sábado, 31 de março de 2007

Meu trabalho

- Vinicius, você tem que ir pra Belo Horizonte amanhã!!!

Já não me surpreendem essas frases no meu trabalho. Tudo lá é assim, muito bem planejado, com antecedência e tal. OK, eu vou, sem problemas. Então prossegue o diálogo:

- Vamos comprar a passagem de avião!
- Não, eu vou de ônibus.
- Porquê? Tá doido?
- Eu quero ue...basta.

Legal, vou de ônibus. Simplesmente todo mundo riu, zoando que eu tinha medo avião, etc, etc...e eu com a certeza absoluta de que essa escolha seria a certa.

Pego o ônibus 22:30h, ótimo horário. Em 6h de viagem, grandes chances do meu plano dar certo. A madrugada era perfeita para o que eu queria.

Ligo o MP3, e olho pro céu. Estrelas, muitas. Gosto quando observo as estrelas fixamente e o ônibus faz uma curva muito grande, parece que o universo é que está girando sobre nossas cabeças, indicando realmente uma grande mudança de rumo. A música, de Fito Paez, me faz lembrar da Argentina, outro objetivo que tenho em minha mente.

Horas, horas aguardando. Posso dizer que sou bom nisso.

Eis que chega o esperado momento: uma linda estrela cadente rasga o céu rapidamente, talvez em menos de um segundo. Mas é aquele segundo em que o tempo pára, e realmente me faz sentir algo bom, que não sei e nem quero saber descrever o que é. Juro que já vi essa cena por mais de 70 vezes na minha vida, talvez eu já seja um viciado nisso.

A viagem prossegue, e eu já contente, me permito dormir.

mutismo

vou ver se mudo,
cansei de mentiras.
não sou santo, mas não minto.
podia mesmo pensar em nada.
podia mesmo fugir do que sinto.
podia mesmo dizer nenhuma palavra.
podia mesmo ser o que preciso.
vou ver se mudo,
vou ver se assim, quem sabe,
algo mude.

Um jardim delicado.

Estou aprendendo a observar a eloqüência do silêncio. Como nós pensamos em língua materna, o surdo não pensa em Português, mas em Libras. Logo, as palavras do Português são organizadas por eles na estrutura da Libras. A cada vez que entro numa sala, é como estar na torre de Babel. A solidão é tão grande, que só é um pouco amenizada pelo carinho e paciência deles. Em tempos de incomunicabilidade, de ausência de troca de experiências, é desesperador notar que os surdos são estrangeiros em seu próprio país, o português é uma língua estrangeira. Quais são os meios para cuidar de um jardim tão delicado?

Parabéns, pessoas

Parabéns a todos, esse blog tá ficando muito bom, todo mundo escreve muito bem, menos eu... ;¬(

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Do nada ela afirmou que entendia de futebol. Sabe mesmo? Então me responde:

Eu: E por acaso você sabe pra que serve um cabeça-de-área?
Ela: Acho que sim. É o cara mais alto, que pula pra cabecear na área.
Eu: Não. Mais uma chance. Pra que serve a pequena área?
Ela: Pro goleiro não sair dali.
Eu: ...tá bom, só fiz perguntas difíceis. Agora essa é fácil: pra que serve o centro-avante?
Ela: Ahhh, essa é muito mole. Ele é a pessoa responsável em levar a bola do meio de campo para o atacante.

(ok!ok!ok!)

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Lembrei de uma coisa. Depois de um filme muito foda e de muita viagem, decidimos por 3 votos a 0 que só existem dois tipos de coisa no mundo: o real e o absurdo, sendo que o absurdo deve ser controlado por alguém ou algo. Foi isso mesmo? Caraleo, que merda, não lembro...agora entendi o porquê daquele gravador existir...

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O Thiago morreu de rir quando eu disse a frase: "A vida é um eterno perde-ganha. Um dia a gente perde, no outro, apanha."

Frase de um filósofo grego, Ἑκατομϐαιών D2 (Marcelo D2).

Nada é melhor que Clarice

E eis que em breve nos separaremos
E a verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia
Eu agora sei, eu sou só
Eu e minha liberdade que não sei usar
Mas, eu assumo a minha solidão
Sou só, e tenho que viver uma certa glória íntima e silenciosa
Guardo teu nome em segredo
Preciso de segredos para viver
E eis que depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero
Eis que as três horas da madrugada, acordei e me encontrei
Fui ao encontro de mim, calma, alegre, plenitude sem fulminação
Simplesmente eu sou eu, e você é você
É lindo, é vasto, vai durar
Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida
Mas, por enquanto, olha pra mim e me ama
Não, tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo
Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca
E tudo isso ganhei ao deixar de te amar
Escuta! Eu te deixo ser...
Deixa-me ser!

(Clarice Lispector)
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Escutei Maria Betânia recitando esse poema... Belíssimo.
Viva o You Tube...

sexta-feira, 30 de março de 2007

Poesia de buteco...

Eu bebo pra achar no fundo do copo a minha amada...
MORRE AFOGADA, DESGRAÇADA!!!


(dito por Amanda, depois de muita cerveja...)

incurável

sente-se aqui,
gostaria que soubesse de algo.
dificultei tudo, você sabe,
nunca foi fácil.

agora você vai saber,
pela primeira vez vou dizer
com todas as letras.
foram as nuvens, foram elas,
o que explica todos verem diferentes
formas são diferentes formas de ver.

agora eu vejo claramente
sente-se aqui
gostaria que soubesse de algo

o que não tem cura é o que
me interessa.

