quarta-feira, 12 de setembro de 2007

um tratamento bom, um tratamento ruim

ela me disse que eu era um menino difícil, com o olhar intraduzível. não pensava sobre. e sempre tinha o sobre para ser pensado. ela era a menina das córneas douradas. chorava pedras de ouro. e gritava “puta que pariu” com muita freqüência. era assim sempre que possível, um tratamento bom, um tratamento ruim. “não diferente da vida”, ela me disse uma vez. experimente ouvir com os olhos fechados. você é tão limitado, ela dizia. então foi que me arrisquei do alto de um precipício, não imaginava que iria doer tanto perdê-la. pois bem, sempre um tratamento ruim e um outro bom, mas pra falar a verdade, nunca o suficiente. queria encarar a morte ao invés disso.

Um comentário:

Ana M disse...

sem querer ser funesta, mas, talvez, sendo.vc já morreu hj?de que se morre todo dia?

Dying
Is an art, like everything else.
I do it exceptionally well.
(Plath)
bisou, honey