: eu odeio carnaval. pra citar torquato neto: "carnaval, caranaval, eu fico triste quando chega o carnaval".
março, bem, sobre março é melhor nem falar...
abril também é foda, sério!, tenho motivos para achar abril foda.
mas, a intenção não é ficar falando sobre os meses... queria dizer e já disse: janeiro é o mais cruel dos meses...
e isso me leva a outra coisa que queria dizer... é sobre ludwig wittgenstien, filósofo austríaco, que tentei ler por esses dias...não me repreedam, mas não entendi quase nada.
não que isso seja novidade, sabe? mas uma frase dele está me martelando e acho que é a (santa pretensão) chave de sua filosofia... bem, se não for, pra mim agora é(rsrs).
"sobre o que não se pode falar, deve-se calar", tem uma verdade assombrosa nessa frase, à parte da filosofia...
"se raros são os interlocutores perfeitos, então vivemos numa guerra de linguagem", essa frase foi dita por uma professora que venero e me veio a cabeça quando saí da sessão de cinema... "babel": o filme.
sei que estou cometendo idiossincracia, seja lá o que isso realmente for (rsrs), mas
talvez seja exatamente sobre isso que estou falando: nunca, independente da forma, do
conteúdo, da verborragia, nunca vamos nos entender de verdade... nunca vão perceber o que realmente queríamos falar... seria um blog um local conveniente à essas reflexões?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

tenha um bom dia...

quem acordarei amanhã?
quem passarei cedinho em tua casa para dizer obviedades?
quem já me cansei de ser aquilo que tenta ser?
quem ainda penso sobre a inexatidão dos pronomes retos, eles não exprimem com perfeição coisa alguma...
se eu não me importasse, gostaria de desaparecer...

Adolescência

Estava lendo jornais da década de 40 e me deparei com um conto, como sempre acontece fico tentada a lê-los, mas como não gosto de ambientes tão silenciosos de bibliotecas, não os leio, para terminar mais rápido. Hoje falei foda-se e me perdi lendo tudo que vinha...
O nome do conto é "Adolescência" de Oswaldo Alves (nunca ouvi falar), era mais ou menos assim:

O conto retratava um cara de vinte anos que não quiz namorar com uma grande amiga, falando que ela era como uma irmã pra ele, e ela chorou tanto. Oito meses depois, ela já encontrava-se de casamento marcado com outro, e ele atordoado, amando-a profundamente, a pergunta como seus sentimentos podem ter mudado tanto em tão pouco tempo e ela responde... os teus também não mudaram? Coisas da vida.
Desesperado pelas ruas, ele diz que nunca vai esquecê-la, que vai ama-la pra sempre. A mãe dele, na tentativa de acalmá-lo, diz que tudo muda e passa... que ele deve ser forte.
Enfim, o conto termina assim, essa parte eu anotei:
"Para eles, ser forte era resistir ao amor e esquecer. Para mim, ser forte era resistir ao tempo e lembrar. Quinze anos se passaram, e agora, lembrando esse episódio dos vinte anos, não posso deixar de sorrir, refletindo sobre as palavras de minha mãe, "o tempo apaga tudo", arrastando-nos cada vez mais para a realidade. O que não sei é se vale a pena esta compreensão, em troca da ternura que também vai se apagando em nós"
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Bonitinho, né?? é por aí... sabe aquela dor emocional que parece física, ela passa, e ficam só as lembranças que não doem, e de vez em quando nos fazem até sorrir. Porém, essa dor deixa resquicios de medo, não queremos senti-la de novo, e então diminuimos nossa entrega e ternura, pisando um pé de cada vez, isso é o que se espera de um adulto...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

