sexta-feira, 20 de abril de 2007

Criação do acento

Um ano e meio que fostes embora
Pedras nos olhos
Cortes nas mãos

Enquanto o peito doía
Sonhei com valvulas de escape
Que me veio numa noite sem remédios
Perder-me...

Me perdi tanto
Que nem lembrava mais teu rosto
E só de vez em quando lembrava do meu
Poesia, bebida e sonhos
Um vazio de casas pra arrumar

Outro dia a vida bateu na porta
Sem dentes, cabelo pro alto
Demonstrando irradiante felicidade
Puxei pela memória: quando que deixei ela ficar assim??
E com uma pontinha de remorso lembrei de você

Acho que vou começar pelas gavetas...

2 comentários:

Anônimo disse...

De que adianta revirar as gavetas se o que você quer expurgar está em si? Não há meias sujas na sua alma.

caeiro disse...

ah sim, arrumar as gavetas imaginarárias que guardam cada ano que passou, reordenar o caos. aspirador de pó pra sujeiras que deixam (os outros e nós mesmo) na alma. quando aprender, por favor, me ensine.