Seja bem-vindo, só fiquei com ciúmes, pois nosso perfil foi postado no mesmo dia, mesmo sendo um pouco antiga no blog. Mas vc fez juz ;-)

Andaeandaeandaeandaeandaeandaeandaenda

Sempre espero, mas nunca imagino que as pessoas escreverão coisas bonitas sobre mim. Demorei para entender, como com quase todos os textos do Caeiro. A descrição é tão lusófona, porque fala das viagens permanentes, que não sei se aceito, por ser verdade, ou rejeito, por inutilmente tentar me arraigar a alguma coisa, qualquer coisa. Acho que por isso tenho saudades até e principalmente do que não vivi.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Sobre contos rápidos "BOLO"

Sete de cada lado, as mulheres assistindo, todos com barriga e pouco fôlego, menos Arruda. O Arruda em grande forma. Magro, ágil, boa cabeleira. Cinqüenta anos, e Brilhando. Foi depois de o Arruda dar um passe para ele mesmo, correr lá na frente como um menino, chutar com perfeição e fazer um o gol, para delírio das mulheres, que todo o time correu para abraçá-lo. Que gol! O Arruda era demais. Empilharam-se em cima do Arruda. Apertaram o Arruda. Beijaram o Arruda. O Arruda depois diria que alguém tentara morder a sua orelha. Quando o Arruda quis se levantar para recomeçarem o jogo, não deixaram. Derrubaram o Arruda outra vez. Quando ele parecia que tava conseguindo se livrar dos companheiros, veio o time adversáro e pulou no bolo para cumprimentar o Arruda. O Arruda teve que sair do campo, trêmulo, amparado pelas mulheres indignadas, enquanto o jogo recomeçava, agora só com os fora de forma. Na hora do churrasco, o Arruda ainda não estava totalmente recuperado da comemoração, para aprender.


Veríssimo, luis Fernando. O Melhor das Comédias da Vida Privada. Pág 139

mais trágico que marlon brando.

falei que aquele era meu último cigarro. ela riu. um pouco de mim. conhecia já minhas mudanças de humor. gostava até. tirei uma foto sua. seu rosto tão bonito. queria congelar o tempo e a única artimanha que conheço pra tanto é a película. guardava o negativo em minha carteira. pequeno e certeiro. tinha seus contrastes. não me interessava a riqueza de detalhes. seus olhos mantinham-se intraduzíveis. um professor na infância dizia que olhos claros são difíceis. "prepara-te pra morrer se te apaixonas por um par deles". encontrei-o num bar quando estava com ela. tudo voltou. lembrei da história. sim, eu lembrei da história. "meu último cigarro". ela riu. não sabia mas tinha razão: não queria preparar-me pra morrer. o músico encerra a noite com um tango. eu, coração na goela, jogo meu maço fora. promessa de paraiso nenhum evitaria minha queda.
atravesso o quarteirão familiar carregado por uma ninha. tão nova. olhos claros. eu apaixonado. demerval, professor querido, reconheceu-me. olhou-a. sorriu. de mim um pouco. armadilhas que minha vida tece. "tá com o que? 30?" eu penso: filho da puta, como ousa?
sou eu o professor agora e trauma nenhum infligirei em meus alunos. sou eu mesmo rindo agora. um pouco de mim. minha vida parece um filme b. me sinto mais trágico que marlon brando.

Clara dos Anjos do século 21

Parecia uma menina inocente da década de 20,
A Clara dos Anjos de Lima Barreto...
Tão pura que acredita nas letras das músicas de amor.
Mas o sangue que saiu do corpo, era de tinta vermelha.
O que fez com que as juras falsas ditas por "Cassi Jones"
Não doessem mais do que um dia...
Mas como doeu!

quarta-feira, 28 de março de 2007

Cheguei

Bom, sou um novo radical livre , leve e solto, e espero que eu possa contribuir muito com a minha falta de conhecimento, desesperança e comunicação de auto-ajuda (por essa última eu cobro uma pequena taxa).

Agradeço a diretoria pelo convite e logo chego ao cargo de vice-presidencia yahoooo!!!

Sobre Heróis


Outro dia estava eu assistindo Heroes, uma nova série sobre super-heróis bem produzida e bem escrita da TV americana (é nesse momento que algum esquerdista anti-imperialista pode ler e torce o nariz...risos). Claro que a série é entretenimento, não tem nenhuma pretensão consciente (eu acredito) de enviar alguma mensagem, contudo, não deixa de ser interessante lembrar que toda obra, por mais fictícia que seja, tem sua construção condicionada pelo contexto da realidade de seus autores. Enfim, teorias a parte, a série apresenta a história de pessoas com super-poderes e que não portam em si, traços de heróis clássicos, ou seja, bonzinhos e altruístas o tempo todo. Mas eu dei essa volta toda para pensar porque quase sempre estamos produzindo super-heróis na ficção e o quanto eles nos fascinam. Penso às vezes que necessitamos deles porque somos frustrados com a nossa natureza e com o nosso mundo. Não aprendemos coletivamente à fazer as coisas certas, nem em nos ajudarmos, e vez ou outra tentamos apoiar um indivíduo na política que parece ser o nosso tão esperado justiceiro, bom, nesse caso já temos experiência o suficiente para compreender que a política é a própria criptonita da justiça.
De novo volto à questão dos Heróis. O quê representam para nós? alguns vão dizer que é apenas uma forma de personificar idéias e ideologias (se é que elas ainda existem), outros vão dizer que tentamos sublimar neles os nossos desejos de uma vida cheio de fantasias e idealizações, e que isso é fruto de viver uma vida massacrada pela rotina do trabalho e dos problemas medíocres do cotidiano. Analisando os diálogos na série Heroes realmente é interessante observar o quanto essa questão da fuga da banalidade move a ação dos personagens. Parando para pensar, bem que seria legal ter o poder de voar ou de ser regenerar, morando no Rio de Janeiro então, isso seria uma dádiva (risos).
Do jeito que a História trilhou o seu percurso até aqui, e da forma como somos sufocados pela rotina e pelo pessimismo, construir heróis é uma forma maravilhosa de fazer algo com a falta de esperança e com o tédio.

“Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!”
Mario Quintana

Em busca do Coelho Branco, mas admirando o sorriso do gato de Cheshire...

White Rabbit (tradução)
Jefferson Airplane

Uma pílula deixa você grande
E uma pílula deixa você pequeno
E aquelas que a sua mãe lhe dá
Não fazem efeito nenhum.
Pergunte à Alice
Quando ela estiver alta
E se você for caçar coelhos,
E souber que irá falhar,
Mostre a eles uma lagarta fumando "Hookah"
Terá feito o chamado para você
Chame a Alice
Quando ela estiver apenas pequena.
Quando os homens no tabuleiro de xadrez
Levantarem e lhe disserem onde ir,
E você tiver apenas um tipo de cogumelo
E sua mente está movendo lentamente,
Pergunte à Alice;
Eu acho que ela saberá.
Quando lógica e proporção
Tiverem caído por terra
E o Cavaleiro Branco está falando ao contrário
E a rainha vermelha "corte a cabeça dele!"
Lembre-se o que o rato silvestre disse:
"Alimente sua cabeça"

*Hookah = cachimbo usado por orientais.
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Bandinha um bocado psicodélica, maneira...
Dica pra quem quiser... Acho que vão gostar!

nothing for free

eu queria cantar mais um pouco, te ver um pouco mais. não queria ir para a sibéria de sonhos atrasados. não queria viver como um operário do século 21 que acha que tua jornada é tão absurda quanto a de sísifo. antes que se diga, eu sei, não sou operário, também sei que não vivo como se estivesse aqui no 21. acho isso uma puta virtude, a única que consigo me admitir. sinto-me muitas vezes num labirinto onde as palavras caprichosamente se escondem, animais ariscos e brincalhões. o problema é que acho que estou ficando velho e mesmo a canção que gostava tanto já não me toca como antes. não queria viver nessa sibéria que estamos condenados a viver, e na qual a maioria nem se dá conta que vive. nada aqui é festa.

segunda-feira, 26 de março de 2007

armadura útil

aproximou-se dos rudes. ao seu modo. tão indócil como sempre fora. a velha história de sempre do rapaz inteligente que despreza a escola. sim. não gostava de escola e sabia, muito bem, que não era nenhum idiota por isso.
da armadura lembra-se somente da limitação de movimento. útil a armadura. era ele que não servia mais. o que fazer das representações sociais agora que não era mais um rude entre os rudes, perguntava-se. mais: e a velha, e antes injustificada, tendência de não limitar-se aqueles contatos tão pouco sutis e representativos?
sabia agora que, naquele jogo de luz e sombra, quanto mais próximo da sombra, mais clareza de visão tinha sobre sua silueta. sabia perigoso esse conhecimento. não ousaria, e nem queria em verdade, passá-lo adiante.

Pra que lado foi a vida?

Tenho um pouco de fragilidade com sombrancelhas baixas
Que me atacam mais em dias que expectativas são frustradas
O problema é que minhas expectativas não podem derivar dos outros
Tem que vir de mim... Eu tenho que ter expectativa em mim
Essa conclusão me animou um pouco...
Porque percebi que aquela casca que eu tinha tanto medo que surgisse
Cresceu em volta do meu peito, já podemos observar ela cobrindo a minha inocência
Agora basta apenas eu aceitá-la.
Tudo isso me lembrou o meu primeiro trauma de infância,
Vou contar-lhes:

Eu não cursei o Jardim de infância, o que me frustra um pouco quando lembro as pinturas azul céu e vermelho escarlate, sem sentidos, que poderia ter feito e fui privada (saudades do que não foi), sendo assim arrebatada para uma sala do dito C.A, em que a (famosa) professora Beth puxava as orelhas dos alunos para os ensinar a ler e escrever. Pois bem, quando entrei na turma já sabia ler, escrever, sinônimo, antônimo, e muitas coisas que as outras crianças da turma ainda buscavam aprender. Porque desde há muito minha mãe me ensinava. O deslize de minha mãe foi utilizar folhas de papel ofício nesta aprendizagem, o que fez com que eu não tivesse conhecimento de como era escrever na linha reta (nunca tive muita tendência a retidão assim)... Quer dizer, meu caderno era uma bagunça, com frases que iam de um lado ao outro da folha, com linhas imaginárias só vistas por mim... A malvada Beth, não levou em consideração todo esforço que eu não queria ter feito para aprender tudo que já sabia, e ao ver o que ela pensava ser apenas bagunça em um caderno, rasgou-o em todas as suas folhas, jogando-o no lixo. Nunca vou me esquecer daquela cena, de minha cabeça baixa e o retornar para a cadeira muito assustada, e principalmente do horroroso caderno de caligrafia que fui obrigada a utilizar depois disso, com a minha mãe e não a malvada Beth, a controlar cada letra fora da linha, o que fez com que minha letra se tornasse redondinha, e desenhada em cada detalhe, como se ainda escrevesse no caderno de caligrafia.