A cadeira

Vocês sabem qual o problema de comprar uma cadeira de escritório? Eu digo, é achar uma que não quebre fácil. Sabe , o maior problema dessas cadeiras é aquela junão da base com o encosto. Os fabricantes tem a idéia de que aquela simples aste vai sustentar o tronco da pessoal. Isso mesmo, você tem que ser um daqueles caras franzinos de 40 kg para que a cadeira dure a vida toda, eles esquecem que a pessoa pode ter mais que esse peso, e o pior, esquecem o motivo daquela cadeira. Bem eu digo o motivo, é conforto. Os fabricantes acham que você vai sentar naquela cadeira acolchoada, reclinavel, com suspensão a gás e que ainda tem um leve perfume de camomila do mesmo jeito que você senta naquelas cadeiras de madeiras resistentes e duras que transformam seu dia num inferno, aquelas chamadas "cadeiras universitarias" ,que nem hoje as universidades usam mais. Esta mais que na cara que você vai esparramar naquela cadeira, afinal, você pagou pela cadeira "presidencial" de 900 reais. O engraçado são os nomes, hierárquicos que fazem qualquer imbecil se achar alguém na vida. " bem estou na cadeira presidencial, uhumm... Acho que vou despachar alguns documentos com minha bic de 1,99".
Ae o que eles fazem? dão uma garantia de 3, eu disse TRÊSss anos na base da cadeira. Isso que é negócio, você pode perde uma rodinha daquelas que você tem 3 anos de rodas, e a aste com o encosto? Bem, você sabe, não vamos dar crédito a essa parte da cadeira, ela é totalmente insignificante....

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Algo de triste nos olhos do céu...

Tinha vontades e jeito de senhora
Sua pouca idade, não transparecia em seus cabelos brancos
Muito sofrida essa menina
Mas quem não é??
Uma vez vi seu lençol sujo de sangue
E como ela se ressente
Dizia: Queria ter visto seu rosto, queria saber o seu nome
Abaixei o rosto e não disse uma só palavra.
A cerveja no copo não altera seu olhar,
O amor no telefone sempre parece fugidio,
Não dá ares de confiança e futuro.
Suas palavras chulas de quem já se perdeu
São contrárias ao seu coração puro
Que chora, que ri
E batem de frente numa guerra constante.
Tenta me dar conselhos como quem sabe da vida
Me diz como tenho que agir
Mas, eu não ouço
Sei que quero ser eu e agir da minha maneira, com ares de menina
E erros que ainda estão por vir
Ela não me inveja por isso, também não teria porque
Acha que agora é a hora de acertar, que seu tempo de coisas em aberto já passou
Vê uma opção em cada mão
Escolhe as duas...
Inocência ou hipocrisia?? Me pergunto...
Nem Deus sabe, muito menos ela...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Forever, never more...

"E sabe o que o relógio
Espatifado sobre a mesa me diz?
Que o TEMPO foi embora
Procurar um jeito de ser feliz
E agora é para sempre nunca mais..."

A idéia de "Seremos felizes para sempre"
é uma ilusão, um sonho bom
que o tempo apaga, que a vida move
vai e volta em ondas de sentimentos
Pessoas diferentes, sonhos diferentes
Aonde você remonta novamente seu projeto de vida
que pode ser arrasado de novo, e te fazer perder o rumo, o prumo
Aumentar as rugas que demorariam mais a aparecer
Para nos protegermos, pensamos: "Para sempre, nunca mais"...
Mas como controlar o anárquico sentimento?
E parar de dar tanto valor ao amor...

"Essa idéia de gostar de alguém
É uma mania que as pessoas tem
Se me ajudasse nosso Senhor
Eu não pensaria mais no amor"...


domingo, 14 de janeiro de 2007

Reticências

Grave problema: dividir desesperos. Talvez seja uma das piores formas de homicídio/suicídio. Talvez seja uma mentirona, dessas que se diz quando se está entediado de si. Carregá-los sozinho é o que todas as pessoas razoáveis tentam fazer. As pessoas, no cotidiano, só buscam atenção e um pouco de carinho, como um vira-latas que exibe a barriga e as partes. Talvez dividir pulgas e coceiras amenize a quietude dos desesperos individuais. Mas só ameniza ...

sábado, 13 de janeiro de 2007

aponto o final

deixei três medos inteiros, sem uso, para trás... se conseguir vender, fique à vontade...
deixei alguns metros de palavras mentirosas também, faça bom uso...
ah, sim, já ia me esquecendo, aquele brilho do desespero quieto: proponho dividir, embora saiba que é demais pra voce, me cansei de carregar sozinho...
.ponto final

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Emudecer adoece a alma...

