quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Cigarettes And Chocolate Milk

Cigarros e leite com chocolate
São eles o par do meu desejo
Parece que tudo que gosto é um pouco mais forte
um pouco mais compacto, um pouco mais nocivo para mim

Se eu comprasse balas de mascar
e tivesse de come-las de uma só vez
Parece que tudo que gosto é sempre um pouco mais doce
um pouco mais corpulento, um pouco mais venenoso para mim

E existem aquelas outras coisas
Que por motivos claros não mencionaremos
E tudo a respeito delas as fazem um pouco mais estranhas
Um pouco mais severas, um bocado mortíferas
E isto não é muito esperto
fazerem se tornarem uno
como um coração partido

Ainda que não haja uma apresentação pelas minhas costas
Situações difíceis ou uma intervenção amigavel
Eu herdeira, um pouco da Irlanda
um pouco da Torre de Piza
aonde quer que veja você
seja gentil por favor caso eu esteja confuso


letra de rufus wairight, músico muito bacana.

Tô cagando e andando...

Meu pai que tem mania de dizer: Essa mulher é bonita até cagando...
Como se ele já tivesse visto ela cagando (eca)...
Isso me lembrou os meus coelhinhos tão fofinhos, mas que mantinham em seu quartinho um odor inexpugnável, assim como o existente na Central... hehe.
É sempre interessante como as pessoas julgam que aquilo que é belo é também cheiroso, limpo, verdadeiro, amável, enfim, um conjunto de qualidades consideradas positivas. Por outro lado, aquilo que é feio é considerado sujo, asqueroso, indigno. (Será que somos como os outros animais, só que ao invés de escolhermos nossos reprodutores pela sua força, o padrão agora é o da beleza?)
O importante é sabermos que todos cagamos, ninguém escapa disso... e tem gente que gosta tanto desse ato, que caga até pela boca, sendo essas merdas, geralmente, as que mais fedem!!!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Um pingo no rosto
Escorreu pelos seios
entrou no coração e lá ficou
Até que se aconchegou
Outro pingo parou no umbigo
Formou uma pocinha
em que ela brincava todo dia de manhã
Um outro caiu no ombro de seu amor
E molhou tanto seu destino
Que até hoje ele pensa se valeu a pena
Tanto sofrimento...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

tem que ter alguma coisa!!

deve haver alguma coisa que ainda te emocione
uma garota, um bom combate, um gol aos 46

deve haver alguma coisa que ainda te emocione
te vejo sentado no banco dos réus
pra falir a banca bancando o coitado
quanto mais culpado melhor o advogado

deve haver alguma coisa que ainda te emocione
um cavalo em disparada, pijamas...nada pra fazer

deve haver alguma coisa que ainda te emocione
tudo guardado num banco americano
a sete chaves, o sétimo céu
eu sinto te informar: o banco foi roubado!
é o velho jogo: pedra, tesoura e papel

deve haver alguma coisa que ainda te emocione
um vinho tinto...um copo d'água
a chuva no telhado...um pôr-de-sol
deve haver alguma coisa que ainda te emocione

essa é dos engenheiros... outros subestimados.
se fossem levados à sério, talves fossem ainda mais odiados.
mas são fodas.

Carnaval 2007

Caraca...essa frase foi genial...segue:

"Acabou o carnaval – a única coisa séria e organizada neste Brasil.
O restante do ano será a bagunça e sacanagem de sempre com o noticiário direto de Brasília."

Putz...sem comentários. O autor (acredito ser ele) encontra-se aqui.

Esse ano fui ao desfile das escolas mirins, como sempre. E novamente, foi muito muito bom. Ano que vem eu juro que chamo a todos vocês. É de graça e é muito maneiro.

E fui também no desfile das campeãs, que também foi ótimo. Eu nunca tinha ido ver o desfile das escolas, agora quero ver todos os anos. Trocadilhos inevitáveis, sim, eu vi a Mangueira entrar. E gostei.

Curiosamente, não gosto muito de blocos. Sei lá porque, talvez seja pelas letras das músicas, acho muito sem graça. Mas do desfile das escolas eu gosto, até porque tem a Vila Isabel, e ai é igual a time de futebol, não tem jeito...

Agora, o samba da Mangueira esse ano foi lindo demais, um poema...falava sobre a língua portuguesa, e era muito bonita tanto abordagem do tema como a melodia da música. Sobre a Sapucaí, eles diziam que (a Mangueira) "Faz do Palácio do Samba uma casa portuguesa, é uma casa portuguesa com certeza." Sem contar a frase "A minha pátria é a minha língua"...muito 10, lindíssimo desfile.