Hoje me vejo meio perdida, como se tivesse perdido as linhas retas do caderno, tão determinadas durante meus dias... É como se eu tivesse voltado a escrever nas minhas linhas imaginárias, e meu coração se cobre de medo de que a qualquer momento ele possa ser rasgado!

Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
De um tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço, um consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás
(Poema - Cazuza)

Curta Tarantino

Curta com Selton Mello e Seu Jorge analisando os filmes de Tarantino.
Maravilhoso!!!
A nossa idéia inicial no blog era postar nossos comentários, criticas, sobre filmes, músicas, livros... Pois bem, deliciem-se com as desse video...
Abraços, radicais...

http://video.google.com/videoplay?docid=109634585641061741&hl=en

sábado, 24 de março de 2007

Skylab é puta!!!


Você vai ao samba.
Uma cabrocha: só no sapatinho.
Gostosa!!!!!
No final das contas vocês vão pro Motel.
Transam a noite inteirinha.
Trinta dias depois, ela volta grávida
E quer ter o filho.
Conclusão: você pagar pensão pro resto da sua vida.
Ela te ama?Não!!!!!
O quê que ela é então?
Puta, é puta!!!!!
Mas você insiste,
Não entrega os pontos
Vai ao Shopping,
quer comprar uma calça Lee.
Uma vendedora vem ao seu encontro
E te trata pelo nome, como se vocês fossem íntimos.
Gostosa!!!!
E sensual, provocante...
Você não enxerga mais nada.
Compra calça, cueca, meia, sapato.
Conclusão: ela é uma vendedora?
Não!!!!!!
O quê que ela é então?Puta, é puta!!!!!
Cidade do Rio de Janeiro,Zona sul, garota de Ipanema.
Você quer morar lá.
Tem money? Não.
Então, não pode não.
Conclusão: essa cidade te ama?
Não!!!!!!
O quê que ela é então?
Puta, é puta!!!!!
“Calma, quê isso?
Você tá tão revoltado”, disse a psicanalista diante do meu delírio.
É que todas as coisas que eu via – criança, fábrica, escola...
–Todas elas pareciam putas.
Trinta minutos depois, eu paguei a consulta
E voltei sozinho pra casa.
Com aquela sensação: Puta, é puta!!!!!!!!!
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A melhor música do Skylab não foi tocada no show
Mas, mesmo assim adorei!!!
Nós tirando onda com o cara!!!
Ele é bunituuuuuuuuuuuuuuuuuu... hahahahaha.

sexta-feira, 23 de março de 2007

O ranger do tempo

Toda vez que eu passava ouvia sons de dentro da gaveta fechada
Achei que estava ficando maluca
A gaveta berrava e eu fingia nem dar ouvidos
Ninguém mais ouvia aqueles sons, só eu...
De vez em quando até um mal cheiro escapava das frestas da gaveta
Cheiro de gente que já se foi...
Um dia, os sons das palavras pararam de gritar
Abafados pelo tempo
Foi assim que pude abrir a gaveta sem me assustar.
Li e reli suas cartas,
E as palavras apenas sussurraram lembranças boas de se lembrar.
As vezes, ouço de madrugada, uns sonzinhos bem baixinhos lá de dentro o meu nome cochichar...
Mas, tua lembrança tá tão apagada que fico com preguiça de levantar.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Athena quer justiça!

, cacete, Caeiro, quando você escreverá o meu perfil de colunista ?? Depois fala que eu não escrevo no blog. Estou me sentindo excluída ...
"Desabafo de alguém curioso pra saber a visão das pessoas sobre ..." ;-)

É Floyd !

O que significa assistir a um show da melhor banda cover do Pink Floyd, com um integrante que só esteve integrado com a banda lááááá em Pompéia, há mais de trinta anos atrás ?
O Show, talvez uma ironia, é o The dark side of the moon, o mesmo gravado láááá em Pompéia.
Pompéia foi engolida pelas lavas de si mesma, uma semana depois do Floyd ter aterrisado no lado negro da lua. Acho que a massa preta e flamejante (como o flamengo ??? é a mesma origem de flamula, flamens, ....) e engoliu a unidade da banda. Sabe o que torna uma banda uma banda? A unidade. Roger Waters dominou, posteriormente, com suas neuras freudianas ( pai na guerra, vontade de comer a mãe, essas coisinhas,...) toda a criatividade do Floyd (Ou todo o dinheiro, ou todos os direitos autorais). O The Wall é maravilhoso, porém o que veio depois irritou qualquer um que não está afim de se condoer com os traumas de um astro do Rock.
Eu prefiro as bicicletas, o gato Lúcifer e as músicas que tem gostinho de infância do Syd Barret! Só o Syd me induziria a pintar o cabelo da cor de ouro ... O Syd mora no lado obscuro da lua, para ele é absolutamente normal ... O restante da banda visitou-o algumas vezes e se perderam no caminho.
Agora, o paradoxo : Fiquei com uma leve grande vontade de ir ao show! Mas vou comer o bolo da Adriana na Pekita ...

terça-feira, 20 de março de 2007

Submeter-se a confusão...