Se tu viesses me ver
E eu não estivesse pra ti
Talvez me fingindo de morta
Talvez no quarto a dormir

Lembra que de mim nunca viu a indiferença
Lembra de tantas vezes que eu te pedi
Para ser sincero, para que tuas palavras pudesse ouvir
Incansável, não fatigava ao ver-te fugir

Quando vier me ver
E meu olhar estiver fechado
Meu rosto virado pro lado
Fingindo sonhar por outro alguém

Não acredite!
Na verdade o que quero é que você me incomode
Me acorde, grite meu nome em vão
É porque de vez em quando precisamos de retribuição.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Livro de José Saramago: Ensaio sobre a cegueira

Uma treva branca... Um mar de leite...

Podiamos ler Saramago apenas para observar uma forma diferente de encarar a gramática portuguesa, uma forma despojada de preconceitos da norma culta. Mas, Saramago vai além... traz nesse livro uma ótima história.
Lembram daquele ditado "Em terra de cego quem tem olho é rei"? Pois é, no caso deste livro, formulei o meu ditado popular: Em terra de cego, quem tem olho vê muita desgraça. Vê assim, a animalização e fragilidade do ser humano, sua essência violenta e amoral quando se encontra numa situação extrema, quando suas ações não poderão ser julgadas, pelo simples fato fictício de que ninguém estaria vendo os seus atos. Devido à perda de um sentido, mostrariamos todos os nossos instintos, e retornariamos a um tempo de remota formação social.
Alguns trechinhos para a degustação:
"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem".
Estupro: "Uma fila grotesca de fêmeas malcheirosas, com as roupas imundas e andrajosas, parece impossível que a força animal do sexo seja assim tão poderosa, ao ponto de cegar o olfacto, que é o mais delicado dos sentidos, não faltam mesmo teólogos que afirmam, embora não por estas exactas palavras, que a maior dificuldade para chegar a viver razoavelmente no inferno é o cheiro que lá há".
Incêndio: "Evidentemente, muitos destes cegos estão a ser pisados, empurrados, esmurrados, é o efeito do pânico, um efeito natural, pode-se dizer, a natureza animal é mesmo assim, também a vegetal se comportaria de igual maneira se não tivesse todas aquelas raízes a prendê-la ao chão, e que bonito seria poder ver as árvores do bosque a fugir ao incêndio".

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

"...Tem coisas que tem sentido
mas são indefinidas..."

domingo, 7 de janeiro de 2007

Deixe a vida me levar, vida leva eu...

"Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
rir pra não chorar... "

Esse final de semana foi repleto de samba, estive na Escravos da Mauá, na Portela e até roda de samba de preto (Como diz a Danielle) eu conheci... Me livrei de alguns preconceitos, em sambas se tocam músicas lindas... Candeia, Cartola, Clara Nunes, Chico Buarque e outras... músicas que escuto em casa, e que me apaixonei mais ainda, e outras que conheci... Vale muito a pena! Agora entrei para o mundo do samba... hahahahahah.

Samba da ESCRAVOS DA MAUÁ, esse ano, muito bonito e divertido.

