sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Adolescência

Estava lendo jornais da década de 40 e me deparei com um conto, como sempre acontece fico tentada a lê-los, mas como não gosto de ambientes tão silenciosos de bibliotecas, não os leio, para terminar mais rápido. Hoje falei foda-se e me perdi lendo tudo que vinha...
O nome do conto é "Adolescência" de Oswaldo Alves (nunca ouvi falar), era mais ou menos assim:

O conto retratava um cara de vinte anos que não quiz namorar com uma grande amiga, falando que ela era como uma irmã pra ele, e ela chorou tanto. Oito meses depois, ela já encontrava-se de casamento marcado com outro, e ele atordoado, amando-a profundamente, a pergunta como seus sentimentos podem ter mudado tanto em tão pouco tempo e ela responde... os teus também não mudaram? Coisas da vida.
Desesperado pelas ruas, ele diz que nunca vai esquecê-la, que vai ama-la pra sempre. A mãe dele, na tentativa de acalmá-lo, diz que tudo muda e passa... que ele deve ser forte.
Enfim, o conto termina assim, essa parte eu anotei:
"Para eles, ser forte era resistir ao amor e esquecer. Para mim, ser forte era resistir ao tempo e lembrar. Quinze anos se passaram, e agora, lembrando esse episódio dos vinte anos, não posso deixar de sorrir, refletindo sobre as palavras de minha mãe, "o tempo apaga tudo", arrastando-nos cada vez mais para a realidade. O que não sei é se vale a pena esta compreensão, em troca da ternura que também vai se apagando em nós"
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Bonitinho, né?? é por aí... sabe aquela dor emocional que parece física, ela passa, e ficam só as lembranças que não doem, e de vez em quando nos fazem até sorrir. Porém, essa dor deixa resquicios de medo, não queremos senti-la de novo, e então diminuimos nossa entrega e ternura, pisando um pé de cada vez, isso é o que se espera de um adulto...

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