Um fundo preto e branco
Nossos rostos se mostravam rosados
E faz tanto tempo...
Invento que continuo ferindo pessoas pra tentar me salvar
Mas, da poça que se forma no chão a maior parte do sangue é meu
E fica essa vontade enorme de pedir desculpas e suplicar retornos
Quando foi o mundo que me disse NÃO.
Continuo querendo ver segurança transpirar pelas mãos
E elas permanecem vazias
Tremem e se mostram em duvida sobre o que pegar.
Eu, as vezes, acho que não vou me adaptar
E começo a me envergonhar
Fico com muita vontade de quarto trancado
Para fugir a pergunta:
"E aí, o que você tem feito?"
NADA, NADAAAAAAAAAAAAAA!!!

sábado, 17 de março de 2007

tato

o olho enxerga o que deseja e o que não
ouvido ouve o que deseja e o que não
o pinto duro pulsa forte como um coração
trepar é o melhor remédio pra tesão
um terço é muita penitência pra masturbação
a grávida não tem saudades da menstruação
se não consegue fazer sexo vê televisão
manteiga não se usa apenas pra passar no pão
boceta não é cu mas ambos são palavrão
gozo não significa ejaculação
o tato mais experiente é a palma da mão

o olho enxerga o que deseja e o que não
ouvido ouve o que deseja e o que não
depois de ejacular espera por outra ereção
o ânus precisa de mais lubrificação
por mais que se reprima nunca seca a secreção
o corpo não é templo, casa nem prisão
uns comem outros fodem uns cometem outros dão
por graça por esporte ou tara por amor ou não
velocidade se controla com respiração
o pau se aprofunda mais conforma a posição
o tato mais experiente é a palma da mão


arnaldo antunes. sem mais.

sexta-feira, 16 de março de 2007

al lado del caminho

escutei por esses dias e tornou-se algo essencial para mim, já nem lembro muito bem de meus gostos anteriores, de meus surtos musicais passados, fito paez, cantor argentino. delicadíssimo. inteligente músico e arranjador. letrista sensível.
segue uma (infelizmente péssima) tradução minha para uma de suas músicas.
desculpem o tamanho do post, mas acho que vale a pena.


ao lado do caminho

gosto de estar ao lado do caminho

fumando e esperando que tudo passe
gosto de abrir os olhos e estar vivo
estar de ressaca
ou então navegar se for preciso
em barcos que se lançam ao nada
viver atormentado de sentido
creio que esta, sim, é a parte mais pesada

em tempos onde nada escuta nada
em tempos de todos contra todos
em tempos egoistas e mesquinhos
em tempos onde estamos sempre sozinhos
terá que declarar-se impotente
em todas as matérias de mercado
terá que declarar-se um inocente
e terá que ser abjeto e desalmado
eu já não pertenço a nenhum "ismo"
me considero vivo e enterrado
eu ponho as canções em teu walkman
e em tempo, me ponho do outro lado
terá que fazer o que é e o que não é devido
terá que fazer o bem e causar dano
não duvides que o perdão é divino
e errar às vezes é ser humano

não é bom fazer inimigos
que não estão à altura do conflito
que pensam que fazem uma guerra
e se comportam como garotos
que rondam por ministérios sinistros
fazendo a paródia do artista
e de tudo o que brilha neste mundo
eu era um cara triste e encantado pelos beatles
os livros, as canções e os pianos
o cinema, as traições, os enigmas
meu pai, a cerveja, as pastilhas, os mistérios, o whisky
o frio, o crime, o dinheiro e minhas 10 tias
me fizeram este homem

se alguma vez cruzar por mim na rua
manda-me teu beijo e não te aflijas
se ver que estou pensando em outra coisa
não é nada mau, é que passou uma brisa
a brisa da morte apaixonada
mas não te assustes caso passe por mim
é só a intuição de meu destino

gosto de estar ao lado do caminho
fumando e esperando tudo passar
gosto de voltar à dúvida
para acordar em sonhos em minha casa
do garoto que jogava bola
ninguém prometeu um mar de rosas
falamos do perigo de estar vivo
não vim divertir tua família
o mundo cai aos pedaços
gosto de estar ao lado do caminho
gosto de te sentir ao meu lado

março esta querendo ir embora... e eu também.

liga não. é março mostrando as garras. é sempre assim; chega de mansinho, despretensiosamente, e no final, tu queres ir embora junto. sou bem entendido de março. raras vezes me deixou impune. é sempre março em sonhos distantes, sempre esse mês cruel e indócil, sempre as mesmas tempestades (podes esperar), os mesmos ventos fortes arrancando raizes sagradas. quisera eu ser uma folha seca (como os chutes de didi), mas sou raiz fincanda forte lá no chão. sem perdão, sou o jardineiro de mim mesmo.

quinta-feira, 15 de março de 2007

os amantes do círculo polar.

o quem intessar possa... olhem! descobri nesta tardinha de hoje, despretensiosamente, o que estava escrito naquele avião de papel que o pequeno otto jogava pela janela da escola aos montes sem razão aparente e que a pequena anna achou um e entregou para a mãe no dia que soube da morte de seu pai. otto, por sua vez, olhou interrogariomente para seu pai afim de conseguir uma resposta. o pai de otto disse: "esse é a questão de toda vida". num tom solene e expressivo. otto, é claro, não animou-se da resposta, queria mais. em algum momento.

