Noites
Nos reunimos no quintal dos fundos, as luzes apagadas e um clima de tensão, em meio a árvores e suas sombras, morcegos e outros bichos da noite
O ritual era o seguinte, rezar para que uma alma do outro mundo entrasse em nossas mentes e nos deixasse uma mensagem... Fizemos uma roda e começamos
Todos sentados de mãos dadas, pai nosso, ave-maria, agora não me lembro
Só sei que despertariamos o nosso demônio interior, e ele não seria mau, apenas nos contaria a verdade...
Mas, como me envolver em rituais, quando o meu anjo (era assim que o chamava), já estava em minha frente?
Meus olhos se intertiam com as folhas das árvores que se mexiam,
Se intertiam ao olhar seus lindos olhos e cabelos
Como eu achava lindo o meu anjo...
Como que num segredo encostava minhas pernas na dele e riamos por dentro
O nosso demonio interior já estava solto, mesmo antes de invocá-lo
Quando as pessoas começaram a se levantar, meio tontas
Contavam histórias mirabolantes do que viram, do que sentiram...
E a minha unica história era a traição, a culpa e o prazer de ter te encostado, e te trazido pra perto de mim através do toque, em movimentos que nada se pareciam com o amor que eu conhecia, só com o amor de amantes...
Bem, essa história eu não podia contar, então inventei uma...
Foi mais ou menos assim:
Estava frente a frente com meu demônio interior, ele se encontrava parado, encostado a um grande portal,
Não queria suas palavras, não queria a verdade, queria entrar com ele, queria morar com ele...
Ao chegar em frente de onde viveriamos sono eterno,
a porta foi fechada na minha cara com um severo NÃO
Mas, nem me abalei, te encontro pelo caminho...
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
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2 comentários:
A alma é como um quintal: se bem arrumada, é um lugar agradabilíssimo; quando largada, é fétida, suja e cheia de insetos.
EITA 1º DE ABRIL.
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