Raízes do samba

Num tempo lá atrás quando havia escravo
E a vida valia nem um centavo
Na pedra do Sal uma dor
Senzala tocava o tambor
Capoeira jogava de cor
O corpo umbigava ao redor

Pois hoje ao chegar na Mauá sou livre
O samba levanta do chão e vive
Aqui dá vontade de rir
Escravo, não quero fugir
Me dá uma alegria de ver
Que nada é melhor que viver

Raiz
O samba se espalhou pela cidade
Bom fruto dos quintais e da amizade
De Donga, de Sinhô e Pizindim
Bate sol, bate luz

Jardim
Portela canta a sombra da jaquueira
Cacique, os ramos da tamarineira
As mangas nascem na Estação Primeira,
Samba bom, samba bom...

sábado, 6 de janeiro de 2007

quanto sobra? ou, de quando eu nem sei bem...

sabe... essa coisa de novo ano, de demonstrações de um novo otimismo, esses ciclos vitais que só se fecham com a morte... sei lá... será que realmente faz sentido?
de quantas vidas já me senti saído, quantas mortes penso que já morri, quantos pesos pus e tirei das costas... me parece que sempre que alguém parte eu morro um pouco, sendo que, curiosamente, quem mais mantem as pessoas em estado de partida sou eu mesmo... economiza-se em despedidas...
quanto sobra é uma pergunta difícil e indelicada, mas assombra a cabeça à noite...
quanto sobra?
o souveniur não devolvido, a frase nunca dita guardada à sete chaves?
o rosto mais cansado e distante? ou nem isso?
do que serei capaz de lembrar no último instante? dos drinks, das drogas, dos amores, dos maias, dos medos, do que nunca,de fato, aconteceu?
serei mais um realmente a passar ignoto por um volume de acontecemintos e deles guardar tão pouco?
ano novo que vem... a mesma merda de pensamentos, a mesma obrigação idiota de fazer planos novos como se desta vez fosse pra valer, e claro, dizer a todos em alto e bom som, pois senão, eles não têm graça. a mesma obrigação de ser/estar/parecer feliz para a comunidade de felizes mentirosos (não necessáriamente nessa ordem)...
novo ano que vem, o que tinha de ser novo era o passado... sim, o passado deveria ser passado à limpo... ser limpo das voltas mal resolvidas, dos mal intendidos, e até, se não for pedir demais, dessa obrigação de continuar sendo intocável...

Feliz 2007 Brasileiros!

Feliz 2004

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

de campos e thiago ao mestre querido

Mestre, meu mestre querido!
Coração do meu corpo intelectual e inteiro!
Vida da origem da minha inspiração!
Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida?
(...)
Mestre, meu mestre!
Na angústia sensacionista de todos os dias sentidos,
Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser,
Eu, escravo de tudo como um pó de todos os ventos,
Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim!

Meu mestre e meu guia!
A quem nenhuma coisa feriu, nem doeu, nem perturbou,
Seguro como um sol fazendo o seu dia involuntariamente,
Natural como um dia mostrando tudo,
Meu mestre, meu coração não aprendeu tua serenidade.
Meu coração não aprendeu nada.
Meu coração não é nada,
Meu coração está perdido.

Mestre, só seria como tu se tivesse sido tu.
Que triste a hora alegre em que primeiro te ouvi!
Depois tudo é cansaço neste mundo subjetivado,
Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas,
Tudo é mentira neste mundo onde se pensam coisas,
Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente.
(...)mas porque é que me ensinaste a clareza da vista,
Se não me podias ensinar a ter a alma com que a ver clara?
(...)
Prouvera ao Deus ignoto que eu ficasse sempre aquele
Poeta decadente, estupidamente pretensioso,
Que poderia ao menos vir a agradar,
E não surgisse em mim a pavorosa ciência de ver.
Para que me tornaste eu? Deixasses-me ser humano!
(...)
A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação.
Libertaste-me, mas o destino humano é ser escravo.
Acordaste-me, mas o sentido humano é dormir.