Amigos na praia, entardecer olhando o mar... uma bandinha com músicas em espanhol que não sei definir o estilo...que mais...hum... ah, tá bom já.

alucinação

eu não estou interessado em nenhuma teoria
em nenhuma fantasia nem no algo mais
longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia

amar e mudar as coisas me interessa mais... muito mais...

eu não estou interessado em nenhuma teoria
nessas coisas do oriente, romances astrais
minha alucinação é suportar o dia-a-dia
meu delírio é a experiência com coisas reais

um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha
blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
garotas dentro da noite...revólver:"cheira cachorro"
os humilhados do parque com os seus jornais me interessam

amar e mudar as coisas me interessa mais

um corpo cai do oitavo andar
a solidão das pessoas nessas capitais
a violência da noite...o movimento do trâfego

amar e mudar...
amar e mudar as coisas me interessa mais


essa é do belchior, cara foda e subestimado.

por um acaso ou por um segundo

por um acaso ou por um segundo
deixarei tu olhar lá dentro
não te assuste
nem me afaste
mas faça o que quizer,
me deixe, me siga, parta minha cara

por um acaso ou por um segundo
me diga que o impossível é necessário
só uma vez, deixe-me ter razão
ainda que seja por obrigação
esse espírito não é inquebrável
como gostaria

só, por um acaso, estanda a mão
perca a calma comigo
nem que seja por um segundo
entenda o que digo
acho que preciso que finja
uma vez na vida.

Conselhos (ou espera de redes)

Concreto, concreto...
Gritava o corpo violado a alma carente
E os suburbios também se tremiam
Aonde as revoltas começam e terminam?
Terminam de um novo ponto pra recomeçar
Que seja bem vinda, mas fique a dez metros de mim
Pra que eu veja tua real beleza, mas não possa tocar
Que eu sinta teu ódio, tua violência
E a encare com civilidade
E uma palavra voa: Adeus
Opa, pega ela de volta, faz favor!
Já era, a indiferença comeu...

Eu apenas queria que vocês soubessem

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E QUE A ATITUDE DE RECOMEÇAR É TODO DIA TODA HORA
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queria que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E NÃO TEME O CORTE DE NOVAS FERIDAS
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

(Gonzaguinha)
---------------------------
Se ainda não é totalmente assim, vai ser
Chega de Baixa alto-estima!!!
Eita Palavrão... hehe.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

sobre entendimento

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

clarisse...ah, clarisse...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima e não uma solução...

Houve um momento em que até pensei que fosse dar certo
Um pouco entre o fim da segunda guerra e a revolução sexual
Mas, percebi que a vitória é sempre efêmera
E que o mundo não se desespera, mesmo nas situações mais desesperadas
Desestímulos...
Quando o meu nome foi chamado na fila de espera
Eu sorri a valer
Pensei que agora era a minha vez
Não foi... e nem sabemos se um dia será
Mas, não se desespere minha filha, vc também é o mundo
Também cospe nos menores se tudo lhe for bem
Se ele te der essa oportunidade
Que vitória será essa??
Uma mão que busca o horizonte ou que acaricia os pelos de um gato?

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

conto de carnaval... ou, sobre como conheci isadora.

ela transava drogas, o que somado aos seus ganhos como prostituta, lhe garantia uma confortável e independente existência. não era comum, decerto. sua aparência algo exótica confirma. uma mulata de olhos meio puxados e completamente displicentes. a tudo olha e a nada se prende. eu, esquálido, algo deprimido por não ter suficientemente lhe contestado a primazia da experiência, a acompalha-la num bloco de carnaval pelas ruas de santa tereza. esforçando-me para alcançar a tão necessária recíproca, professor iniciante, virgem contestado, via-a alí, rindo a valer, gostando da minha compania. não conheço suficientemente as pessoas, menos ainda as mulheres, nada dela. mas sabia, alí do meu lado, pouco dinheiro, pálido, a imagem do deslocamento, ela estava se divertindo.
guiava-me pelas mãos pelas ladeiras com tal desenvoltura, que parecia mesmo com aquela a forçar a entrega na hora da nudez terrível, dona da situação. se acreditara ou não na balela da minha virgindade, não sei, mas foi com ternura que se aventurou em mais um terreno movediço. não exitou em me dar seu colo gasto para decansar minha última febre.
ela pareceu dormir. "minha rainha destronada." seus olhinhos ainda mais apertados pelo efeito do terceiro baseado se abriram, foi um véu que se abriu. uma interrogação formou-se em sua boca. "quantas rainhas destronadas não foste?" foi minha maneira de corrigir e reparar um momento de entrega que não tivera até então.
e, por aquelas ruas coloridas e barulhentas, passava alguém curvado sobre os próprios pensamentos.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Baralho, porra

