ainda me desperdiço.
Foi assim, sem que a nada respondesse. Foi uma verdade sozinha, não planejada.
Janelas arejadas para um invernal deserto de companhias ainda frescas. Janelas para uma grande parede. Indócil como sempre julguei ser. Suave como sempre desejei.
Dormente como sempre busquei.
Mas, um instante, não se espante se você não reconhecer o meu semblante.
Mas, um instante, volto, nem demorarei a me fazer entender.
É simplesmente algo que gostaria de dizer: nem tudo pode ser dito.
Interdito este caminho. Volto, e ao me olhar pra trás, percebo que a volta não foi dada.
Não foi dada uma volta inteira. Não se dá voltas inteiras. É tudo processo.
Ainda acredito nos contos insistentes das tardes desperdiçadas.
Ainda me desperdiço.
2 comentários:
MEU CORAÇÃO
Não vou chorar o tempo todo,
também não vou rir o tempo todo
não prefiro um "gênero" ao outro.
Quero ter a imediatez de um filme ruim,
não só os de repente bons, mas também a nova
super-produção recém-lançada. Quero estar
tão vivo quanto o que é vulgar, pelo menos. E se
algum aficcionado da minha tralha vier a dizer:"Isso
mal parece que é do Frank!", ótimo! Eu
não uso terno cinza ou marrom o tempo todo,
uso? Eu não. Vou à ópera de camisa,
muitas vezes. Quero os pés descalços,
o rosto barbeado, e o coração —
não dá pra planejar o coração, mas
a melhor parte dele, a minha poesia, é aberta.
(Frank O´Hara. Trad.: Luiza Franco Moreira.)
não se desperdice muito, por favor.
bisou
Ana
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