caeiro vs cotidiano.
pego a coca no balcão. a velha por detrás olha com desconfiança. "é que é a primeira vez que tu pede coca, seu caeiro, desculpe". dei um riso sincero como a muito não dava. "remédios, dona clara, remédios...". sento e inicio meu ritual particular; cigarros, copo (de coca, agora) e escrevo. dona clara me acha estranho. todos acham. não me sinto confortável com isso. as carcaças ambulantes escutam música alta, hoje isso me incomoda. meu bar preferido está cheio e eu estou vazio.
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chego em casa, debruço-me na janela e penso em qual seria o lugar que tu vais quando estás só, quando estás triste, quando as estrelas parecem cair. era lá que eu queria estar.
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prendo meu cabelo num rabo de cavalo desajeitado, estou de saída de novo. dizer oi a mais alguns desconhecidos.
Um comentário:
caramba, sei deste desconforto. já o senti bastante. hj em dia, acho que como compensação, sinto um certo conforto por não ser tão igual a todos os que são tão iguais, quase idênticos entre si. como se eu fosse só eu. também já debrucei muito em janela, pensando como vc. hj, só não o faço mais porque minha janela não tem mais horizonte, praticamente falando. ela tem grades. vejo o horizonte aqui. bisou.
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