Amigos, gostei de jogar baralho com vocês. Pena que vocês não sabem jogar e eu sempre ganho. Hahaha.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

de um curso de fotografia!!

a fotografia não tinha culpa, mostrava o que tinha a ser mostrado, o problema estava no fotógrafo. desfocada, tremida, escura e outros problemas que mostram minha inaptidão. sinto-me tremido e fora de foco também, num mundo certinho e bem focado... se nunca antes havia imaginado a beleza impassiva dos guardas-chuva floridos, sem dúvida que a culpa era minha; a menina com seu vestido florido molhado pela chuva talvez sempre tenha estado lá, claro, não se tratava de uma bela jovem, mas a cena deu a ela um encanto imenso. minha máquina fotográfica, esse cérebro desguarnecido e bastante esquecido, cansou-se de extrair fotogramas dessa realidade feia...do que preciso?

Clayciane está fora da área de cobertura
devido à putaria do carnaval!!!
Volta com seus posts em breve... Aguardem!!!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Chapeuzinho Preto

Era uma vez, numa vila perto de uma floresta bem escura, uma menina de olhos e cabelos negros.

Todo mundo gostava dela, e a avó dela mais ainda, tanto que decidiu fazer uma pequena capa com capuz para ela. A roupa era muito elegante, toda de veludo negro, e a menina andava para cima e para baixo com ela. Por conta disso, as pessoas começaram a chamá-la de Chapeuzinho Preto.

Um dia, a mãe de Chapeuzinho disse:

“Filha, leve estas jabuticabas para sua avó, que vive lá no meio da floresta.”

“Pode deixar, mamãe, eu vou e volto num minuto.”

“Mas olhe, não saia do caminho porque a floresta é perigosa.”

Então a menina colocou as jabuticabas numa cesta, deu um beijo na mãe e partiu. No caminho, ela cantava:

“Pela estrada afora,
Eu vou depressinha,
Levar essas frutas
Para a vovozinha.”

Chapeuzinho entrou pela floresta. A cada passo as árvores se fechavam e a mata ficava mais escura. Mas ela não sentia medo e apenas cantava sua musiquinha.

Assim foi até que, de repente, o Lobo saiu de trás de uma moita e falou:

“Bom dia, menina do Chapeuzinho Preto.”

“Bom dia, senhor.”

“O que você leva nesta cesta?”

“Algumas jabuticabas.”

“Hum! São para mim?”

“Não, elas são para a minha avó, que vive no meio da floresta.”

Naquela hora o Lobo pensou: “Minha fome é interminável. Um dia, com certeza, eu comerei esta pequena.”

Mas ele não queria comer Chapeuzinho ali, no meio do caminho, pois as refeições devem ser feitas nas horas certas.

Então ele disse: “Está vendo aquela trilha? Ela também vai até a casa de sua avó. É um pouco mais comprida, mas está cheia de tulipas. Por que você não vai por ali e leva umas flores para ela”

“Supimpa, senhor! Vou fazer isso mesmo!”

Assim, enquanto Chapeuzinho pegou o outro caminho, o Lobo foi por um atalho até a casa da avó. Quando lá chegou, tocou a campainha:

“Blem, blem, blem.”

“Quem é?”, perguntou a velhinha lá de dentro.

“Sou eu, sua netinha”, falou o Lobo disfarçando a voz. “Vim trazer jabuticabas para a senhora.”

A Vovó então pôs seus óculos e abriu a porta. Quando viu que era o Lobo e não Chapeuzinho quem estava lá, falou: “Ah, é você? Sabia que viria me buscar um dia. Entre, não repare na bagunça.”

Depois de dar um suspiro, o Lobo engoliu a avó e deitou na cama para esperar Chapeuzinho.

A menina vinha andando lentamente pela mata, mas tão lentamente que nem viu o tempo passar. Finalmente, quando chegou à casa da avó, tocou a campainha:

“Blem, blem, blem.”

“Quem é?”, perguntou o Lobo lá de dentro, com voz rouca.

“Sou eu, sua netinha, vovó.”

“Entre, querida.”