O drama existente dentro de Fernando Pessoa criou personagens incríveis e autônomos, que por essas características são chamados de heterônimos. O poema acima, escrito por Álvaro de Campos, é sobre um outro heterônimo, chamado Alberto Caeiro, considerado o mestre de todos os heterônimos e mesmo de Fernando Pessoa... e meu também, naturalmente.

desculpem a idissiocracia

chegando e partindo economiza-se em despedidas. chorando e sorrindo despista-se o destino. negando ou mentindo chega-se longe. quebrando ou partindo-se conhece melhor. mas essas mãos tão pouco acostumadas a tampar o sol com a peneira ainda se levantarão contra o improvável e misterioso acontecimento.

whipping boy

nem por uma dose extra daquele entorpecente querido que chegaria perto de falar bem de qualquer outra paixão. sei bem as consequências destas palavras, sei bem o peso, o temor e carga de responsabilidade que carregarei depois, mas é irreversível, o ouro em pó escorre das mãos dos desavisados, mas também não dura muito nas dos inocêntes e desajustados. é isso.

Meio perdida, mas não mais a flor da pele...

Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angustia de fome de carne
O que não sei que seja - Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver na rua.
Não há travessa achada o numero da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Ate meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Ate os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Ate a vida só desejada me farta - ate essa vida...

Compreendo intervalos desconexos,
Escrevo por lapsos de cansaco,
E um tédio que e ate do tédio arroja-me a praia.

Não sei que destino ou futuro compete a minha angustia sem leme,
Não sei que ilhas do Sul impossível aguardam-me naufrago,
Ou que patamares de literatura me darão ao menos um verso.

Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
(...)
Alvaro de Campos/ F. Pessoa

Se hoje não vejo saída,
Deixo os dias irem um pouco mais pra frente
O importante é ter a mente aberta
E levitar sobre o peso das coisas...

Raro efeito

Eu tinha vontade de largar as coisas no ar
quando menos percebi estava la,
dócil, insano, profundo
mas percebia que não era o mesmo
estava apenas adormecido,
debaixo dessas folhas de outono
todas envelhecidas e secas,
mas que podiam servir como abrigo
para o que escondiam debaixo
dessas folhas, desse monte de folhas
mas o que estava ali embaixo
tinha um significado
era o que esquentava a casa,
o que fazia a corrente elétrica
passar pela tomada,
fazia os lençõis ficarem mais
macios
era o que nos mantia na mais perfeita harmonia...
não vou colher por de tras dessas folhas secas
nem irei varrer o chão
deixarei ali, no canto
morno, de forma a se tornar mais denso
com o tempo, com as tempestades e o sol
pois é disso que a vida é feita

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

sobre aqueles instantes que nos definem

° a lágrima que molhou o corpo de minha amante momentos antes d'eu partir.
° o barulho de seu riso enchendo meu quarto de cores novas.
° a guria estranha, que nunca vi antes, com quem passei a virada de ano e que me tratou cordialmente como um velho amigo.
° minha ex-aluna, com talvez a metade de minha idade, ensinando-me coisas da vida pelo msn.
° o medo da solidão de madrugada, num camping vazio, debaixo de muita chuva e vento.
° o entendimento sobre o que sou, sobre o que consigo perdoar e o que não consigo, e sobre o que quero.
º a certeza, às três de uma manhã chuvosa, de que nesse ano nada mais vai me ferir.
º trindade, lugar querido, do qual não consigo me despedir de outra forma que não: até mês que vem.

Poema de arquitetura ideal...

Observava paisagens de outras épocas
Enquanto remoía seu passado
Seus erros, que cismava serem de outros
A ultima fase verdadeira em sua vida
Foi quando mentiu pra si
O unico jeito de ser feliz
As casas amarelas e azuis, estavam um pouco mais pálidas em seus sonhos de futuro
Não era mais como num filme americano
Nem em ilusões de Dostoievsky
E como era bonito quando via assim... Quando tudo tinha formas de LSD
Mas, depois que ela foi embora e atendia seus telefonemas apenas por cortesia
Não via mais sentido nas mentiras, nas ilusões
A realidade tinha firmeza de criança descalça
E ele passou a ser um poeta realista que se preocupa com o mundo caduco
Um bosta de poeta...
Pois, só sabia escrever, sem pretensões de esperança
Sem sonhos de alteração
Mas, no fundo, bem lá no fundo
É o que muita gente quer
E ao final de cada leitura
Se via aplaudido de pé.