"como acaba essa viagem?"

quarta-feira, 14 de março de 2007

matéria de poesia

todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para poesia

o homem que possui um pente
e uma árvore
serve para poesia

terreno de 10 x 20, sujo de mato - os que
nele gorjeiam: detritos semoventes, latas
servem para poesia

as coisas que não levam a nada
têm grande importância

cada coisa ordinária é um elemento de estima

cada coisa sem préstimo
tem seu lugar
na poesia ou na geral

tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma
e que você não pode vender no mercado
como, por exemplo, o coração verde
dos pássaros,
serve para poesia

tudo aquilo que nossa
civilização rejeita, pisa e mija em cima,
serve para poesia

o que é bom para o lixo é bom para a poesia

as coisas jogadas fora
têm grande importância
- como um homem jogado fora

aliás é também objeto de poesia
saber qual o período médio
que um homem jogado fora
pode permanecer na terra sem nascerem
em sua boca as raizes da escória

as coisas sem importância são bens de poesia



essa é do manuel de barros, poeta brasileiro, talvez o maoir ainda vivo.
para que as pessoas possam funcionar "sem apertar o botão"

Pobre cabecinha de vento...

Outro dia ouvi dizer que as coisas estão perdendo seu valor
O mundo não sabe, mas teria um pouco mais de ares de suicidio moral
Beiradas de precipicios intelectuais...
Horas de discussão sobre qual mulher do big brother é melhor
A mais gostosa ou a mais bonita
Uma busca incrivel de perfeição nas curvas da barriga.
Quando a carapuça me serve, não dá vontade de estudar ou de lutar.
As discussões sobre o mensalão, falcatruas, CPI
Cadê? Acabaram as eleições...
Tudo é por um instante tão breve...
Os sofrimentos internos, externos, mundiais, na alma
Assim como os prazeres
Só levam 15 minutos de fama
São voluveis e fugidios...
Os neurônios o recebem com tanto choque e emoção, depois joga-os na lixeira do esquecimento
Num subconsciente só acordado a base de pancada ideológica
E da onde será que ela vem?
Será que ela vem?

Não tem a tal da Lei de Murphy?? Maldita né?

Há tanto caos dentro de um sorriso
Há lágrimas de noite escutando música que lembra...
Talvez uma música que lembre o futuro
"Transfiguração"
Tinha aquele vento sempre pra susurrar no meu ouvido
que eu ainda não tive o que mais prezo e falo,
e que talvez eu precisasse ser ruim, audaciosa para isso,
e outro que sussurra: assim não vale a pena.
A água que escorre no chuveiro, esconde a água dos olhos
Não gosto de deixar a minha fragilidade escondida
Ela é tão exposta quanto a minha expontaneidade
Só os sonhos e pessoas merecem o pedestal
Tá lá mais um corpo estendido no chão...

Digo e repito: Tem gente que gosta tanto do ato de cagar, que caga até pela boca, sendo essas merdas, geralmente, as que mais fedem!!!

decidi que ficaria na dúvida

No meu caminho habitual, tristeza e alegria caminham juntas. A tristeza com o polegar e o indicador a retirar o aperto da calcinha na bunda, a alegria perdendo o ônibus e ameaçando uma corridinha de desesperados acenos. Na loja habitual, 10 tv’s passando o que há de mais habitual na programação diária, começo de noite e um vendedor ambulante. “Quero um controle remoto universal”. “15 real”. Passo, disfarçado de intelectual, jornal na mão, testa suada de preocupação e cabeça nas nuvens, e com o meu novo brinquedo desligo as 10 tv’s. Vou pra casa mais feliz que quando conheci o dry martine.
O chato é abrir o portão tetânico, entrar na vila e lembrar que detesto esquentar o arroz e fritar a carne. O resto é conseqüência.
Fosse a cicatriz do lado de fora e eu poderia supor o aparelho cortante. É sem sucesso que esgueiro por este terreno, é movediço o meu chão e pantanoso o caminho. Autoconhecimento é auto-enganamento, e cada um tem o que merece.


trecho de minha novela "decidi que ficaria na dúvida".

segunda-feira, 12 de março de 2007

meus bons amigos, onde estão?

babu. casou-se, teve filhos, separou-se. hoje tá gordo. era o mais bobo.
márcio. sumiu no mundo, esteve envolvido com alguma coisa errada. mantém aquele olhar luminoso de revolta. era bravo e brigão.
rodrigo. o pegador. tá forte. dizem que usa bomba. continua nebuloso. nunca entendi direito sua personalidade.
marcelinho. era craque. cresceu. muito. o que tornou sua cabeça proporcional ao corpo. tem uma humildade talvez única. fruto de uma família sadia.
vladimir. errou por aí. nem tenho notícias dele. era um dos mais medrosos e controlados pelospais. engraçado, mudou muito.
evandro. um dos mais queridos por todos. poucas vezes ví alguém jogar futebol tanto quanto ele. viciou-se em cocaina. morreu espancado num hospício. rosto deformado.
dudu. o desengonçado dudu passou uns tempos na marinha. era gordinho, hoje tá fortão.
soviético. gente boa na minha época. era o garoto rico da rua. pôs a fila das meninas da rua pra andar. dizem que pegou quase todas.
igor. sei pouco sobre ele. agora vejo que nunca o conheci minimamente.
bezouro. meio errante. sabe se virar sem magoar os outros.
repeteco. filho do único bandido do bairro na minha época. (bons tempos). seguiu os passos do pai. pena. morreu com dezessete. era o único que encarava o evandro na bola.
fofinho. bem, esse era meio zé roela. depois de velho ficou espertão. me parece que tá enrolado com paradas escusas. tomara que não.
fabinho. cara responsa. sumiu de nosso convívio durante uns tempos. voltou chefe de boca de fumo. morreu novo. tiros e tiros.