Chapeuzinho abriu a porta e foi até a cama da avó. O Lobo estava embaixo das cobertas e usava touca, de modo que só se podia ver uma parte do seu rosto. Percebendo que havia alguma coisa estranha por ali, ela foi se olhar no espelho.

Foi aí que ela viu que tinha passado muito tempo colhendo tulipas. Tanto tempo que já era uma mulher. Então, olhando no espelho, ela perguntou para ela mesma:

“Por que eu tenho orelhas tão grandes?”

E ela se respondeu: “É porque passei muito tempo na mata e elas cresceram.”

“E estes olhos tão grandes?”

“É porque agora posso ver mais coisas.”

“E estas mãos tão grandes?”

“E porque agora posso alcançar o que antes não alcançava.”

“E este nariz tão grande?”

“É porque agora sou dona do meu próprio nariz.”

“E essa boca tão grande?”

É porque já posso falar por mim mesma”, disse Chapeuzinho. Depois disso ela virou-se para o Lobo e perguntou:

“Onde está minha vovó?”

“Eu a engoli”, respondeu ele.

“E quem é você?”

“Sou o Lobo dos lobos. As pessoas me chamam de Tempo.”

“Você também vai me engolir?”

“Vou, mas não agora. Vamos comer estas jabuticabas?”

Então eles comeram bastante e tiraram uma sonequinha. Como estavam com a barriga cheia, começaram a roncar alto, mas tão alto que um caçador que estava andando por ali escutou o barulho e resolveu dar uma olhada.

Quando abriu a porta, o Caçador, que já era bem velho, colocou balas em sua espingarda e deu dois tiros no Lobo. Mas as balas passaram por ele e não lhe fizeram nenhum estrago. Aí o Caçador perguntou:

“Lobo maldito!, o que posso fazer para vencê-lo?”

“Isso é impossível, caro Caçador, mas nós podemos ser amigos.”

“Como?, se um dia você vai me engolir?”

“Ora, vamos ser amigos enquanto esse dia não chega.”

E dizendo isso o Lobo pegou as duas jabuticabas que sobraram, deu a menor para o Caçador e a maior para Chapeuzinho, e saiu pela janela dizendo:

“Até breve.”

E, assim, todos ficaram felizes:

O Caçador porque reconheceu que não podia vencer o Lobo.

A Vovó porque teve uma vida feliz e demorou para ser engolida.

E Chapeuzinho Preto porque aprendeu uma lição:

“Deve-se comer as jabuticabas sem pressa.”

Fonte: Blog do lelê

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

sentei com a solidão num buteco qualquer

Sentei com a solidão num boteco qualquer, contei-lhe anedotas e ela parece ter gostado da companhia. Outros 10 anos passariam sem que notasse se você não aparecesse, parecia música atonal, e sua cruel presença, você pode ser tão cruel, fosse fiscalizando os sacos de lixo memoriais que guardavam cada ano que passou. Reativou-se uma bomba relógio adormecida até então e o conforto de se estar perdido expirou. A tua ausência, o combustível da minha fuga, agora requisita o descanso de bandeiras ao sol. E redemoinhos violentos espreitam meu caminho de volta pra casa.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Escrito ha tempos atras

eu perdi a sensação
o gosto, o sentido
perdi-me e me fiz perder
para o que me vê, quem me vê
acho que as pessoas não me veêm
não me escutam, não me deixam
me larguem, me larguem
são esses pensamentos, essa dor
as pessoas, elas parecem me entorpecer
e eu começo a perceber
que pelo fato do torpor
é que elas não ouvem, não escutam
só ouvem a sí, se enganam por sí
se perdem em labirintos de sucessivos
pensamentos ocultos em si
e essa paz, de onde vem?
por onde ela chega? por onde entra e sai?
o silêncio do pensamento, é isso!
aquele que você sente quando prende a
respiração. o ato falho de 3 segundos
de morte do pensar
é essa a paz, por pouco a encontro
por muito a quero.

(valeu thiago por me mandar o texto e me lewmbrar que as vezes escrevo bem)

Sendo um pouquinho Clarice...

"....E tudo estava preso no seu peito.
No peito que só sabia resignar-se, que só sabia suportar,
só sabia pedir perdão,só sabia perdoar,
que só aprendera a doçura da infelicidade,
e só aprendera a amar, a amar, a amar.
Imaginar que talvez nunca experimentasse o ódio de que sempre fora feito o seu perdão, fez seu coração gemer sem pudor, ela começou a andar tão depressa que parecia ter encontrado um súbito destino."

"Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente
- como em dores de parto -
e vi que a menina em mim estava morrendo.
Nunca esquecerei esse domingo.
Para cicatrizar levou dias.
E eis-me aqui.
Dura, silenciosa e heróica.
Sem menina dentro de mim."

(Clarice Lispector)

domingo, 11 de fevereiro de 2007

mulheres gostam de ser conquistadas(?)
homens gostam de conquistar(?)

-
Cê vê....Que imbecil....É a vida!

sábado, 10 de fevereiro de 2007

inconformismo

"uma parte de mim sofre, outra pede amor,
outra viaja, outra discute, uma última trabalha,
sou todas as comunicações, como posso ser triste?"

de drummond...belíssimo.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

isto é tudo...

se há um deus,
e sim, muitos dizem que há,
então como pode criancinhas serem assassinadas?

poema de haddara, babá de três crianças mortas durante um ataque na faixa de gaza em 1979, e, se estiver viva, talvez esteja com 45 anos.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Um beijo... One Kiss

Os sonhos a noite pediam pra ser realidades
Dava vontade de sorrir
Pensei até em te contar como foi
Pra ver se sorriria comigo
Mas, soaria como um pedido desesperado aos seus ouvidos
E não como um desejo a dois
Deixei pra lá
Como queria dormir e sonhar dias e dias
Acordei assustada, meu pai me gritava
E toda aquela beleza se esfumaçava
Era o telefone:
-Alo
- Bom dia, o Banco Santander te oferece um cartão de crédito
-Tô desempregada, quero nada não!!!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

nem foi isso... nem sei qual.

nos caminhos abertos em meus braços por minhas veias grossas passam sangue e a matéria da qual o amor foi feito. formula incomum e já gasta. as coisas que ví tentam se hospedar nessas retinas que já não são as mesmas. minha calma sobrepuja-me e já não resiste a este papel que estou fadado a representar, personagem persoadido e levemente desesperado (como se desespero se medisse...). a correnteza insinuante de acontecimentos inéditos se fantasia de realidade em noites insones. a imaginação que aquela jovem menina coberta de candura, mistérios e náuseas possa ser minha jovem menina ainda é uma improvável imaginação minha. mesmo os maus bocados a que ainda estou sujeito vestir-se-ão nobremente e baterão em minha porta com determinação mas sutileza e acompanhar-me-ão ao ponto de onde não deveria ter saido: da minha coragem esquecida.


de drummond...
"todos se transformam em pedra,
já não sinto piedade.(...)
já não dirão que estou resignado
e perdi os melhores dias."

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

todos os sentidos, inclusive o sexto.

minhas mãos não seguram esta esfumaçada, líquida, fugidia sensação que me desperta.
meus olhos não veêm entre as muitas mudanças que meu ser me exige, triste sina de candura reservada.
o que nunca disse a ninguém queria te dizer, e de minha boca sairiam julgamentos terríveis, nenhuma palavra elogiosa.
os sons me atingem com força desproporcional ao tamanho de meu tamanho real, tão pequeno e tosco.
farejo sobras de mim num quintal mal capinado por um deus imaginário, precário, de um mundo às avessas, meu deus meu (só meu) que mundo frio e sem sentido.
tenho mencionado vezes demais minha inércia, denunciado como meu pior (melhor) inimigo minha falta de sentido... a desordem dos meus átomos.
tudo costurado tão mal que me sobra tempo até pra cantar e, quem diria (eu não) bendizer o que passou.

Depois dessa, não reclamo mais do trânsito do Rio.

----

América
Debo estar en américa del sur
Bien al sur...
Garantizado


Capitán América - Las Pelotas
----

frases, fotos, músicas, blogs, sites

sou um espião...

Rage Against The Machine se reúne "para derrubar Bush de vez"

Algumas bandas marcam tanto por um tema/personalidade que só por isso, independente da qualidade das músicas, exigem sempre um respeito. Até porquê a questão da 'qualidade' está muito atrelada a outra questão, a do 'gosto'. Logo...

Uma dessas bandas sempre foi o Rage Against the Machine. Sempre de temática política, principalmente relacionado ao tema de política externa dos EUA, a banda sempre teve seu espaço e seus fãs. A banda acabou, mas surge a notícia de que irão se reunir para um novo e único show; a motivação pra reunião, segue abaixo, e fiquem com suas conclusões:

"Estamos sob um governo que acredita que suas próprias leis também são aplicáveis em terras estrangeiras. Isso pode funcionar bem para imperadores, mas não é bom para presidentes. Se existe um conjunto de leis acima das quais um presidente não está, estas leis são as da física. Toda ação gera uma reação e nós somos parte desta reação", finaliza Morello.

