sábado, 7 de abril de 2007

andando pela cidade

andando pela cidade procurando sentido, olho para cima, para onde meus cigarros teimavam em apontar e eu me senti em outro lugar. a culpa de repente era minha por não ter sido melhor, mas ser melhor é sempre uma desculpa para ser pior quando necessário. será que você algum dia vai entender o que digo? e seus braços em volta do mundo não me carregavam a lugar nenhum, era sua generosidade, ela te levaria a nova Iorque, ou a qualquer amor que quisesse. minhas palavras ruins, segundo você, me faziam parecer um cocainômano. eu falava dane-se. sei o que faço. seus lábios sem graça fizeram-me mudar de idéia vezes suficientes e o fluxo de pensamentos sempre foi lento contigo. ela passou, parecia outono, meus pés doíam e meus braços cruzados diziam: pobre garota, nunca vai reconhecer. ao chorar no local impróprio eu dizia: pobre garota, nunca vai reconhecer. pensei mesmo que talvez a culpa fosse minha por não ter tentado ser melhor, mas agora tu já sabes o que penso a respeito disso.

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