Sobre contos rápidos "BOLO"
Sete de cada lado, as mulheres assistindo, todos com barriga e pouco fôlego, menos Arruda. O Arruda em grande forma. Magro, ágil, boa cabeleira. Cinqüenta anos, e Brilhando. Foi depois de o Arruda dar um passe para ele mesmo, correr lá na frente como um menino, chutar com perfeição e fazer um o gol, para delírio das mulheres, que todo o time correu para abraçá-lo. Que gol! O Arruda era demais. Empilharam-se em cima do Arruda. Apertaram o Arruda. Beijaram o Arruda. O Arruda depois diria que alguém tentara morder a sua orelha. Quando o Arruda quis se levantar para recomeçarem o jogo, não deixaram. Derrubaram o Arruda outra vez. Quando ele parecia que tava conseguindo se livrar dos companheiros, veio o time adversáro e pulou no bolo para cumprimentar o Arruda. O Arruda teve que sair do campo, trêmulo, amparado pelas mulheres indignadas, enquanto o jogo recomeçava, agora só com os fora de forma. Na hora do churrasco, o Arruda ainda não estava totalmente recuperado da comemoração, para aprender.
Veríssimo, luis Fernando. O Melhor das Comédias da Vida Privada. Pág 139
Um comentário:
coitado do Arruda
parece o grande mestre Obina
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