Hoje...

Naquele dia de calor
Ela entrou debaixo do chuveiro
As três da manhã e chegou a se arrepiar
Molhou os cabelos
Sem querer saber da hora
Foi melhor do que uma foda...

Hei, hj em dia, como é que se diz eu te amo??

Não me venha contar alegrias em segredo
Só porque eu lhe dei um sorriso
Este é meu gesto natural de simpatia.
Nem pense que porque eu me afasto
E quero que me gritem
Seria uma frieza de minha parte.
Na verdade, por mais que eu esteja errada
Sempre estarei certa
Já basta conviver com meus acertos tortos,
não posso também querer admitir meus erros
E quem sabe, alguém me prove que tudo vai ser diferente
Provas materiais que não se apagam com um simples vento ou com um olhar de indiferença... provas que durem mais do que uma noite...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

enquanto isso no psicanalista...II

sabe...é bem diferente do que sempre digo, ela vem de mansinho, e tão poucos sabem,
de repente, estou postado, entregue, inerte... um tipo de dor que anestesia, a
coisa funciona mesmo assim... drumond perguntava: "que dor se sabe dor e dura?".
pois bem, a coisa é mais ou menos assim. nem sei se realmente me importo, sei que,
ao contrário do que digo, ela continua aqui. muitas vezes mesmo me indicando o que
fazer. sempre de tardinha, aquela hora bonita por morarmos aqui, quando deveria
mesmo esboçar um sorriso despreocupado, por trás da máscara tem um olhar espantoso
de interrogação... pergunta imprecisa. por que é que simplesmente não toco no
coração imprevisto do medo e pergunto o seu nome... é uma indelicadeza que não se
apresentes. já nem exijo olhar nos olhos, me conformaria com seu nome e idade.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

EU TENHO QUE VER ESSE FILME!!

MeanWhile one

-Não, não e não...isso não pode ir adiante!
-E se ao invés de ir adiante, for de-repente?
-hein??!
-È, sem menos ver ou esperar..Você sabe..as coisas acontecem..
-mas nem é assim tão sim..
-Não é , mas o que pode não ser hoje em dia?
-...
-To certa?
-Ta é maluca...
-Mas estando certa é o que me importa.
-sei...

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Cidade sem sol

Preocupava Isadora minha delicadeza espartana, eu era direto e dócil, uma brusca busca por caminhos próprios. Ela acarinhava meus cabelos desgrenhados dizendo que poderia ser belo caso quisesse, puro se deixassem e bruto se necessário. Ela via por entre os olhos da máscara, me nudificava e me tornava elementar. Ela mesma, Isadora como eu a chamava, suplicante como ela queria, percorria todos os caminhos possíveis para se certificar dos errados. Se deliciava com a penumbra em meu olhar quando, anestesiado por seus caridosos entorpecentes, tombava em seu colo nu e febril e não dizia nada além de “você, Isadora, cuidado com meu coração”. Tinha a força de um mantra as poucas palavras que dizia. Força maior, mais criativa e destruidora, tinha o meu silêncio e o entendimento que ele trazia. “Abaixo a verborragia”, era o nosso brinde usual antes de iniciarmos nosso ritual particular de auto destruição, música e amor. Isadora tinha meu coração entre os dedos, e nunca viver foi tão perigoso.
Era uma estrada sem mão definida, as colisões eram freqüentes e espantosas. Escorria pelas mãos mau estar, exatidão e marcas deveras definitivas. Ela era a rainha de minhas vírgulas, dispondo-as ao seu bel prazer, sem nenhuma ordem, consideração ou astúcia. Isso amava em Isadora, tua força e nobreza, só sabia o que não queria e me elogiava ao me atribuir, pelo menos isso, sentido. Não como marionete, não isso, mas como a um personagem secundário que se ama demais para se aceitar sua sina. Isadora era minha autora e por isso eu permitia, como um personagem absolutamente impotente, teu poder sobre mim.


trecho de minha novela inacabada, cidade sem sol

i am not going to commit suicide don´t worry. rsrs

roleta russa e refrigerantes
o cigarro acabou bem antes
junto com a razão

gás ou cianureto?
uma gilete como amuleto
pois a sorte já se foi

do alto a vertigem
quase tudo me atinge
como um soco no estômago

a corda balança tensa
pior do que se pensa
com o punhal na mão