sobre o problema da liberdade

ou não somos livres e o responsável pelo mal é deus todo-poderoso, ou somos livres e responsáveis, mas deus não é todo-poderoso.

albert camus. "o mito de sísifo".

sábado, 10 de março de 2007

Noite de sexta-feira, 9 de março de 2007

Decidi arrumar o quarto. Para a maioria das pessoas, pode ser algo normal, mas pra mim é algo místico. É incrivel a quantidade de objetos e recordações que surgem do nada, que ficam escondidos no meio de tanta poeira e de velhas peças de computador.

Ligo pra minha namorada, faço uma piada boba, mas surpreendentemente, ela morreu de rir. "- Beijo, boa noite!"

Sem muitas opções, vou pra TV. Lembro-me do 'People and arts', um canal sempre com alguma programação relacionada ao sentimento das pessoas. Seria um ótimo canal se as pessoas não gostassem tanto de coisas como reality shows, boxe, rap e 'desesperate housewifes'. 90% da programação desse canal é tosqueira, mas às vezes tem algo legal.

Dei sorte. Uma menina de cabelo vermelho começa a correr, correr, correr...opa...será..."- Caralhuuu, é Corra Lola corra"...que filme foda, 100% inspirado na teoria do efeito borboleta. Fantástico.

No intervalo, corro na cozinha, faço um copo de Nescau. Vários fatores como vento, umidade do ar, temperatura do leite e tamanho da colher influenciam na qualidade do copo de nescau, e eu dei sorte, estava tudo perfeito, tudo deu certo.

Desse modo, a noite foi perfeita.

bezerra da silva

para tirar o brasil dessa baderna
só quando o morcego doar sangue
e o saci cruzar as pernas

teh wolrd todya

Uma discursão ferrenha entre eu e uma amiga, sobre um assunto cetico e polemico que ela levantou: por que os meninos conçam o saco, se as meninas num saem por ae coçando a periquita!!
....eu, como um ser em experiencia simples sobre o contexto, expliquei de forma simples e com desenhos, que o motivo simples era que as mulheres tem as "partes baixas" ,digamos assim, sem elevações, sem dobras..bem, eu diria dobras estupidamentes visiveis...vocês entenderam porra!
e como o saco tem rugas e dobras , com o suor e tal, termina coçando...
ps:sim...isto foi real..e melhor visualizado na hora da explicação!

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Frsaes ad semanum:

"Um fazendeiro tinha uma plantação de bucetas. Um dia ,chuveu pra caralho e fudeu tudo!"

sexta-feira, 9 de março de 2007

desculpem, tinha que dizer isto.

"tudo o que sei sobre moral e responsabilidade devo ao futebol", afirmou albert camus em 1957, após ganhar o prêmio nobel de literatura. "aprendi que a bola jamais vem para a gente por onde a gente espera..."

se camus é por nós, quem será contra nós? rs

to mais feliz com este título vinicius, do que quando conheci a caipivodka. olha que fiquei muito feliz em conhece-la.

especulação

não sei até quando esperar que a esperança chegue. sinto-me um puro sangue a puxar carroças. até os tragos de meus cigarros me conhecem melhor do que quem sempre quis que me conhecesse bem. tenho também os meus altos e baixos. não só a bolsa de valores. tenho pena de minhas opiniões. e firo minhas mãos com raiva.

Sobre a Magia Elétrica II

Nunca dê seu sangue para alguém. Você precisará dele para prosseguir.

Sobre a Magia Elétrica

A cada dia que passa, conquisto mais pessoas e perco mais pessoas. As do meu passado-presente, vão morrendo aos poucos. As de hoje, matarei depois.
O que me conforta é que há pessoas de ontem, que possivelmente não serão de amanhã, que permanecem e permanecerão amadas, mesmo que me deêm um tapa nos cornos. Estas pessoas me confortam, mesmo que não as veja, não fale com elas sempre, em meu pensamento a convivência é quase indecente. rsrs.
Sabem de quem eu estou falando, não sabem? rsrs
Estou muito triste, sei que esta merda não é espaço para isto, mas se alguém reclamar, já sabe :bang bang!

Acabou sendo amor...

Era de tarde
Tinha as uvas... tinha o morango
Talvez uma manga... hummm... coloca o mamão também
Tá feita a salada...
E o chocolate, junto com um beijo...
E o filme... Talvez "Brilho Eterno" passando na TV
O sol não estava queimando, mas aquecia a casa
Parecia um ninho...
Um abraço na cintura e uma frase engraçada
Falou que ficou com ciume de fulano e sorriu de lado
Como se soubesse que já sou sua, mas fazia questão de me conquistar
De brigar por mim...
Essa mania de só lembrar as coisas boas é que acabam comigo...

quinta-feira, 8 de março de 2007

Hello world (ou 'O post super confuso que não diz nada')

Caros amigos,

os dias passam, insistem em passar. Reprisando um post do mês passado, insisto: "Acabou o carnaval – a única coisa séria e organizada neste Brasil. O restante do ano será a bagunça e sacanagem de sempre com o noticiário direto de Brasília."

