E o sol, que insiste em nascer?

Sinto saudade dessas pessoas que se foram, mesmo sem as ter conhecido. Não sei em quem acreditar, não sei ter esperança é um tipo de cinismo ou o que sobra. Os que mandam são imbecis e inúteis, mas pela completa falta de limitação e respeito ao próximo inerente a cada ser humano, alguém tem que mandar, mesmo que esse alguém mal saiba falar sua própria língua, pois os cultos e intelectuais governaram nosso país por séculos e nada nos restou além de alguma desesperada tentativa de mudança. deus é uma piada, ou não existe, ou é cego, ou é cara de pau. O egoísmo é tanto que um avião mata 200 pessoas a 1000° celsius e uma piranha fala pra TV: "Graças a deus eu não entrei nesse vôo." É, graças a deus ela não se fodeu também. Que bom.
Ninguém reclama da pirataria de softwares, do direito autoral não respeitado nos downloads ilegais de MP3, do gato de luz e da TV. Celular roubado, peça de carro roubado, produto importado da China, puteiro, carteirinha de estudande falsa pra ver cinema americano, tudo de bom, tudo na paz. Sem contar o funk, que vende sexo na TV e no baile apresenta o maravilho mundo do crime.
O capitalismo está ai, é uma guerra mundial declarada. Protestar, conscientizar, ensinar, amar e ter alguma decência na sua própria existência é o que sobra pra quem pode, pra quem pensa um pouco no seu papel como um ser global e totalmente temporal, não como um semi-deus com o universo ao seu dispor. Não há sentido em odiar paulistas, argentinos, vascaínos e outros inimigos imaginários.
E o Pan, que no projeto ia custar R$404 milhões e agora chega a R$3,7 bilhões. Na frente do Maraca, os professores da UERJ reclamam de 6 anos sem um aumento, enquanto que nesse período a inflação comeu mais de 50% de seus salários.

Independente do caos, as pessoas precisam sim de algum alívio, algum sorriso, alguma diversão. É sim um tipo de cinismo se divertir...mas caso alguém decida esperar resolver os problemas do mundo primeiro pra depois esboçar um sorriso, que espere mais oito mil anos, sem a certeza de nada.

O futebol, o sexo, o cinema, o orkut (que eu ignoro), os amigos, as pequenas festas, as pequenas vitórias, os nascimentos dos bebês, a praia, o CCBB, o MAM, e porquê não o Pan, entre outros, são alguns dos momentos que as pessoas conseguem algum tipo de discontração, de diversão, e de alívio. Cara, alívio...são tantas palavras de sofrimento no nosso dicionário, que a palavra alívio deixa de ser um simples substantivo e se torna um adjetivo de qualidade.

Eu não sei o que pensar e nem o que fazer. Mas ao menos sei o que não pensar, e principalmente, o que não fazer. Me policio para agora conseguir.