Notas Metais Rabiscadas

"Onibus: limusine carioca, um onibus qualquer. Desde que eu me conheço por gente era considerado o "frescão", num sabia bem o porque, acho que erapor causa do ar condicionado, so poderia ser, e aquele ar de onibus leito, de viajem, porem só o jeito, ou você deita no colo da pessoa atras de você ou fica apertado como se fosse uma cadeira de criança.bem, uma coisa que havia notado, de 100%, no minimo 50% das pessoas que usam esse onibus devem ser ligadas a alguma profissão juridica. Advogados, promotoras,office boys, enfim, noto isso por que a maioria tem um pacote de papeis de cartorio em mãos.
eu me pergunto se elas realmente lêem aquela papelada em casa. Imagine, você , saiu de uma partição cor bege , quer descançar,chegar em casa , tomar um banho e se deliciar com o artigo 234 , 45/9....Ah sim, aquele cara roubou 100 mil reais de um amigo , é , acho que isso sera mais divertido do que o filme que esta passando. hum, olhe, um processo de 457 paginas fresquinhas pra ler no final de semana. Esta quente ,né? vai ser maravilhoso ficar em casa lendo tudo isso, ou melhor, vou levar pra casa de praia que eu tenho e ler tudo isso naminha casa de praia que dei um duro pra ter somente para fazer isso, ler essa maçaroca no maior conforto sentindo a maresia. Nossa...esse pessoal sabe mesmo se divertir.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Para mim... 2006

Para mim... O melhor de 2006 foram as mudanças...
Esse ano passou como uma flecha
Mas de tão diferente deixará saudades
Mudei tanto, que nem lembro como eu era em 2005
Nem lembro os amigos que amava e como os amava
A poesia voltou a minha vida,
Tive um reencontro fatal com a inspiração
Com um novo jeito de mostrar meus sentimentos
Uma nova vibração e esperança
Quantos amigos casaram, tiveram filhos,
Arrumaram namorados, separaram
Novos empregos, falta de empregos
Choramos muito, mas também sorrimos
Sorrimos até alucinadamente
Nos sentimos de fato os radicais livres
E muitas vezes tentamos nos proliferar nas mesas de bar...
Conheci Trindade e me apaixonei com seus sons e cores
Lá, eu vi o céu mais lindo que já pode existir,
Onde a lua avermelhada teimava em mostrar seus encantos para o mar
Presenciei o momento em que Henrique regeu uma orquestra de sapos
e me tornei a Coreana muda que só sabe falar português... Claycianeá.
Esse ano pode até não ter terminado como esperava,
Mas, já se tornou inesquecível...
Os radicais livres passaram a pertencer de uma forma intensa e bonita no meu cotidiano
Gostaria de agradecê-los e dizer que vocês são os melhores amigos que alguém poderia ter, os mais inteligentes...
Estamos de frente com 2007 e as novas felicidades que podem vir...
Porque em 2006 eu descobri que nessa vida
Tudo pode acontecer, pode acontecer qualquer coisa...

A persistência

tarde novembro na janela
e eu aqui cortando os dedos
para não contar os meses
Sabia que já pensei com mais carinho no novembro?
Hoje ele só me traz recordações de dor...
Quero outros doces novembros
Recheados de insensatez e misericórdia
onde você não se encontre mais nele
Mas, também nem me faça falta
Quero a tarde mansa
De brisa ligeira batendo na pele
Onde eu possa simplesmente vigiar as horas
Pra que ela não se apresse
Pra que eu continue alí a olhar
Um novo motivo sorrindo na janela
E eu sem exaltação a bocejar...

( escrito pela Peka e por mim , nesse começo de 2007 )