Seguimos nós, moradores da cidade violenta, lutando contra muitos adversários, uns mais visíveis, mas a maioria não. Lembro-me do Planet Hemp, mais exatamente do B Negão, que dizia: "fazendo aquela média clássica entre a lei de murph e a teoria do caos, eu, B Negão, sigo minha vida normal de cidadão de terceiro mundo...permanentemente topando com a encruzilhada".

Se correr o guarda prende, se ficar o banco toma. Seguimos seguindo (sic), e só a teoria do caos pra tentar explicar nossa existência, nossa vida, e nosso dia a dia.

Como não tenho respostas....fui!
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got a devil's haircut in my mind!

terça-feira, 6 de março de 2007

pacto autobiográfico explícito

não me tornei ermitão. não peço carona à noite. não te acho engraçado. não tenho medo do escuro. não uso óculos escuros. a praia me é indiferente. não escrevo com sangue. não tenho antecedentes criminais. não tenho esperança nem desespero. não to esperando a hora certa. duvido que você entenda. não tenho um interlocutor perfeito. não sou interlocutor perfeito de ninguém. não choro de madrugada desdos 17 anos. não tenho uma paixão secreta. não espiono ninguém. não tenho saúde de ferro. não tenho corpo fechado. minhas mãos não têm calos. sou canhoto e destro, mas não ambi-destro. não acho o trabalho enobrecedor. desconfio de quem fala que entende. detesto o tarcísio meira. gosto de música como quem gosta de lasanha ou de sushi. não como nada do mar. detesto pudim. sou ateu. não corro por atalhos. sou saudosista. já quis mudar o mundo. hoje só luto pra eu mesmo não mudar demais. reconheço os meus defeitos. não gosto de dançar. não sou divertido. me acho chato como tudo que conheço. conheço poucas pessoas de verdade. já me enganei muito com os outros. já me enganei sozinho. e hoje, quando abro os olhos e me vejo no espelho, só torço pra que tudo tenha aquela pontinha de sentido que no fundo no fundo eu sei que não existe.

sábado, 3 de março de 2007

Um gasto homem

Os dias estão envelhecendo
As pessoas estão cada vez mais selvagens
.

sexta-feira, 2 de março de 2007

terra estrangeira

querendo se perder
ele se deu conta que não
pertence a nenhum lugar

sua casa é só pedra
seu pais não presta

ele é estrangeiro em seu próprio lar

mas ignoramos
somos estrangeiros
onde quer que estejamos

mas ignore
ele é estrangeiro
onde quer que more

"a sensação amarga de pertencer a um pais que não presta, de não ter raizes nem identidade, de viver a sua terra como uma terra estrangeira, de ser estrangeiro não por que ocasionalmente se encontra fora do pais em que nasceu, mas porque é estrangeiro como condição. sobrevive fora do espaço em que poderia se realizar. está todo o tempo no hotel dos viajantes. sobrevive como um navio encalhado num banco de areia, como num carro em disparada para romper a fronteira".

entre aspas: preâmbulo do filme "terra estrangeira" de walter salles... muito bacana.

quinta-feira, 1 de março de 2007

sobre o caráter único da verdade.

uma poesia que não sabe a que veio, e que mesmo não sabendo, voltaria outras vezes.
uma poesia sem rumo, e que mesmo tendo, não vê limites.
uma poesia sem dono, e que mesmo assim só quer achar alguém.
uma poesia sem beleza, mas que mesmo assim oscila pelo sol.
uma poesia que nunca acordou sabendo como ou por quê.
uma poesia que já foi fraca, que já foi forte, mas que agora não sabe o que é.
uma poesia que só quer ser poesia.

pequenas descobertas

"só se encontram palavras para descrever aquilo que se despreza, não importa o quanto estimado tenha sido outrora".

Ilegal, imoral ou engorda

Vivo condenado a fazer o que não quero
De tão bem comportado às vezes me desespero
Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer
Que isso ou aquilo não se deve fazer
Restam meus botões, já não sei mais o que é certo
Como vou saber o que devo fazer
Que culpa tenho eu me diga amigo meu
Será que tudo que eu gosto
É ilegal é imoral ou engorda?

Há muito me perdi entre mil filosofias
Virei homem calado e até desconfiado
Procuro andar direito ter os pés no chão
Mas certas coisas sempre me chamam atenção
Cá com meus botões, bolas eu não sou de ferro
Paro pra pensar, mas não posso mudar
Que culpa tenho eu me diga amigo meu
Será que tudo que eu gosto
É ilegal é imoral ou engorda?

Se eu conheço alguém em um encontro casual
E tudo anda bem num bate-papo informal
Uma noite quente sugere desfrutar
No meu terraço a vista é de frente pro mar
Mas a noite é uma criança
Delícias no café da manhã
Então o que fazer já não quero saber
Se como alguma coisa que eu não devo comer
Se tudo que eu gosto é ilegal é imoral ou engorda

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Primeira e unica homenagem ao Robertão... hahahah... mas essa letra merece!!!
Ontem minha mãe veio me dizer pela milésima vez: Vc tá engordando minha filha...
Minha resposta: É mãe, alguma satisfação na vida a gente tem que ter.
Será que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda??? hahahahhaha.